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_____boa leitura!!



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 Zero se encolhia a cada passo, as mãos no guidão da bicicleta tremiam conforme ele caminhava e as luzes borradas da cidade o cegava. 

 Havia muitas coisas que ele não conhecia. Era assustador. 

 As máquinas nas ruas não paravam em nenhum momento, seja onde for que ele estava, fazendo barulhos que doíam e o deixavam tonto. A noite começava a cair e tudo que Zero podia pensar era que ele não podia parar. 

 Estavam o caçando, e isso não era surpresa. 

 Quando Zero fugiu, os guardas do laboratório correram atrás dele até ele passar a grade que separava aquele lugar do mundo. O buraco no meio dela sendo feito a tanto tempo pelos poucos minutos que as câmeras ficavam desligadas e ninguém esperava que ele ia fugir no meio de uma conversa com sua psiquiatra. 

 Zero começava a achar que não deveria ter  desmaiado Bellatrix. 

 As vitrines ostentavam coisas estranhas, e os olhos de Zero procuravam qualquer coisa que lhe desse uma dica de onde estava, mesmo que não soubesse se localizar. 

 Havia placas, muitas delas, dizendo coisas que Zero achava que nunca entenderia. 

 Mas tinha algo, tremendo embaixo de seus pés e seguindo para uma única direção, o guiando para algum lugar. Zero sabia que não era algo perigoso. Ele sentia. 

 Ele parou quando a tremedeira parou, e então um monte de pessoas começaram a sair da casa grande a sua frente. Um monte mesmo, sem parar e sem o olhar, preocupadas demais para encarar o garoto estático e encolhido na frente delas. 

 Zero piscou, sentindo a roupa de Ron esquentando sua pele. 

 Havia algo ali. Ele queria saber o que era. 

 Respirando fundo e arrastando os chinelos pelo cinza em que pisava, Zero deu um passo para a frente. 

 "Pega ladrão!" alguém gritou e Zero se encolheu, vendo um homem velho e barbudo correr entre as pessoas com pressa, apontando para um menininho que também corria. "Pega o maldito ladrão!" 

 Algumas pessoas soltaram gritinhos. Outras apenas começaram a andar mais rápido, mas ninguém realmente se dispôs a ajudar. 

 Um vulto passou ao seu lado, e com seu peito batendo forte Zero segurou a bicicleta com mais força, os olhos vidrados no branco pálido que corria entre as pessoas. 

 Observando mais do que o necessário o garoto correndo destrambelhado, Zero comprimiu os lábios. Estranho. Mas se ninguém tinha tentado o pegar além do velho, ele que não seria o bobo. 

 Voltando a encarar a casa grande, Zero apressou o passo. 

 Algumas poucas pessoas o acompanhavam indo para dentro do lugar com rapidez. Quando ele finalmente conseguiu entrar, encarou o lugar com a boca aberta. 

 E então parou, com o cenho franzido. 

 A mesma palidez de segundos atrás estava ali, bem ali, parado em frente a uma cabine. 

 Era o mesmo garoto que Zero viu correndo lá fora… mas como? 

 O olhando curioso, ele esqueceu das máquinas gigantes e amarelas paradas no quintal da casa grande. As pessoas ao seu redor não pareciam o notar e Zero sabia que tinha alguma coisa diferente; os dois não pareciam a mesma pessoa. 

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