II - 𝕯𝖔𝖎𝖘

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JADE ACKERMAN.

Já passei por muita humilhação na minha vida. Mas ter o rosto pisado era nova para mim...

Meu tio sempre me dizia que eu era a pessoa mais forte. Em contrapartida minha mãe dizia que eu era a mais forte das incompetentes. Não sabia qual dos dois estavam certos, porém, eu só não espera que alguém literalmente esfregasse a resposta na minha cara.

Eu ainda fui humilde em ter somente empurrado a barriga dele com o pé... Se eu soubesse que ele iria chutar minha mão, me fazer cair no chão, colocar a faca no meu pedaço e esfregar a sola do sapato da minha cara eu teria feito 10x pior quando tive a oportunidade. Se bem que ele não deu um chute na minha cara quando teve a oportunidade. Dane-se, ele pisou no meu ego. Bem que meu tio dizia que ser boazinha as pessoas pisavam em você, só não imaginava que fosse tão literalmente.

Eu estava tão distraídas com o tanto de trocadilhos que eu poderia fazer com aquela situação que nem havia notado minha própria reação. Eu estava paralisada: rindo e ao mesmo tempo chorando de mim mesma. Eu desejava muito naquele momento poder contar tudo que aconteceu para o meu tio se ele estivesse ali, era muito ter alguém para contar suas desgraças e rir deles junto com alguém legal...

No mesmo instante em que eu tentava disfarçar o impacto da derrota, ajeitando minha aparência, uma mão se fechou firmemente em meu braço, puxando-o violentamente para trás. Meu coração parecia saltar do peito quando me deparei com o olhar furioso e penetrante dela. Era um olhar carregado de desdém e desaprovação, capaz de me fazer sentir insignificante.


O cabelo curto dela estava meio bagunçado e a minha faca que voou da minha mão no momento que o garoto chutou estava na posse dela.

- Por que diabos você permitiu que acontecesse aquilo com o seu pai?! - minha mãe gritou, bem rente ao meu rosto. Consegui sentir o cheiro de álcool que saía da boca dela, o que não era surpresa para ninguém.

- Mas eu não estava na ho... - apressei-me para dizer, mas ela interrompeu aos gritos.

- Você permitiu! Você permitiu! Eu não quero saber se você chegou a tempo ou deixou de chegar, a única coisa que quero saber são os resultados! Eu esperava que você conseguiria no mínimo concluir UMA tarefa, que era trazer o seu pai, e nem isso você conseguiu. Que tipo de Ackerman você é? Eu quero saber por que diabos você perdeu para a merda de uma criança?! Você é uma Ackerman! Você já nasceu superior a todos!

Conforme a voz dela crescia, os dedos delas se contrariam casa vez mais, apertando meu braço.

- E...Eu não sei - olhei para baixo, sem saber o que dizer. - Eu não sei onde errei. Eu pelo menos tentei... E eu...

- Você não sabe onde errou?! Eu sei, tudo! Desde o seu nascimento até hoje! - O espanto tomou conta do meu olhar. - Tentar não é o suficiente, não para uma Ackerman! Você entendeu agora do porquê eu te obrigo a treinar? Porque eu detecto um fracasso de longe.

Era até normal escutar isso, mas em público era completamente diferente. Olhei ao arredores e as mesmas pessoas que estavam assistindo a minha briguinha de segundos atrás com o garoto, também estavam assistindo minha de agora, rindo, como se fosse um espetáculo. Olhei um pouco para o canto e encontrei os três bandidos que tentaram me assaltar, observando.

- Mãe... - sussurrei, limpando a garganta -, pode falar o que quiser... mas em casa, por favo...

- Eu digo quando voltamos! EU DIGO! Agora você me chama de mãe, não é? Você passou todos esse anos me desprezando e quando você sente que sua reputação está em risco você me reconhece como mãe?!

BE MINE | Levi Ackerman X OcOnde histórias criam vida. Descubra agora