o antes do antes do antes.

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o antes do antes do antes.

Era a primeira vez que ele sentava naquela cadeira, a coroa de ferro em sua cabeça conectada a um montão de fios que o faz ficar com um sentimento no peito. Ele sempre está com esse sentimento. 

 E então tudo dói. 

 Os dedos de seus pés se entortam e ele abre a boca e grita, mas a mordaça não deixa o som sair. Ele grita e tenta soltar seus pulsos e dói. Dói tanto e ele nunca tinha sentido isso e então ele sente, com tanta intensidade e desespero e tudo o que resta é sentir. 

 Ele não sabe o que está acontecendo. Mas ele corre, aproveita a oportunidade de estar solto e corre. Ele corre e corre e corre e deixa os doutores para trás, o sentimento ruim sendo muito maior que a fraqueza que o fazia querer deitar no chão e dormir. 

 Ele corre. E ele para. 

 Não dava pra saber aonde ele tinha ido parar, não quando as paredes eram todas iguais mas- mas aquilo era horrível, feio e sem explicações. Ele não sabia o que estava acontecendo. 

 Parecia cobrir todo aquele lugar, fazendo o ar ser rarefeito pelo calor que aquela borracha estranha e feia e gosmenta era. Era horrível, ele podia repetir aquilo até dez vezes, se precisasse. 

 Indo um pouco mais para a frente, ele anda devagar com medo de não poder estar andando. Ele anda só mais um pouquinho entre a poeira e a iluminação vermelha e ele vê- ele vê e arregala os olhos e começa a voltar para trás no mesmo instante. 

 Uma pessoa. Ele tinha certeza que era uma pessoa que estava sufocada pela mesma coisa estranha e feia e horrível. Uma pessoa que ainda estava r-

 Suas costas batem em algo. 

 Ele se vira, as mãos tremendo só percebendo agora o efeito do choque que a cadeira tinha lhe causado. Seus olhos se fecham com força. Os doutores tinham lhe achado. 

wrong souls, HARRY POTTER Onde histórias criam vida. Descubra agora