Alguns jovens possuem a vida normal, podendo escolher seus destinos, outros tentam ao maximo sentir alguma adrenalina para se sentirem vivos e haviam outros com segredos e deveres.
Catra nunca havia tido muita coisa em sua vida medíocre e, após rece...
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Catra POV
Lonnie focava na estrada, calada. O que mais apreciava entre nós era a incrível capacidade de dois seres absurdamente explosivos e impacientes terem respeito ao espaço alheio. Eu nunca a incomodava e ela sempre me dava meu tempo para respirar.
Estacionando, a morena mais velha iria cuidar do carregamento e, eu fui convocada para a sala de Sombria. Aquele lugar era como um cenário de filme de terror: escuro, desorganizado e silencioso.
Atrás da mesa de madeira preta e virada na direção da janela, olhando a lua como uma verdadeira megera, a mão seca e de unhas pintadas de vinho - combinando com seu vestido longo de cafetina velha, como eu gostava de chamá-la amigavelmente - seguravam o cigarro na piteira de mesma cor. Os cabelos pretos e ondulados caiam em seus ombros e as pernas cruzadas sacudiam o salto fino lentamente.
Ela não estava de bom humor.
- O carregamento foi entregue com sucesso? - A voz rouca pela fumaça que tomava o lugar começou e eu dei um pulo. A porta estava fechada e do lado de fora haviam dois guarda-roupas de preto nada amigáveis com uma pose firme. Já havia feito aquilo mil vezes, e em todas eu tremia. Agora não seria diferente.
- Foi. A Lonnie cuidou dessa parte. - Tentei não gaguejar, ela odiava isso.
- Excelente. - Virou-se com as esmeraldas obscuras me encarando e com seu semblante deformado por uma cicatriz grande que ia do seu queixo até a testa fazendo companhia - Espero que tenha se comportado enquanto estive fora, garota.
Ela nunca me tratava com outra atmosfera que não fosse nojo, desdém, e claro, o deboche. Assim como eu nunca mostrei respeito a ela.
- Sabe que eu sou uma boa garota, né, velhota.
- Vagabunda desaforada. - Sorriu de canto - Não vai sorrir tanto quando eu me estressar com sua insubordinação e falta de respeito comigo, menina. Basta um telefonema e Hordak dá um jeitinho em você sem fazer muita cerimônia.
- Aprendi com a melhor, ou estou falando mentira?
- Basta. - Bateu a mão na mesa de forma agressiva - Comece a desembuchar.
- Não descobri muito sobre os Primeiros, na verdade quase nada. - Ia com calma, selecionando o que ela saberia ou não - Pelo que entendi, eles tem vínculo com algumas outras empresas. De ramos diversificados, não... Consegui ainda nomes específicos que ligassem aos Primeiros.
