Estavamos de volta a mansão, e eu ainda não conseguia encarar Suppasit, não só pelo que aconteceu perto do lago, mas por ter sido trazido no colo dele, já que minhas pernas não queriam me obedecer, mas mais ainda por que todos os empregados presenciaram nossa chegada, mas sem nenhuma dúvida o maior culpado de meu constrangimento é esse momento, onde estou mergulhado na tina de água morna com o duque as minhas costas - Algo errado princesa ? - sua voz doce e preocupada soa perto de minha orelha que já se encontrava avermelhada de vergonha, eu não sabia o que responder, apesar do que fizemos a pouco, estar tão próximo, de forma tão íntima de Mew assim, me causava borboletas no estômago, talvez ele tenha percebido meu nervosismo já que sinto ele se afastar um pouco das minhas costas antes de se pronunciar - Oh me desculpa Nat, eu... Eu não pensei apenas... Eu vou deixá-lo a só - sinto uma ondulação na água antes de notar que ele se arruma pra sair, me viro quase em panico e seguro sua mão, e como sempre, se tratando de mim, causo uma bela confusão.
Ao puxar a mão de Mew o faço cair sentado na tina, enquanto litros de água são jogados pelo piso, e como se não bastasse, meu corpo cai sobre o seu fazendo minha testa bater em seu queixo, um resmungo vem de sua boca enquanto meus olhos se arregalam preocupados - Ahh Mew me perdoa. A culpa é minha, Mew você tá bem ? Fala comigo, Devo chamar o curandeiro, Mew, quantos dedos você vê aqui ? Mew... Mew por que isso - meu rosto queima adquirindo o tom avermelhado, enquanto a risada dele ecoa pelo banheiro - Só... Só fica quieto um pouco e tudo vai ficar bem - ele beija o topo da minha cabeça ainda acariciando o queixo machucado. Eu gostaria de me acalmar também, mas sentir aquele volume contra meu abdômen não estava ajudando muito pra isso - Mew, você quer - mas minhas palavras são caladas, e de certa forma eu agradeço pois não sabia se conseguiria dizê-las " você quer se deitar comigo ?" Pela deusa onde eu estava com a cabeça. Sera que um espirito luxurioso havia de fato se apossado de meu corpo !?
Sinto aquelas mãos grandes envolverem meu rosto, o puxando pra cima - Sim princesa, eu quero e quero muito - meu estomago se revira e sinto minha pele se arrepiar inteira - Mas não assim, não agora. Quero fazer tudo como você merece, no dia do nosso casamento, vou te mostrar o quanto te desejo Nattarin - a ultima frase foi sussurada em meu ouvido junto com uma pequena mordida em minha orelha - Agora deite aqui e relaxe, sua viajem amanhã é longa - no momento em que ele me lembra de meu compromisso como principe, meu peito aperta, eu não queria deixar Suppasit. Mas suas outras palavras também se repetem em minha mente " nosso casamento ", sim, logo nos casariamos e viveríamos todos os dias juntos, um sorriso me toma o rosto ao pensar que em alguns dias eu terei meu " felizes para sempre " como em todos os contos que eu lia, e que sempre achei serem nada mais do que ilusões pra tornar o leitor feliz, mas agora eu tinha certeza de que aquela felicidade toda era possível, pelo menos se todas as princesas tivessem um Suppasit ao seu lado. O que seria impossível, já que o único que existe já me pertencia. Pensando nisso adormeço com um sorriso no rosto e ouvindo o pulsar daquele coração que batia por mim.
...
A carruagem está a minha frente, minhas malas já estão lá dentro, um guarda de Mew que me acompanhará na viagem já me aguarda na carruagem, tudo parecia pronto, mas meus pés não queriam se mexer - Está tudo pronto vossa alteza, o Reino das águas já foi informado sobre sua chegada - a pequena serva se curva informando a mim e ao duque, que se mantém ao meu lado - Então chegou a hora - talvez tenha sido ilusão minha, mas juro que pude sentir pesar na voz de Suppasit. Me viro encarando suas feições que ainda que tivessem um sorriso sobre elas, seus olhos me entregavam sua tristeza, minha mão é tomada pela sua, e um beijo delicado aquece minha pele - Espero que sua viagem seja tranquila meu príncipe e que sua volta seja breve - seus olhos me encaram e sussurrando de forma que só eu escute ele proclama suas últimas palavras - Sentirei sua falta Tu-eng - palavra doce e delicada acelera meu coração, me curvo ainda com as bochechas em chamas e mesmo contra vontade entro na carruagem rumo a curprir meus deveres de herdeiro.
O percurso não era exatamente longo, porém a condição da estrada não era das melhores, os solavancos da carruagem já me causavam uma certa dor de cabeça, e eu achei que aquilo era o pior que poderia acontecer quando os estouros começaram no céu, o sol que a pouco tomava conta do dia, agora era substituído por nuvens carregadas e pingos espessos de chuva - Vossa alteza, parece que uma tempestade se aproxima, os cavalos estão nervosos seria mais seguro esperarmos em algum vilarejo próximo - Kaownah era o guarda pessoal de Mew, e foi instruído a me acompanhar e proteger nesta viagem - Claro Kao como achar melhor - eu ainda achava graça da forma como ele corava por eu lhe chamar pelo apelido. Ele se curva e me deixa no interior da carruagem indo instruir o cocheiro. Me sinto um pouco ansioso, não gostava de tempestades, e podia sentir o vento bater contra a carruagem, a deixando instável.
Após alguns minutos Kao retorna já encharcado pela chuva que ganhou força em tão pouco tempo - Alteza, en... encontramos um lugar - a tempestade cada vez mais intensa me impedia até de ouvir direito as informações do guarda. Apenas aceno, deixando-o entender que aquela altura qualquer coisa estava boa, ainda que fosse um príncipe eu não tinha mania de grandeza, e já estava preocupado com os outros dois naquele tempo. Kao me reverência novamente e vai ao encontro do cocheiro, sinto a carruagem balançar e andar um pouco mais, logo seus movimentos param, mais alguns minutos em silêncio apenas com o barulho da chuva ao meu redor, uma batida soa na porta e logo ela é aberta por Kaownah que tinha uma capa nas mãos - Majestade a tempestade está muito forte, não poderemos seguir caminho mas achei abrigo para esta noite meu príncipe, venha rápido - me entregando a capa e esperando que eu a vestisse, ele estica a mão me ajudando a descer a pequena escada. O vento que nos atinge é gelido de forma que machuca nossas peles, Kao usa seu corpo pra me proteger da força da tempestade, mas a natureza parecia revolta aquela noite. Chegamos a entrada de uma pequena casa, simples porém quente e acolhedora
- Olá sejam bem vindos, por favor entrem e se esquentem, vou lhes servir uma sopa - o sorriso da mulher era receptivo ainda que sua fisionomia fosse cansada e ela claramente estivesse doente - Agradecemos por sua hospitalidade, o reino dos girassóis está em dívida com você - me curvo agradecido, mas ela prontamente e nervosamente me interrompe - Oh, que isso, não há necessidade, ficou feliz de ajudar, e só de dizer que um dia conheci um príncipe já me sinto honrada - uma pequena risada soa de seus lábio, mas logo é substituída por uma tosse intensa - Mamãe... mamãe você ta bem ? - uma pequena garotinha surge na sala, os cabelos castanhos presos em uma trança lateral e as vestes simples, não diminuíram a beleza de suas feições, os olhos grandes e redondos levemente úmidos, olhavam a mais velha com preocupação - Esta, cof cof, esta tudo bem meu amor. Mas temos visita, nosso convidado é um príncipe, você deveria se apresentar não !?- ela sorri pra pequenina e logo a garotinha se posta a minha frente, ainda preocupada, mais muito bem educada ela nos cumprimenta - Boa noite vossa alteza, me chamo Natasha sou a princesa da minha mamãe, seja bem vindo ao nosso castelo - ela falava de forma tão impecável apesar de claramente ter pouca idade que não pude responder menos do que na mesma altura - Muito prazer princesa Natasha, sou o Príncipe Kanawut do reino dos Girassóis, é um encanto conhecer vossa alteza, e sou muito grato por sua hospitalidade - assim como ela havia feito, ao segurar as laterais da pequena saia, encosto minha mão sobre o peito e me curvo lhe cumprimentando.A tempestade lá fora era muito forte, as janelas tremiam pelo vento que assobiava entre as árvores, a chuva deixa tudo meio nojento, meu cronograma foi atrapalhado e causaria atrasos aos preparativos do casamento, mas por algum motivo não me sentia incomodado naquele momento, a sopa que me foi ofertada era deliciosa, a casa aconchegante e as pequenas risadas da garota enquanto Kao lhe fazia cosquinhas, tornaram aquela noite uma das que com certeza eu guardarei na lembrança.
Obrigada por Ler 🌻☀️
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Era Uma Vez... Pela Eternidade
FanfictionOs contos de fadas são lindos e emocionantes... Mas na pratica nem todos as "princesas" tem a sorte de serem salvas por um príncipe em um cavalo branco... Então o que fazer quando seu príncipe é na verdade o "cavalo branco " !? Um duque debochado e...