Capítulo 12 - Digna

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Liv Tyrson

┊ ┊ ┊ ˚✧ ― QUE SERIAM...

― Em primeiro lugar, quero ser seu braço direito em decisões políticas ―concordei com um aceno breve de cabeça. Esse sempre foi o plano― E em segundo, eu te conto o que eu sei, sobre seja lá o que você quer, mas você vem almoçar comigo.

Eu... eu não conseguia entender aquele tópico. O porquê dele me querer lá, o motivo para que desejasse a minha presença. Entretanto resolvi não pensar muito, eu também desejaria a companhia de qualquer um se estivesse presa longe de tudo e de todos.

Não era importante. Eu não era importante para Loki, só nos vimos uma vez.

― Quando?

― Todas as vezes que você quiser. Quando você quiser ―ele abriu um daqueles seus sorrisos enormes, que vinham carregados de malícia e luxúria.

― É meio narcisista achar que gosto da sua companhia tanto assim ―apontei de uma maneira divertidamente maldosa.

ele me encarou de uma maneira estranha, que eu não sabia ao certo o que era, mas eu adorava desafiá-lo, a curiosidade em saber o que ele faria a seguir. Seu maxilar estava travado e muito mais marcado do que anteriormente, como se ele tentasse conter-se de si mesmo.

― Não acho que queira, mas eu gosto da sua ―seu tom era sério embora um pouco frio― Você aceita os meus termos?

Confirmei sutilmente com a cabeça. Ele foi até a outra extremidade da cela. Os braços para trás, de um jeito misterioso em que eu daria tudo para descobrir o que se passava em sua cabeça.

― Bom, então vamos lá, vá direto ao assunto.

― Em uma de minhas pesquisas sobre os recentes acontecimentos, consultei um livro da biblioteca Vanir. O livro em questão, trazia narrativas de grandes acontecimentos daqui de Asgard. Li sobre um dia, um banquete dado por seu pai, em que ele consultou o olho de deus ―a expressão de Loki se fechou e o brilho dos seus olhos sumiu rapidamente. Eu não sabia qual o motivo, mas sabia que ele não gostava daquele assunto― Não consegui ler o final, a página seguinte estava rasgada. Acho que você pode me ajudar com isso, contar o que você lembra daquele dia.

Ele lançou um olhar por cima dos seus ombros fazendo alguns poucos fios escuros caírem sobre sua testa. Eu não o entendia, ele não expressava nada através do seu rosto e isso era enlouquecedor, mas também instigante.

― Não é um boa ideia ―sua voz tremulou.

― Você prometeu que me ajudaria, fizemos um trato.

Ele não respondeu, caminhou de um lado para o outro como se isso fosse ajudar a clarear seus pensamentos. Eu não sabia o porquê, mas Loki parecia profundamente incomodado com o assunto.

― Vamos lá, trapaceiro. Promessa é promessa, não é? ―ele sorriu sem jeito pelo apelido, que eu nunca mais tinha tido a oportunidade de usar.

― Sim. Acho que sim.

― Sou sua parceira a partir de hoje, pode confiar em mim. Não há nada que você tenha a temer ―sorri de uma maneira gentil.

Loki respirou fundo e então se sentou no chão, no mesmo lugar que sentou-se da outra vez. Eu fiz o mesmo, sentando nos batentes da escada

― Eu lembro dessa noite. Lembro como parecia mais um banquete fatídico e de pensar no quanto eu os odiava. Eu e Thor éramos jovens, ele ainda estava treinando aquele sorriso diplomático dele para parecer casual e eu mal sabia usar meus poderes na época ―disse com altas doses de melancolia em sua voz― Sabe, ele usava uma... uma argola dourada na cabeça ―ele rodeou a testa com o indicador e polegar, como uma argola realmente― Eu tinha uma também, mas não havia usado naquele dia. Eu estava mais sofisticado, usando verde porque alguém ―ele pigarreou― alguém uma vez me disse que eu ficava bem de verde, que ressaltava a cor dos meus olhos.

LIV - Brilho do solOnde histórias criam vida. Descubra agora