XXII - VINTE DOIS

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Para a infelicidade de Levi, não teve o tempo que gostaria de ter tido com a Jade, pois recebera um chamado de Hange para que comparecesse com urgência à prisão abandonada, pois supostamente o homem que assassinara o pastor havia sido capturado e precisavam conseguir aquelas informações. A única coisa ele conseguiu perguntar a ela foi onde esteve todos esses anos. Entretanto, as respostas foram ditas com pressa por Jade, porque era como se ela sentisse uma extrema necessidade de contar tudo o mais rápido possível para não perder mais tempo, era como se sentisse que fosse perdê-lo de vista, além disso, o veneno ainda mantinha o seu trabalho de atrapalhar a coordenação motora, e todo o instante Jade perdia a linha de raciocínio.

— Tenha calma — pediu Levi, com a voz baixa; e Jade percebendo que não falava nada com nada, respirou fundo.

— Desculpa... — a voz de Jade saiu meio falhada, sentia uma dor aguda em seu rosto e braço, e também um mal-estar.

Pausou, pensando na ordem certa:

— Não foi fácil — reformulou ela, enquanto Levi permanecia ao seu lado, apenas ouvindo e fazendo os últimos ajustes no esparadrapo. — Fico triste em saber que perdi muito tempo da minha vida , mas de qualquer forma eu precisava de um tempo mesmo, não sei se cinco anos eram mesmos necessários, mas não sei, né. Me arrependo de tantas coisas... principalmente das barbaridades que passava pela minha cabeça, e gostaria muito que tudo isso não se passasse de um pesadelo, mas cada dia naquele lugar de merda, fui entendo que a vida é assim mesmo e não posso fazer nada para mudar. Sinceramente, foi uma época que mais guardei rancor, não conseguia enxergar nenhum outro lado da história além da minha. Sei lá!

Jade interrompeu subitamente suas palavras, sentindo o olhar de Levi. Ela reconheceu naquele olhar dele a capacidade de resgatar parte de sua adolescência e reviver momentos que julgava perdidos. Sentia que depois de anos de tempestades e turbulência finalmente a hora da calmaria estava a chegar... pelo menos esperava que sim.

— Confesso que fiquei com muita raiva de você — ela fechou os olhos, os braços se cruzando. — Óbvio. Sério, se eu não tivesse brigado com a aquela idiota do cachecol vermelho teria... não sei nem o que faria com você. Sabe... — soltou uma risadinha —, tentei irritar aquela chata para sentir aquele prazer de ter alguém para incomodar, mas não deu não. Não tem graça irritar outra pessoa, só você mesmo é engraçado.

Jean que estava escondido escutando tudo cochichou para Connie ao seu lado:

— "O capitão engraçado?! — exclamou ele, desacreditado. — Os socos que ela recebeu na cara deve ter afetado o cérebro dela... ou o senso de humor dela é estranho. O capitão nem sorri!, quem dirá fazer piada!"

— "Ela quis dizer que só tem graça irritar ele, não que ele é engraçado, seu burro — intrometeu-se Sasha, a cara fechada. — Essa guria vai pagar por todas as minhas batatas. Agora por causa dela estou com fome! Não quero saber dela!'

— "Cala a boca, morta de fome! — ralhou Jean. — Eu só apanhei no meio disso tudo! O único que saiu ileso foi o Armin, até nosso capitão tomou uma."

Levi, meio sem jeito, levantou-se.

— A Hange está me chamando... — disse. — Você vem comigo?

— Que pergunta mais burra — Jade levantou-se num pulo — Me dê um motivo para não ir ver a Hange?!!! Eu amo ela!! Vamos? No caminho a gente conversa. Quero saber da sua vida também.

— Perderá seu tempo, em minha vida não aconteceu nada de interessante... pelo menos até hoje. Isso que aconteceu devo confessar que me surpreendeu.

Jade não quis saber de desculpas.

— Para de besteiras, você vai ter que se esforçar mais para me convencer.

BE MINE | Levi Ackerman X OcOnde histórias criam vida. Descubra agora