CAP 16: Aruna

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Quando cheguei em casa me acabei no choro, o que eu não chorei nesse meio tempo que ficamos longe, eu chorei nessa noite!

Mas logo em seguida resolvi colocar o cropped e reagir!

Me levantei, tomei um banho demorado e relaxante!

Me deitei, sem roupa mesmo, e dormir.

Eu sempre me dava um tempo para sofrer,
um ou dois dias, mais depois eu reagiria, mas já sofri muito por ele, então não vou me acabar de chorar, vou só reagir e viver minha vida é o que eu vou fazer agora!

Não espero mais nada do Rico.

Não demoro a dormir.

5 meses depois.

- Vamos logo Aruna.

- Calma paiiiiiii, tô descendo. - grito enquanto desço a escada correndo.

- Para de correr se não vai cair e se quebrar toda. E se você chegar machucada na casa da sua mãe ela me quebra. - Foi só ele  terminar de falar que eu tropeço e caio rolando a escada.

Resultado? Um braço quebrado e um roxo no olho.

*******

- MEU DEUS DO CÉU, VOCÊ TENTOU MATAR MINHA FILHA.

Minha mãe grita assim que me vê descendo do carro do meu pai, na entrada do morro.

- Sem exagero docinho, a sua filha é desastrada e uma banana mole igual a você, ela própria tenta se matar sem ser intencionalmente. - Meu pai fala.

- Mãe, calma, só cai da escada.

- Ta sentindo dor filha?

- Não, mãezinha, to bem!

- Vem, vamos subir e tomar um café todos.

Subimos o morro e percebi que muitas pessoas me olhavam, deve ser por causa do meu braço engessado.

Depois daquele dia, no beco com o Rico, eu nunca mais vi ele. Sempre evitava sair, ir em festas ou ir na praça, tinha medo de me encontrar com ele. Era sempre casa, trabalho, escola e casa. Essa era minha rotina, sempre pedia para XM me levar nos lugares que eu precisava ir e seguia minha vida assim.

Confesso que sinto falta dos meus amigos, da Jojo e suas palhaçadas com XM e com toda certeza sentia saudades de Bebete. Até mesmo de Edu, que me mandava mensagem sempre pedindo para marcamos algo novamente e eu sempre dando uma desculpa, não queria me envolver com ninguém, naquele momento.

Minhas ferias escolares do meio de ano chegou e eu tirei duas semana para passar na casa do meu pai. Estava a um tempo sem ver ele, então decidi viajar.

Curti bastante, fui as praias, sai com minhas irmãs, isso claro quando a gente não estava brigando né, até fiz uma tatuagem, na verdade, fiz quatro tatuagem.

Todos os dias eu ligava para minha mãe, eu sempre conversava com os meus amigos e claro com minha vovó, que está vindo passar um tempo aqui no morro com a gente.

Já até imagino de como vou apanhar quando ela ver as tatuagens

Nesse tempo, eu não pensei em Rico, nem senti dor do abandono. Eu sei que pedi para ele se afastar mas ainda sentia esperança de ele me procurar, mas, não aconteceu isso.

Jojo nem se quer citava o nome dele, não porque eu pedi, mais por que ela sabia que era o melhor para mim. E eu agradeço muito por isso.

Mas, chegando agora aqui no morro, foi como se eu tivesse vendo um filme na minha mente, pensava nele, em seus beijos e seus ataques de ciumes.

Hoje é domingo e tinha jogo do flamengo.
Sabia que o bar do Jorge iria estar lotado e que teria muitos traficantes por lá, e que ele estaria lá. E de fato, ele realmente ele estava lá.

Senti meu peito apertar, eu acho que saudade ou dor por não estar com ele.

Ele estava como sempre de bermuda jeans, sem camisa, chinelos havaiana, cordões de ouro e um bone preto, que quase tampava seus olhos e com sua cerveja em uma mão e na outra com um cigarro. Vendo seu sorriso travesso quando o time rival era um passe de bola, me desmonta inteira. E como se ele sentisse que tinha alguém o olhando, ele se vira e me ver.

Ainda bem que estou arrumada, já pessou toda feia com o braço quebrado e olho roxo? É um esculhaxo, né não?

Se eu senti o baque do seu olhar? Vocês sentiram? Porque eu senti.

Mas fingi que nem é comigo, virei a cara e segui andando com meus pais, ouvindo eles brigarem por eu te quebrado o braço, gente? O braço é de quem?
 
Chegamos em casa e eu fui logo para o banho, era uma dificuldade do caralho, como que tomava banho com um braço só funcionando? Aaaairn que ódio.

Coloquei um vestidinho solto e desci, para lanchar com meus pais.

Amo isso, a maturidade deles dois, meus pais não brigam, eles são amigos e minha madrasta tambem é muito amiga da minha mãe. Desde de pequena é essa calmaria toda, meu pai se separou da minha mãe mais nunca deixou de se preocupar e cuidar dela, mas a relação deles é de pura amizade, o amor que sentem por mim, faz com que eles se amem também. Sou muito grata a Deus pela familia que me deu!

Depois, meu pai se despediu de mim e desceu o morro junto da minha mãe, que ia aproveitar a companhia até o pé do morro pois ela marcou de ir em um barzinho com suas amigas.

Como eu tinha tomado meu remedio para dor, acabei indo pra meu quarto dormir. Estava calor então resolvi deixa a janela aberta e só fechei a cortina. Liguei o ventildor e deitei peguei no sono na hora.

Acordo sentindo um peso nas minhas costas, como se tivesse alguém de conchinha comigo.

Que porra é essa?

Me virei pronta para gritar quando me deparado com Rico, deitado na minha cama, como se fosse dele, dormindo igual pedra.

Que porra é essa?

Me remexo tentando sair do seu aperto mais, ele nem se mexe e nem me solta.

Rico é doido mesmo. Porque ele faz isso comigo? Ele quer brincar com meu coraçãozinho? Desisto de tentar se soltar e acabo me deitando de novo.

Mil perguntas se passa na minha mente.

E eu não sei onde está as respostas.

To fodida mesmo, ain caralho.

No alto da Rocinha [ PARADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora