Terceiro

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Aviso Importante: Leitura com Privacidade Recomendada!

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MAIS TARDE NAQUELA NOITE

Fechei os olhos por um momento, nervosa. O Audi R8 estava percorrendo pelas ruas vazias, me levando em direção a um encontro que eu nunca imaginei que teria. Havia se passado cerca de três anos desde que tive qualquer tipo de relação sexual. Meus desejos haviam sido deixados de lado quando Zayn ficou doente, e a ideia de procurar prazer em outros corpos nunca passou pela minha mente. Propostas foram feitas a mim ao longo do tempo, por amigos próximos e até mesmo por pessoas que me atraíram fisicamente, mas nunca considerei trair meu marido. No entanto, agora eu estava indo fazer exatamente isso, com Lauren Jauregui, a última pessoa na qual eu pensaria em me envolver, e o motivo tornava tudo ainda mais nauseante.

— Senhora? — O motorista abriu a porta traseira do carro e estendeu a mão.

— Ela te espera na cobertura. — Ele sorriu e me conduziu até a entrada do prédio.

Deixado sozinha, eu me vi diante de um elevador espelhado e iluminado. Quando as portas se abriram, me vi em um corredor amplo com apenas uma porta no lado esquerdo. Eu estava prestes a entrar no que parecia ser uma situação impossível de escapar.

Caminhei até a porta e, antes que eu pudesse bater, a maçaneta girou e a porta se abriu. Encontrei Lauren parada ali, e meu ar parecia sumir instantaneamente. Ela estava mais deslumbrante do que nunca.

Seus cabelos úmidos estavam puxados para trás, revelando seu rosto. Seus olhos verdes brilhavam intensamente, como cristais cintilantes. Não estava maquiada, mas sua beleza natural era mais do que suficiente para me deixar sem palavras. Tudo nela parecia luxurioso, ela irradiava isso quando olhava para mim, sua boca me atraía mais do que qualquer coisa. Era o oposto de Zayn, cuja beleza era angelical e pura, sempre sorridente e alegre, olhos doces e corpo esbelto. Perto dele, eu me sentia confortável. Lauren, por outro lado, me deixava insegura.

— Entre.

Apesar de sentir arrepios com seu olhar, engoli em seco e passei pela porta, sentindo-a se fechar atrás de mim. Estava no covil do lobo.

Caminhei à sua frente até o que parecia ser a sala principal. O lugar era luxuoso e espaçoso, com um tapete macio, móveis planejados e quadros pendurados nas paredes. Tudo era de bom gosto.

Sentei-me no sofá, segurando minha bolsa no colo com firmeza.

— Não vou roubar sua bolsa, Camila. — Ela falou com um riso suave. Caminhou até o minibar no canto da sala e serviu um copo de uísque.

— Aceita alguma coisa?

— Não.

— Está com medo?

— Não.

Eu estava mentindo. Não queria mostrar minha fragilidade.

— Tem certeza?

— Juro. Se pudesse escolher, não estaria aqui. — Forcei um sorriso sem graça e respirei fundo ao ver que ela se aproximava. Ela se sentou em uma poltrona em frente a mim e sorriu, levando o copo aos lábios para um gole.

— Fez uma escolha e aceitou. Não sinto culpa alguma.

— Você não tem sentimentos. Não me surpreende que não sinta nada além de orgulho próprio.

— Não me importo com o que pensa de mim. O que importa são os fatos. Você está aqui.

Fiquei em silêncio, sentindo que, apesar de manter uma postura firme, estava morrendo de raiva. Seu olhar parecia confirmar isso.

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