O Pior Momento - Parte 1

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No fim, uma semana se passou e o treino de Hayashi continuou. Até aquele ponto, Mitsuri e eu já havíamos visto toda a vila, visitamos praças, fontes termais, lojas; vimos praticamente de tudo. Já estamos planejando nossa volta. Hoje será o último dia que ficaremos. Mesmo Hayashi insistindo que queria continuar com o treino junto de Tanjiro, Mitsuri recusava... Bem, admito que foi por minha causa. O jeito que as pessoas nos olham... me irrita... Enfim, "amanhã... tudo isso vai acabar..."

-"Que saco... Vou ter que ir embora tão cedo. Ficamos apenas uma semana!... Quase não deu para aproveitar." Hayashi reclamava em voz alta por não caber em si mesmo. Aquela seria a última noite em que treinaria sua mira na floresta. O garoto criou toda uma rotina para treinar.

-"Mas tudo bem... Já que elas querem tanto, né..." Caminhava até o mesmo local de sempre enquanto refletia. "...Parando para pensar, em apenas uma semana, diversas coisas aconteceram. O tempo realmente voa, ein... Eu desenvolvi um aprimoramento na minha respiração... E Tanjiro quebrou o boneco de treino... Não faz mal, o derrotei na segunda luta com ele." Hayashi dava uma risada com aquele pensamento. "Pensar que minha nichirin ficou pronta tão rápido e a do Tanjiro só começou a ser forjada hoje... Que conveniente." Em mais alguns passos, finalmente chegava no local e, depois de um suspiro e um pequeno alongamento, tirava algumas bombinhas da minha pochete... bolsa... sei lá.

-"Acho que essa foi a melhor ideia que eu tive..." Meu treinamento sempre foi algo simples. Eu pegava alvos que haviam espalhados (gravetos, lixo, ou até mesmo folhas grudadas) e lançava as bombas nos objetos a uma distância longa. Agora, eu tenho oito bombinhas e dois "estrondos", como gosto de chamar, que são as mais fortes. Claro, para o treino, eu uso as mais fraquinhas, onde nelas há pouca pólvora.

Um tempo se passou e "...Que estranho... A floresta está mais quieta do que o normal hoje... O que será?" Nem tive tempo para completar meu raciocínio. Uma espécie de peixe ou algo assim apareceu atrás de mim. Era enorme, tinha dentes e conseguia se mover através de braços. Eu rapidamente desviei do ataque em um salto para frente, no puro instinto. "O que?! Um ataque pelas costas... Mas que porra é essa!" Eu olhava para aquilo. "Talvez um oni? Não, a anatomia é completamente diferente... Se concentra, Toji!" O peixe deu um salto para frente. Então, comecei a respirar...

-"Nobori Enten!" Eu parti aquele peixe em dois, mas...

-"Que porra..." Outros dois nasceram. Mas graças a isso, pude ver que... Eles estavam conectados a uma espécie de... pote? "Talvez... Se eu quebrar!" Os dois já partiam para o ataque, mas em um salto...

-"Kien Banjo!" Eu quebrei o vaso em um ataque de descida. Então, pude ver os vasos se quebrando. Finalmente ouvi um som ao longe... Um grito. Então, saí correndo em direção ao som. "Será que há mais deles?! O que está acontecendo? Isso não é um teste!? Não faz sentido ser... Eles atacaram para me matar, e aquilo não é algo que um humano faria!" Perdido em pensamentos, a noite começou. A segunda luta mais difícil que Hayashi teria até agora... Logo iria acontecer.

Hayashi rapidamente chegou lá, graças à sua respiração. Ele podia observar que Tokito também estava no local (Mitsuri falou o nome de Tokito à Hayashi). Parecia que já havia resolvido o problema. Koketsu agradecia o Hashira, mas o mesmo não parecia se importar.

-"O que está acontecendo!?" Me aproximei deles perguntando, ainda tenso.

-"Parece... Um ataque na vila... Não temos tempo para conversa." Tokito dizia, já começando a se afastar. Ele ia em direção à vila.

-"Espere!! Kanamori-san também está sendo atacado! Haganezuka-san esteve trabalhando sem parar na espada... Então, por favor, também ajude! Se nos atrasarmos por apenas um segundo, pode ser tarde demais. Então, por favor...!!" O garoto implorava por ajuda a Tokito. Eu entendo. Provavelmente, quem fez isso é forte... Muito forte... Eu não daria conta sozinho.

A Flor e a BorboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora