Kaumin - A Namorada Do Meu Irmão

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Pov' Dani Soomin

Meu pai trabalha como médico já há muitos anos, sinceramente me lembro dele indo trabalhar todas manhãs desde que me conheço por gente. E também graças ao trabalho duro que ele sempre fez, pode dar uma vida praticamente como ricos no Brasil, então ele e minha mãe acharam interessante mandar eu e meu irmão para os EUA para estudarmos e viver por lá por algum tempo.

Porém, há aproximadamente 5 anos, quando eu ainda tinha 20 anos, os dois decidiram sair do Brasil e morar nos EUA, que, foi onde, que com o tempo se adaptaram na pequena cidade de Natchez, onde eu e Vitor estudávamos no ensino médio. Essa cidade é diferente de qualquer outro lugar do país, uma cidadezinha praticamente fora do tempo - exatamente oque eu preciso.
É a mais antiga cidade do rio Mississippi e permanece intocada no topo de uma encosta de sessenta metros, a jóia da coroa dos pontos fluviais do século XIX. Até onde sei, a cidade tem cerca de 25 mil habitantes.

Meus pais sofreram um pouco com a mudança do português para o inglês inicialmente, porém, com algumas aulas se resolveu.
Então, logo meu pai conseguiu um trabalho na área da medicina, e continuou a trabalhar. Já minha mãe conseguiu um trabalho mais simples: trabalhava em um mercado, porém com o tempo teve que procurar outro emprego, e trocou de trabalho algumas vezes, até que então atualmente trabalha em uma loja de eletrônicos e eletrodomésticos.

No ano passado, no seu quadragésimo quarto aniversário, comprei para meu pai, uma BMW 740i preta com os ganhos do meu terceiro livro. Quando preenchi aquele cheque, foi maravilhoso. Meus pais começaram a vida com nada e, em apenas uma geração, com muito trabalho e sacríficio, podem viver aquilo que já foi chamado de Sonho Americano. Eles merecem tudo de bom que acontece.

E então, em quatro minutos estamos fora do aeroporto, zunindo pela rodovia 61.

[...]

Logo a paisagem se abre para uma densa floresta, onde também corre o grande rio marrom. Abro a janela e inspiro o hálito de vida de vida da floresta cerrada, da água dos riachos, dos arbustos de flores silvestres, da terra..

Velhas placas de estrada passam como tomadas de um filme.. e então finalmente, o limite estadual, demarcado com um grande quadro azul: "Bem-vindos ao Mississippi, estado das magnólias"

- O que tem acontecido em Natchez nos últimos tempos? - Pergunto quebrando o silêncio dentro do carro.

- Parece que uma nova fábrica vem se instalar aqui. O que é bom, pois as de baterias está fechando as portas.

- Que tipo de fábrica?

- Produtos químicos. Uma empresa alemã: BASF.

- É negócio fechado?

- Vamos saber quando a fumaça começar a sair pelas chaminés.

- Pai, eu gostaria de pouca exposição nessa viagem. - Digo em voz baixa. - Vão tentar me encontrar por causa da execução de Cooper.

- Faremos oque for possível, mas o novo editor do jornal já ligou quatro vezes pedindo uma entrevista. Fica difícil evitar coisas desse tipo. Vão dizer agora que você está nos menosprezando.

Encosto no banco para assimilar aquilo. Encontrar um santuário na minha velha cidade não será tão facil quanto pensei. Mas, de qualquer forma, ainda é melhor do que Houston (Texas).

Em alguns minutos, o carro sobe uma escarpa íngreme e um mar de copas de árvores descotina-se à nossa frente, estendendo-se a oeste até o infinito.

- Tudo parece o mesmo. - Murmuro.

- Mais ou menos. - Replica meu pai.

- Como assim?

- Você vai ver.