Five

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Draco sentou-se no banco, Londres era linda ainda que pela madrugada. Poderia ter medo de estar vagando sozinho, mas sentia que ao menos a preocupação em ser assaltado, ou algo pior acontecer consigo, era capaz de deixá-lo ao menos uma vez na vida ter o verdadeiro controle de suas ações. Nos últimos meses suas cabeça se encontrava em uma constante crise existencial e já não suportava mais aquilo. Voltou para o seu carro e dirigiu para o endereço que um dia fora seu lar.

Andar por aquelas ruas, ainda que de carro, lhe trazia as memórias de sua infância e adolescência. Não que odiasse Lucius, não o odiava, mas sabia que o pai havia manipulado toda sua vida. Seus comportamentos, escolhas, amizades e sempre impedindo Draco de seguir pelo caminho que queria.

Draco estacionou o carro em frente a mansão e era como se visse o reflexo de um Draco em seus oito anos correndo pelo quintal, Narcissa corria atrás de si. Era uma memória feliz, Narcissa quando não estavam próximos de Lucius, fazia de tudo para que o garoto possuísse uma infância o mais normal possível. Pegou o molho de chaves no bolso e viu a chave do portão, destrancou-o e entrou, posicionou a mão no leitor que liberava a entrada ao segundo portão e então estava dentro do quintal. Andou até a porta principal e a destrancou. Tudo permanecia como em sua memória, algumas adaptações modernistas que Narcissa aplicara com o tempo.

O platinado observou tudo nostálgico e subiu as escadas, indo para o seu quarto antigo. Abriu e encontrou como havia deixado antes de ir embora de vez da mansão para a casa que viveria com Astoria após o casamento. O quarto estava limpo e Draco sentiu a primeira lágrima correr, adoraria que as coisas houvessem sido diferentes.

Mas foram tantas taxações, tantas expectativas em si, sequer pode ter sido um jovem normal. Tinha que vestir a máscara de um doutor resolvido, com uma bela esposa e que teria bons filhos que seguiriam o mesmo caminho do pai. Por Merlin, nunca em sua vida imaginou isso para si, imaginaram por si. As lágrimas caíram, fartas, porque não queria ter saído daquele porta e ter se casado. Draco não notou quando Narcissa adentrou o quarto surpresa em encontrar o filho ali em plena madrugada. Ela tomou Draco em seus braços.

- Draco, meu pequeno Draco. – Narcisa disse terna.

- M-Mãe. – Draco a olhou e tentou secar as lágrimas.

- O que há, meu filho? – Narcisa o olhou e o levou para a cama – Por que está aqui esta hora?

- Eu senti saudades, mamãe, da minha casa. – Draco então sentiu mais lágrimas correrem. – Eu não me sinto feliz há tanto tempo.

- É por conta de Astoria e a ideia do bebê? – Narcissa questionou.

- Não há como mentir para ti, eu não quero que um filho meu cresça em um lar sem amor. – Draco disse.

- Você não ama Astoria, Draco? – Narcissa se deitou a cabeça de Draco em seu colo, acariciando-lhe os cabelos.

- Não, mãe. E tenho medo de nunca amá-la! – Draco disse.

- Draco, me escute. Quando eu conheci seu pai, foi um casamento de interesses também. – Narcissa iniciou – Eu o odiava com todas as forças e era retribuída com ódio na mesma proporção. Casamos-nos e acabamos nos apaixonando, veio então você.

- O ponto mais feliz da sua vida. – Draco sorriu mínimo.

- Realmente, Draco. Você é tudo para mim! – Narcissa falou com carinho – Por isso, tente dar uma chance à Astoria, tente olhar as coisas por outro ângulo. Infelizmente, as coisas são como são e nós devemos nos adaptar.

- Eu odeio isso. – Draco respondeu.

- Eu sei e lhe compreendo. – Narcissa falou – Mas ao menos tente, tentarei driblar o seu pai para não ficar lhe pressionando quando a filhos neste momento. Tudo ao seu tempo!

Não Brinque Comigo - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora