wrong souls, HARRY POTTER

027.

027.

 Harry viu Sirius chegar afobado, passando pela porta transparente. Draco franziu o cenho, a pergunta explícita em seus olhos. Sirius logo respondeu.

 Então era por isso que ele havia demorado tanto. Remus estava no hospital.

 A cidade estava em um caos comum de cidade pequena. Algo pequeno acontecia e ela entrava em êxtase, o fervor da fofoca surgindo por todos os cantos. A velha conversava com as crianças, o mendigo com o pobre metido a rico. Harry conversava com Ron e Hermione. Sirius com Molly e Arthur. Os policiais com os repórteres.

 Havia muitas teorias do que havia acontecido, enquanto a investigação corria. Uma dizia que vandalos tentaram derrubar o prédio. Outra dizia que a água do aquário estava vazando e causando infiltração. Uma, a dos investigadores, dizia que tudo indicava que era um erro de construção, um arquiteto sem futuro.

 De alguma forma, eles sabiam que não era nada daquilo.

 A noite virou dia, e Harry cochilava no sofá, Ron apoiado em Hermione e Harry apoiado nele. Ginny apoiada em Harry e Draco no chão, longe de todos eles, o metido. A mãe de Hermione reclamou um pouco quando viu que estava tarde demais para a filha voltar para casa e deixou ela dormir ali. Draco e Harry foi ao contrário, eles que foram levados tarde demais por um Sirius preparado para colaborar com Remus e ajudar os policiais em tudo o que fosse preciso.

 O cheiro de café quente ondulou até seus narizes, acordando cada um por vez. Ron se espreguiçou, Harry encarou o teto.

 Não era a primeira vez que Remus se perdia, todos sabiam. Eles só se perguntavam se já tinha acontecido mais vezes do que imaginavam. 

 E agora, quando a cidade mais precisava dele e sua figura de autoridade para acalmar todo o alarde, ele não estava lá. Não de propósito. Não agora, que eles precisavam de Remus como pessoa, amigo e responsável para usar sua calma sarcástica e tranquilizar seus pensamentos. Eles precisavam de Remus. Remus precisava deles.

 Sirius interrompeu o café da manhã.

 “Olá. Licença, Molly. Tô entrando.”

 “Claro.” ela não parecia muito feliz não.

 “Vim ver Harry. Harry?” Harry o olhou. “Você tá bem?”

 “Tô.”

 “Ótimo. Vim, é, ver Draco também.”

 Draco o olhou torto.

 “É bom saber que você tá legal.” Sirius ergueu os lábios, meio tenso. “Os policiais fecharam o shopping, tão com medo de desabar.” informou, todos os olhos da mesa se virando para ele. 

 “Primeira vez que acontece algo interessante nesta cidade.” Fred comentou risonho. Ou era George?

 Molly bateu o pano de prato em seu braço, de qualquer maneira.

 “Que horror! Isso é uma fatalidade, não algo interessante!”

 “Você quer bolo?” Ginny ofereceu baixinho, olhando para Sirius. Ele a olhou agradecido.

 “Adoraria,” e se sentou.

 “Remus está melhor?” a mãe de Ron perguntou. O brilho nos olhos de Sirius sumiu.

 “Desacordado, ainda.” ele suspirou, a mesa ficou em silêncio, o rádio se atrevendo e cantando ao fundo.

 Harry sabia que Sirius estava preocupado, isso era tudo que ele fazia desde que Harry havia aparecido. Talvez desde antes, se fosse analisar toda a história. Harry queria acabar com tudo isso, queria que Sirius ficasse bem e Remus também.