DOIS

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Chegando na escola, Soobin, que estava caminhando na minha frente, entrou na escola antes de mim. As garotas que estavam na entrada notam de imediato que ele chegou. Me impressiono com o tanto de garotas de olho nele e não é para menos. Espero mais um pouco até estar seguro e entro.

     Vou caminhando até onde encontro meus amigos como de costume. No refeitório, às vezes sentados à mesa, mas desta vez eles estão de pé próximo à sala de aula.

     — Oi, gente — digo, dando uma leve reverência.

     Eles retribuem.

     — Deu tudo certo lá? — Beomgyu pergunta, se referindo à casa onde estou morando agora.

     Me lembro da conversa que tive com o Soobin ontem de não poder contar nada a ninguém sobre o ocorrido. Por mais que sejam meus melhores amigos e que eles não contassem a ninguém, eu e Jihoon fizemos um acordo e eu não posso romper.

     — Sim. Foi tudo conforme eu planejei — respondo.

     Ou melhor, foi tudo conforme eu não planejei. Realmente não estavam nos meus planos ter me encontrado com aquele garoto em casa, porque pensava de verdade que seria apenas eu morando lá. Mas por motivos do universo, agora estamos morando juntos. Não vejo nada de divertido em ter que dividir um espaço com um total estranho.

     — Então podemos ir te fazer uma visita algum dia desses? — Taehyun pergunta.

     — Infelizmente vai ser impossível — digo, e penso rápido na resposta. — A casa ainda está uma bagunça e tenho muitas coisas para organizar na casa antes de receber qualquer pessoa.

     — Não quer ajuda? Assim a gente termina o trabalho mais rápido para você e aí, então, vai poder nos receber.

     — Realmente isso não será necessário… — o sinal me interrompe e isso me faz suspirar de alívio.

   Salvo pelo gongo.

     — Temos que ir, não é? — digo, pegando eles pelos braços e os puxando para a sala.

     — Você realmente não quer a nossa ajuda? — retoma Beomgyu, agora com a mesma pergunta do Taeyang.

     — A casa está cheia de caixas por todos os lados. Você não iria querer ir.

     No intervalo, percebo que na mesa estava o Kai sozinho, isolado de seus colegas do terceiro e não vejo o Soobin por aqui. Talvez porque esteja querendo evitar a multidão do refeitório ou até mesmo eu. Resolvo ir para perto de Kai e lhe fazer companhia.

     — É um milagre te ver sozinho. — digo, me sentando à mesa com ele.

     O garoto sorri.

     — Que bom te ver, Yeonjun. — ele diz, enquanto come sua sopa de caranguejo, frango e batatas assadas, arroz e diversos legumes para complementar. É o que estão servindo de merenda.

     — E porquê não está no jogo? — questiono, porque uma hora dessas ele estaria no basquete treinando com o pessoal ou em um amistoso com a outra turma do segundo ano.

     — O treinador não veio hoje. Aproveitei o intervalo para comer e ficar um pouco sozinho, mas o restante da galera continua na quadra fazendo o aquecimento e treinando. Quis ficar por aqui. — ele explica.

     — Agora você está aqui comigo e já estava na hora. Sinto falta de ficar com você nos intervalos, mas agora só anda treinando todo dia.

     — Como foi a mudança? — ele pergunta, mudando completamente de assunto.

Dois Sob o Mesmo TetoOnde histórias criam vida. Descubra agora