Ainda sem saber o que fazer continuo deitada.
Nem me mexo.
Mas, meus olhos estão fixos nele, seu rosto apresenta marcas de cansaço, como se não dormisse a dias. Claro, nessa vida do crime quem dorme?
Ele continua com a mesma roupa de mais cedo. Eca, deitou sujo na minha cama.
Mas percebi ausencia de seus cordões.
Deve ter tirado.
Seus cabelos estão maiores formando cachos. Lindos.
Seu perfume predominava tudo aqui. O Rico por si só é bem dominante, e dentro do meu quarto pequeno ele se torna mais ainda, mesmo dormindo.
Me pego fazendo carinho em seu rosto e sorrio quando vejo um pequeno sorriso se formar em seu rosto.
Quando percebo que ele está acordando, puxo minha mão na velocidade da luz e finjo que desmaiei, vai que cola né?
Acho que não colou, ouço sua risadinha.
- Eu senti saudades, Pocahontas.Suspiro ainda de olhos fechados, sem coragem de olhar em seus olhos marcantes.
- Porque está aqui, Eduardo? - Poderia ser arriscado ser ousada e chama - lo pelo nome ? Sim, mais eu precisava mostrar que queria saber o real motivo.
- Te quero de volta, morena. - disse fazendo carinho na minha perna.
Sinto minha pele se arrepiar.- Isso não vai ser possível. - Meu tom de voz é baixo e calmo, olhando em seu olhos, vejo confusão neles - Você é casado, mesmo que a sua vida seja regada de mulheres, você ainda é casado. - involuntariamente, passo minha mão em seus rosto novamente. - E eu não quero alguém que eu tenha que dividir, tenho 17 anos, Eduardo, quero construir um imperio, quero ter uma familia, sem me rotular, sem ter que esperar a esposa sair para eu poder ir até você, sendo amante. - Digo tudo de uma vez. - Eu ... - fico receiosa em dizer, mas respiro fundo e começo. - Eu não sou uma pessoa preconceituosa, mas, eu não quero um namorado traficante, não pelo o que faz e sim pelo medo de sempre estar sujeito a ser morto ou preso e ficar anos na prisão. Um cara que não pode sair do morro, pois pode ser preso a qualquer momento. - Sua feição muda, sinto o aperto na minha perna se intensificar. - Eu te amo Eduardo, mas não aguentaria viver com isso. Se não fosse essa vida que você leva e o fato de ser casado, eu seria sua por completo.
A expressão dele é confusa, uma hora está mostrando estar com raiva outra estar chateado.
Mas na minha frente está o Eduardo não Rico.
- Sabe... Eu te entendo. - a voz dele por mais que esteja baixa, ainda é uma voz grave. - Aruna, eu não estou nessa vida porque eu quero, isso é consequencia de ser filho do poderoso Greco. Eu sempre quis ser livre, viver nessa favela me sufoca, eu odeio ser o Rico e odeio ter que fazer tudo o que eu faço. Não nego é otimo ter todas as mulheres aos meus pé, mais não é o que eu realmente quero. - Fico supresa com suas palavras, mas nada eu digo. - Antes, quando meu pai era solto, eu fiz faculdade e varios cursos, eu vivia como uma pessoa normal sem carregar crimes nas costas. Eu conheci varios lugares, conheci muitas pessoas que hoje são bem sucedidas em suas carreiras e em seus relacionamentos tudo o que eu queria ser. - ele dá um sorrisinho tristonho, seus olhos brilhavam igual criança quando ver doce. - Conheci Valéria no asfalto, tinha acabado de concluir a faculdade e ela também. Ela era linda, seus olhos claros exalando inocencia, fiquei encantado, no inicio nos demos muito bem, tinhamos quimica, os mesmos desejos, namoramos, noivamos e casamos. - sinto uma pontadinha de ciume quando ouço sobre Valéria - Quando meu pai foi preso, eu tive que assumi. Eu contei toda a verdade para Valéria, que foi quando ela se mostrou outra pessoa, ambiciosa, falsa e possessiva. Mas ela nunca quis vir morar aqui no morro comigo, mas amava gastar e viver do meu dinheiro, ou melhor, dinheiro do trafico. Fui perdendo meu interesse e o amor que eu achava que sentia. As mulheres do morro começaram a se jogar para mim e eu não perdia uma oportunidade. Mas, carregar esse fardo de ser traficante está acabando comigo. Eu construi um imperio emcima de muitos sangues derramados, muitos de culpados mas também muitos de inocentes. Essa não é a vida que eu quero. Eu gosto de ser livre, Aruna. Eu quero ser livre! - Eu não sabia o que dizer.
O desabafo de Eduardo me deixou sem palavras.
Vendo por esse lado é completamente diferente do que eu imaginei. Rico não é esse cara com a fama ruim porque quer, mais sim porque foi obrigado.
- Eduardo... - tentei falar mais nada saia.
- Não quero que fale nada, Aruna. - ele diz de forma rude. - Essa é a minha vida! Ser mulher de traficante requer muita coragem e força, pois a qualquer momento pode receber uma noticia ruim - Ele põe meu cabelo atras do meu rosto de um jeito carinhoso. - E eu vou fazer de tudo para te dar tudo o que precisa, amor, carinho e acima de tudo segurança e respeito. Te prometo que sua vida vai diferente de tudo o que imaginar. Eu sei que é uma mulher forte e corajosa, mas não merece viver como outras "fiel", não merece ser mulher de traficante. - Meus olhos começam a se encher de lagrimas.
- Não entendo o que você quer dizer. - digo em sussuros.
Mas não estava preparada para ouvir o que ele disse em seguida.
- Pocahontas, tudo depende de você, é só dizer que me quer na sua vida e que vai ser TOTALMENTE MINHA que eu largo a Valéria e esse morro, largo essa vida de bandido e sumo nesse mundo com você.
- Eduardo, eu não sei ... Tem a minha mãe e meu pai.. Eu não sei.
- Eu sei, e não quero atrapalhar sua vida, eu vou te deixar pensar, pelo tempo que for necessário. - Ele sobe totalmente emcima de mim, me fazendo arfar. - Mas.. Se você me dizer que não, eu vou te deixar em paz e deixar que siga sua vida, eu não vou sair desse morro, vou continuar sendo o mesmo o temivel e perigoso Rico.
Ele se abaixa e sussura no meu ouvido.
- Mas sei que sempre serei seu dono e que você sempre será minha.E me beija.
Passamos a noite toda fazendo amor, isso mesmo, amor.
Rico não me disse em palavras, mas essa noite deixou claro que me ama.
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Olaaaa bebezinhos
Como estão?Então, queria pedir que me seguisse pois quero postar coisas nos recados e acho que não são entregues sem vocês me seguirem!
Queria saber o que acharam do capitulo de hoje.
Eu confesso que gostei muito e que isso estava fora dos meus planos para o casal.
Mas me digam, vocês acham que Aruna vai dizer sim ou não?Votem e comentem muitoooo!
Um xxxxxxxxeiro. ❤
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No alto da Rocinha [ PARADA]
RomanceAruna é uma menina frágil demais para a pouca idade, e sonhadora demais para pouca oportunidade. Seu jeito gentil sempre foi seu ponto forte, e onde ela passava sempre arrancava suspiros dos homens, e até mesmo de algumas mulheres. A morena sempre...