SEIS

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Continuei a procurar por trabalho depois de um bom tempo e até agora nada. No meu e-mail em que eles mandariam a resposta, todos disseram a mesma coisa: infelizmente você não é apto para este trabalho. Meu currículo é tão ruim assim?. Eles não sabem o que estão perdendo me mandando embora. Talvez porque eles querem alguém com experiência, e este seria meu primeiro emprego.

     Não falei com o Soobin desde o dia que eu pedi desculpas. Acho que ele estaria pensando no que eu disse ou definitivamente não me perdoa, e sinceramente, eu estou muito arrependido pelo o que eu fiz. Nos últimos dias, falamos apenas de assuntos importantes sem nos prolongarmos muito. Quando falava de coisas pessoais, ele não respondia. Às vezes ele nem sequer falava nada.

     No intervalo, Kai finalmente resolveu se sentar com a gente depois de sei lá há quanto tempo. Estava ocupado demais treinando com o time, e quando não estava com a gente, estava com o pessoal do terceiro. Na mesa estão os quatro juntos e comemos aquela sopa de caranguejo com frango e alguns legumes.

     — Ainda não consigo emprego — digo, soltando um suspiro de derrota.

     — Você procurou direito? — pergunta Taehyun. — Tem tantas por aí.

     — Sim. Eu vi todas que tinham perto de casa, mas nenhuma me contratou. Só dizem que não estou apto para o trabalho. Acho que precisava ter experiência e eu não tenho nenhuma.

     — Que azar — diz Beomgyu. — Mas vai aparecer uma oportunidade para você em breve. Tenho certeza.

     Kai olha para mim. Estava com a boca cheia comendo o frango.

     — Por que não me disse antes que estava procurando por um emprego, Yeonjun? Estamos precisando de um ajudante de cozinha no restaurante do meu pai.

     — Você ainda está trabalhando lá com o seu pai fazendo lámen? — Taehyun quis saber.

     Kai balança a cabeça confirmando.

     Sempre apreciei os dotes culinários dele e sabia que mais cedo ou mais tarde faria comidas deliciosas assim como seu pai. Fui só uma vez lá e quando era criança. Sinto falta do movimento e do cheiro do tempero saindo da cozinha.

     — Viu? — diz Beomgyu como se tivesse previsto. — Problema resolvido.

     Pensando bem, eu poderia até aceitar. Sei que o pai dele paga bem os funcionários e por um lado eu ficaria mais perto do meu melhor amigo. Coisa que ultimamente anda sendo difícil.

     — Ah, então eu aceito. — digo, dando um sorriso a ele. — Quando eu começo?

     — Pode ser hoje mesmo. Você dá uma passada lá depois da escola e fala com o meu pai.

     — Assim tão rápido?

     — Claro. Ele já te conhece. Tenho certeza que ele não vai deixar de te contratar. E não precisa ter experiência.

     — Aí quando você começar a trabalhar, eu e o Beomgyu vamos ir lá para a gente rir da sua cara vendo você de avental parecendo uma dona de casa — diz Taehyun dando gargalhada.

     Beomgyu entra na dele e ri também. Eu apenas balancei a cabeça e revirei os olhos, mas não consigo disfarçar um sorrisinho.

     — Vai ficar uma gracinha — diz Kai com um sorrisinho maroto.

     Olhamos estranho para ele pelo comentário, mas o ignoramos. Mal posso esperar para começar a trabalhar especialmente por lá.

     Depois da aula, pensei em voltar para casa, mas seria melhor eu ir diretamente para o restaurante porque não dava para saber até quando iria durar aquela vaga. E estava com medo que perdesse essa oportunidade de ouro.

Dois Sob o Mesmo TetoOnde histórias criam vida. Descubra agora