III - 𝕿𝖗𝖊̂𝖘

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Passagem de tempo

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Passagem de tempo.

LEVI ACKERMAN

— Eu estou muito boa no DMT!! — Isabel abriu um grande sorriso enquanto batia os dedos uns nos outros como uma criança ansiosa. — Não vejo a hora de fazer as manobras loucas que vocês fazem! Estou boa no DMT, né maninho?!

— Uhum — respondi. Realmente ela melhorou muito, porque antes só prestava para cair.

Farlan, que estava ao meu lado parou de andar e colocou o braço na frente de Isabel, impedindo-a de continuar andando.

— Tem crianças aqui, não vai dar para treinar aqui — disse ele. — Vamos procurar outro lugar.

Não era muito comum ter crianças em um lugar tão afastado do centro do Subterrâneo. Por ser um local grande e com pouco movimento, era o melhor lugar para Isabel treinar, era longe das pessoas e principalmente dos guardas, pois Isabel é um perigo constante.

— Droga! — Isabel revirou os olhos e deu meia-volta, decepcionada. — Vamos para o nosso outro lugar, agora!

Procurei por um instante o responsável pelas crianças, mas nenhum sinal dele. O Subterrâneo não é lugar para crianças sozinhas, ainda mais em um local tão afastado das pessoas. Normalmente, ficam apenas os bandidos sangue-frio e outros homens de índole questionável.

Em meio às crianças, uma voz feminina falava alguma coisa que eu não conseguia ouvir direito devido ao barulho das crianças. A princípio pensei que fosse uma criança sentada, mas olhando direito não era. Ali estava a responsável.  Aproveitando um momento em que uma criança insuportável que ficava pulando sem parar se afastou um pouco, consegui ver apenas o perfil da mulher relance.

Não me era estanho aquele rosto. Eu não conseguia lembrar muito bem da voz, mas desconfiava que era a mesma garota da mãe maluca que encontrei meses atrás. Tinha quase certeza.

— Tá olhando o que maninho? — falou Isabel por cima do meu ombro.

A criança atentada finalmente saiu da frente dela. A garota virou um pouco o rosto, mas foi o suficiente para que eu consiga ver um tapa-olho e reconhecê-la.

Quem diria que a pessoa que imaginei que estivesse morta há muito tempo, estava bem viva... E dando facas para crianças.

Passaram-se vários meses sem aquela garota dar nenhum sinal de vida e por muito tempo Isabel sentiu-se culpada por ter causado toda aquela confusão, afinal de contas, ela que escolheu a pessoa que iria assaltar naquele dia. As intenções de Isabel nunca foi de matar alguém, mas sim sobreviver. Eu dizia que pelo menos fizemos nossa parte ao oferecer à garota uma chance de entrar para o nosso grupo e ficar definivamente distante da mãe; ela recusou, então era problema dela; recusou a chance de continuar vida.

— Olha só quem está lá — eu disse, apontando com a sombrancelha para a garota.

Simultaneamente, Isabel e Farlan viram o rosto em direção às crianças. Eles demoraram uns segundos a mais para reconhecer a garota, mas assim que a compressão bateu abriram bem a boca.

BE MINE | Levi Ackerman X OcOnde histórias criam vida. Descubra agora