Capítulo 13 - Deusa do Fogo

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Liv Tyrson

┊ ┊ ┊ ˚✧VOLTEI PELO MESMO lugar por onde havia subido até ali. Eu tinha um sorriso largo na face e corria como se assim fosse possível abraçar cada uma daquelas pessoas que veio me prestigiar, que deixou seus afazeres, apenas por mim. Deuses! Aquilo era tão excitante. Mal podia esperar para ver cada um dos seus rostos de perto, dizê-los "Obrigado". Eu deveria fazer um discurso? Talvez fosse conveniente, não era?

Desci as escadas e pisei na grama, assumindo o risco de que Frigga brigaria comigo depois por quase estragar a sua jardinagem, mas aquilo cortaria caminho até os portões e, no fim, eu poderia até mesmo ajudá-la a fazê-las crescer novamente com um pouco da mágica do meu povo.

― Para onde vão? Estamos sendo atacados? ―Odin questionou, surgindo pela passarela principal que ligava-se à todas as outras, como se estivesse atordoado pelo barulho.

E não era para menos, até os passos daquela gente dava para ouvir do palácio. Mas pela primeira vez, em muito tempo, eu realmente adorava aquela energia caótica. Me lembrava de quando meu pai me dizia o quanto eu seria uma rainha amada por todos.

Meu êxtase não me permitiu responder. Segurei a barra do vestido para não pisá-la, e acabar caindo, e continuei correndo desesperadamente.

― As pessoas... ―Thor disse um pouco ofegante, sem me deixar sozinha, explicando e correndo, tentando me acompanhar― Elas estão vindo.

― Mas e Tyr? Deveríamos recebê-lo aqui, não? ―Frigga perguntou, um pouco divertida com a situação.

― Ele é meu pai ―fiz um gesto displicente com a mão― Dou um jeito nele ―ela sorriu pequeno e então parei de correr, olhando para o meu noivo que também parou e me encarou confuso― Nos leve voando, quero chegar logo.

― Certeza? ―assenti rápida, chegando mais perto e já colocando as mãos em seus ombros, sem cerimônia nenhuma― Bom, então nada de me bater! ―ele avisou, antes de me puxar pela cintura para perto, fazendo meu peito colar ao seu e minha respiração parar por alguns minutos pelo tranco causado por sua força.

Thor estendeu a outra mão para o céu e não demorou para que o Mijölnir caísse e parasse nela. Ele o rodopiou com força criando vento com o movimento, e então o levantou, tirando nossos pés do chão tão rápido que eu nem vi o momento exato em que estávamos pelos ares, sobrevoando o castelo.

Eu agarrei o pescoço do loiro quando meu coração palpitou prestes a um ataque, escondendo o rosto em sua nuca. Seu cheiro de sabonete era fascinante, e tirou minha mente do chão abaixo de nós por algum tempo. Thor me segurou mais forte, como se quisesse deixar claro que não me deixaria cair e, ao olhar um pouco para cima, pude vê-lo sorrir gentil, de uma maneira confortadora. Seus olhos brilhavam mais azul, como se os raios solares criassem uma nova cor em suas íris que nenhum povo ainda conhecia, já os cabelos loiros combinavam bem com as cores douradas de Asgard. Ele parecia mais bonito daquele ângulo... Tudo parecia, quer dizer.

― Aproveita, a vista ―eu não sabia muito bem de qual vista ele estava falando, mas concluí que era sobre o reino.

E uau... Era por isso que meus ancestrais montavam dragões e passeavam com eles sobre toda a Yggdrasil. Aquilo merecia ser apreciado pelo menos uma vez na vida por todos. Sem perceber, afrouxei o aperto ao seu redor e meu coração voltou a bater normalmente como se seu conselho fosse tudo o que eu precisava aquele momento.

Asgard era plana e banhada por água. Onde não havia terra, cachoeiras caíam sobre todo o vazio do espaço, se derramando e perdendo-se em si mesmas. As suas águas brilhavam, quase que como pequenas faíscas, ou purpurinas cintilando pelo ar. E isso porque nem estávamos tão alto, para vermos o reino completamente, apenas o suficiente para chegarmos aos portões onde as pessoas se aglomeravam.

LIV - Brilho do solOnde histórias criam vida. Descubra agora