extra, Ginny Weasley.

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antes de tudo, por Ginevra Weasley. 

 Ginny se lembrava de quando viu o Profeta Diário pela primeira vez. 

 Ela tinha sentido seus olhos se encherem de brilho ao, pela primeira vez na vida, tocar no jornal que papai lia toda semana enquanto escutava rádio. Do jeito como aquelas letras eram tão grandes e tão chamativas que Senhor– isso devia ser importante, não? Ginny estava lendo algo importante. 

 Ela desceu os olhos devagarinho, a coberta em cima da cabeça atrapalhando um pouco sua visão enquanto ela iluminava o papel – papel lindo, cheiro de sabedoria e importância e talvez se Ginny colocasse ele na boca ela adquiriria tudo o que ele transmitia? Cada pedacinho de conhecimento e informação? Quase certeza que não. 

 Ela estendeu a pontinha da língua, só para confirmar. 

 Engolindo o gosto de – papel – Ginny voltou ao foco, os olhos correndo por cada palavrinha que estava escrita ali e processando qualquer foto que o desse mais daquilo. Era importante, oras. 

 Aos pouquinhos, conforme as notícias sobre televisão passavam e a verdadeira realidade vinha à tona, o cenho de Ginny começou a se franzir. 

 Roubo de comida? Meninos baderneiros incomodando gente no sinal? Greve nos postos de gasolinas em todo o resto do país? 

 Aquilo era ruim, tudo o que Ginny esperava era algo como uma nova mulher descobrindo algo incrível na ciência e tudo o que ela recebia era zoação descarada com pessoas sem condições. Pessoas passando fome e gente reclamando de balinhas gostosas e baratas no semáforo. 

 A careta dela não podia ser vista por ninguém – Ginny tinha garantido que papai havia estado no sétimo sono quando ela roubou o jornal de dentro da estante da mamãe – mas isso não quer dizer que sua indignação iria parar. Ninguém estava vendo que o jornal era importante e aquelas notícias também – e Senhor, fofoca de artistas na primeira página?!

 E talvez Ginny fosse um pouco aquela palavra estranha que Percy vivia falando – hipotética? hipnótica? hipócrita. – porque ela leu tudo sobre o conselho de Adele à Beyoncé, mas isso não queria dizer que ela estava ignorando as outras páginas

 Ginny se importava com as outras notícias. E o bico em seus lábios crescia cada vez mais conforme ela pensava que não sabia o que podia fazer pra aquilo tudo mudar.

 E, se era importante do jeito que era, isso teria que ser difetente. Ginny garantiria isso. 



(Molly Weasley tinha filhos incríveis, e ela amava muito eles, de verdade mesmo – Percy e Fred e George e Ron e Ginny e Bill e Charlie e todos eles, na mesma proporção. mas quando ela entrou em sua cozinha, meus Deuses-

 Ginny sorriu brilhante, envolta de pacotes de feijão espalhados no chão e de geladeiras vazias e– potes de ervilhas sendo uma torre? 

 "Eu estou fazendo cestas básicas, mamãe." Ginny falou, continuando a separar todos os pacotes de tudo o que Molly e Arthur podiam comprar no início do mês. "Vou tirar o país do mapa da fome."

 e seus filhos eram incríveis, tão incríveis e adoráveis e como ela podia dar uma bronca em Ginevra quando a intenção dela era tão boa assim? Não, ela não podia. Por isso ela se sentou no chão com sua filha e a ajudou a contar os sacos de arroz e os litros de óleo. 

 Ginny não precisava saber – ainda – que se eles doassem toda aquela comida, os Weasleys todos iam entrar para o índice de fome no mundo também. Mas um dia, quando ela entendesse, Ginny com certeza iria mudar isso também. 

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