Malfoy adentrou sua casa depois de dias sem encarar Astoria de fato, o ar pesava e Draco sabia que era seu psicológico. Não precisava de Snape para saber que aquela situação gerava um estresse psicológico gigantesco sobre si, conforme a situação de extrema raiva havia passado, os resultados dos socos de Potter começaram a tomar conta de seu corpo. O rapaz poderia até ser menor que si, ter menos massa corpórea mas ainda assim tinha um soco potente.
Não estranhou subir as escadas e não ouvir sinal algum que indicasse a presença de Astoria, era dia de reunião no coletivo de mulheres aristocráticas que ela fazia parte. Sua mãe frequentava o mesmo eventualmente, Narcissa costumava ocupar seu tempo com coisas que julgava serem mais importantes, as visitas ao comitê era apenas para a imagem social da família Malfoy. Já havia mandado para Potter uma mensagem deixando ele notificado quanto a semana de folga. Ele sequer respondera mas Malfoy via a confirmação de leitura, era uma criança.
Queria evitar pensar no rapaz odioso detentor daquele olhos estupidamente verdes que encaravam Malfoy como se fosse apenas um saco de lixo. Draco odiava isso, a forma prepotente que Harry se dirigia a si, como sempre usava as palavras sem temer o que Draco poderia fazer. Era um provocador nato, cada ato de Harry pareciam atear fogo na fogueira de ódio que Draco culminava. Ele era esperto e atiçou a briga pisando no calo de Malfoy. Draco abriu a porta do banheiro e olhou por fim o seu reflexo no espelho, na região cervical via as marcas das mãos de Potter, se lembrava quando ele havia feito aquilo, na hora que foram para ao chão e ele segurou forte ali. Sua bochecha extremamente vermelha já dava indícios do tom arroxeado que tomaria conta de seu rosto pelos próximos dias.
A boca com sangue e sem contar nas marcas pelos braços e torso. Mal podia conter o prazer e o sorriso por se lembrar da visão de um Potter com o nariz quebrado, queria tentar contornar a preocupação que tomara conta de si momentaneamente, ao se dar conta da gravidade dos ferimentos que havia causado. Por sorte, fora ele a quebrar aquele nariz e a consertá-lo. Draco por fim se despiu e entrou no chuveiro, podendo se livrar de toda a sujeira que havia entrado em contato.
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Potter havia saído de seu banho, trajando uma calça de moletom preta e um moletom vinho com o logo de sua faculdade. Colocou um par de meias nos pés e pode ir para a cozinha procurar gelo. O clima estava esfriando severamente e Harry sentia o nariz doer ainda mais, pegou os cubinhos que continham um líquido específico, não era para consumo e sim para serem colocados no congelador. Pegou um saco plástico e jogou todos ali, foi até o sofá na sala e se deitou colocando aquilo sobre o nariz.
Mas a sacola encostou em seu rosto e dor foi absurda, as lágrimas foram inevitáveis aquilo estava doendo absurdamente, mas precisava fazer aquilo. Harry revivia o momento em que Malfoy deu aquele soco e a dor que sentiu de imediato, Severo chegou na hora mas Harry jurou ver um olhar surpreso no Malfoy. Surpreso pelo prazer que sentiu em me deixar neste estado!
O gelado do saco plástico contrastava com o calor das lágrimas que escorriam, um misto de raiva e dor. Aquilo tinha sido o limite que poderia suportar do Malfoy, simplesmente não deixaria passar daquilo. O que instigava ainda mais aquela raiva em si, fora porque momentos anos de quebrar seu nariz em meio aquela briga, ele havia mostrado uma brecha que fizera Harry ponderar na possibilidade de Draco não ser totalmente um babaca. Agora ele era mais que um babaca para si, era alguém a manter o máximo de distância o possível.
Estava devaneando ainda sobre a atual situação com o Malfoy quando Neville passou pela porta e arregalou os olhos grandes na direção do Potter deitado naquele sofá.
- Por Merlin! O que houve com seu rosto? – Neville se aproximou.
- Briga. – Harry respondeu.
- Eu sei que foi uma briga, você não se arrebentaria dessa forma sem outra razão! – Neville se aproximou. – Já tomou algum comprimido?
- Nada. – Potter olhou Neville de soslaio.
- Vou te dar um analgésico. – Neville foi até a cozinha e voltou com uma cartela em uma mão e um copo d'água na outra. – Beba um!
Harry afastou o saco de gelo do rosto e se sentou, pegou a cartela da mão de Neville, destacou um comprimido e o colocou na boca. Capturou o copo d'água e deu um bom gole para ajudar o comprimido a "descer".
- Vai me dizer que foi uma briga com seu querido doutor Malfoy? – Neville riu soprado enquanto levava o copo para a cozinha. – Deixei a cartela sobre o balcão, para caso sentir dor. Não preciso avisar que não é para exagerar, afinal, você é um médico e sabe bem disso.
- Obrigado. – Harry tentou sorrir para o amigo mas os músculos da face estavam doloridos e um gemido de dor fora inevitável. – E sim, acabamos caindo aos socos depois da cirurgia. Eu acabei trazendo à tona a esposa dele.
- Você e sua boca grande! – Neville revirou os olhos.
- Foi inevitável. Em um dos nossos plantões eu pude ouvir ele em uma ligação com a mesma, ele a odeia e desconta seus problemas conjugais nos demais. – Harry disse. – Antes era em todos, hoje para que tudo foi canalizado a mim.
- Vocês dois não são capazes mesmo de separar o profissional do pessoal. – Neville respondeu.
- Se eu ao menos tivesse pensado de forma profissional. Assim que esta semana passar, irei entrar com um pedido para que me troquem de supervisor. – Harry comentou. – Espero nunca mais ver o rosto arrogante do Malfoy.
CONTINUA
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Não Brinque Comigo - Drarry
RomanceHarry Potter não esperava que ao iniciar seu estágio no Hospital St. Mungus teria ninguém menos que Draco Malfoy como seu supervisor. Tão pouco esperava ter um caso com o mesmo e serem descobertos por Astoria Greengrass, a esposa do cardiologista. A...