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Ron estava pedindo ajuda de Hermione quando aconteceu.

 “Eu não sei fazer essas contas Hermione. O resultado deu 368, depois 294 e depois -123.” ele resmungava pelo celular – o de mamãe, não o do dito cujo –, uma careta em seu rosto. “E é só o primeiro exercício. Vou reprovar em matemática…”

 Um barulho de panelas batendo soou lá embaixo, Ron andou pelo quarto, ansioso.

 “Eu não vou te passar respostas.” a esperança de Ron se dissipou. “Talvez a gente possa montar um grupo de estudos ou aulas particulares mas-"

 Mas nada. 

 “Hermione?” Ron tentou.

 Quando ele olhou pra tela do celular, que percebeu:

 O sinal caiu.

 “Mãe!” Ron gritou, porque é claro que a mãe dele podia resolver isso. Ela podia resolver qualquer coisa. Ele andou até a escada, pra ver Molly na cozinha. “O sinal caiu.”

 “Aqui também!” Percy gritou do quarto.

 Os gêmeos entraram pela porta dos fundos, Fred com o celular na mão.

 “Também.”

 Molly saiu da cozinha, um pano de prato em sua mão. Ela olhou pros seus filhos que a olhavam também e colocou a mão na cintura:

 “Ué.”



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 Harry olhou para Remus com hesitação. Luna e Neville o olhavam como se estivessem pronto pra atacar.

 “Oi.” 

 “Oi.” Draco respondeu. Remus deu um aceno leve de cabeça. “Eu sou o Draco. Só Draco.”

 "Você sabe quem eles são, Harry?" Neville perguntou, decepcionado. 

 "Eles não são do laboratório." Harry prometeu porque ele sabia como era, não saber quem era ninguém e achar que todo mundo escondia algo. Que todo mundo podia querer lhe fazer mal. Que todo mundo era mau. 

 "Quem são?" foi Luna que perguntou, os ombros tensos.

 “Meus…” Harry parou. Remus não era seu amigo, era, no máximo, um conhecido próximo que mesmo assim era mais próximo de seu tio do que dele. E Draco, bem, era Draco. “Conhecidos. Eles me ajudaram quando eu precisei.”

 Draco franziu o nariz, mas disfarçou. Remus assentiu, estranho.

 “Eu quero ajudar. Harry.” ele falou, abrindo as palmas da mão com calma. “Eu quero ajudar a encontrar os outros.”

 Harry parou. 

 De respirar.

 Mas por um segundo só. 

 Draco assentiu e Luna e Neville também estavam tensos porque isso significava alguma coisa. Alguém que podia ajudar. Alguém que queria ajudar. E podia. E ia? Encontrar os outros parecia difícil, eles mesmos só tinham achado por pura sorte. Ou por puros roubos de super-mercados, mas isso não importava.

 O que importava era que Remus era um adulto responsável e com, querendo ou não, um grau de poder em sua imagem. E Harry e Luna e Neville tinham poder também, mas muito mais perigoso e com muito mais facilidade de dar tudo errado do que o de Remus, o delegado.

 Harry pensou tudo isso em menos de um segundo, o tempo dele prender a respiração e soltar porque não gostava da sensação de sufocar. Luna e Neville não sabiam de tudo o que Harry sabia mas por algum motivo, Harry sentiu que a linha de pensamentos deles foi a mesma.

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