[Nome].
– Eu disse que o abuso de remédios iria deixar ela assim... – Eiko murmurou para meu pai.
– Pensei que demoraria mais...
– Olhe essa cartela. Eu recentemente entreguei a ela e já está na metade, ela está tomando o triplo que deveria! – bufei ao ouvir o barulho do plástico nas mãos dela. – Se ela continuar nesse ritmo... ela pode acabar...
– Eu estou bem aqui. – resmunguei com a cara grudada no travesseiro. – E eu não falei que não queria ajuda de vocês?
– Eu chamei outra funcionária para te ajudar no banheiro. Vai dizer que só quer somente a ajuda dela agora? – meu pai indagou, me fazendo rir sarcasticamente.
– Ela também era sua amante? – indaguei levantando o rosto, com um sorriso presunçoso nos lábios.
Eiko encarou-me confusa, diferente do homem que apenas cerrou o maxilar.
– [Nome]... – ele suspirou. – Eiko... pode deixar a gente... a sós?
– Vai lá Eiko. – meu pai mais uma vez me repreendeu com o olhar. Ele estava nitidamente desaprovando o meu comportamento, eu nunca agi dessa maneira antes.
– Está agindo como uma criança birrenta! – o homem exclamou após a mulher se retirar do meu quarto.
– E você como um péssimo pai, mas nunca esfreguei isso na sua cara.
– Você é simplesmente... – ele grunhiu irritado. – Vou ser sincero com você, está bem!?
– Tem que ser agora? – tombei a cabeça para trás, sentindo a mesma latejar. – Minha cabeça vai explodir.
– Sim, e você vai me ouvir. – o colchão se afundou minimamente, ele se sentou sobre minha cama.
– Como se eu tivesse outra alternativa... – me arrumei sobre a cama, encarando-o entediada. – Vai... fala sobre eu ser uma Wamuro e que ser filha da puta está no meu sangue. Ou sobre o fato de eu ser obrigada a me casar com um otario com poderio só porque algum idiota dessa família disse que isso é o certo a se fazer!
– Acha que eu ajo dessa forma porque eu quero!?
– Eu teria que pensar o contrário!?
– Somos mais parecidos do que pensamos [Nome]. Eu era igualzinho a você na minha adolescência.
Me mantive em silêncio, sua frase me pegou de surpresa.
– Eu também não queria estar nessa família, mas não tive escolhas. Mas confia em mim, estou impedindo que você tenha o maior sofrimento da sua vida.
– Tsc... que merda está falando? Você me traumatizou de todas as formas possíveis.
– Ao menos estou impedindo que veja a pessoa que ama morrer. – meu cenho franziu. – Eu sei que está saindo com alguém, eu não ligo, é sério. Mas eu não posso dizer o mesmo do resto da família.
– Acredite [Nome], eu os desafiei, e paguei o preço. Eles vão atrás da pessoa que ama e irão matá-la, sem piedade. Tudo a custo de você se casar com quem eles querem.
Sua voz soava embargada, eu sabia que ele não estava mentindo.
– E se não for eles... vão colocar uma arma na sua mão e obrigar a fazer isso você mesma. – ele apontou na minha direção. – Não cometa o mesmo erro que eu.
– Porque nunca me falou isso antes?
– Porque é bem mais fácil pra mim fingir que gosto disso tudo... e fazer você acreditar que também gosta. Mas você não é um robô como eles... você quer liberdade.
– E é algo que eu não poderei ter. – meu olhar se desviou do seu. Ele suspirou e voltou a falar.
– Algum dia... talvez... é só que... vai demorar muito. – ele se levantou. – Então não julgue eu estar com Eiko... ela foi a única escolha que fiz depois que casei obrigatoriamente com a sua mãe.
– O que acontece se um Wamuro se envolver com alguém de gangue? – os olhos deles se arregalaram.
– Eu espero que não esteja pensando em se envolver com algum delinquente...
– Não. É só uma situação hipotética... para eu evitar. – menti enquanto olhava os seus olhos. Creio que ele saiba que eu estou mentindo.
– Não faça isso. – disse pausadamente. – Se não quer a pessoa morta, não faça isso! Se afaste dessa pessoa se não quer que o pior aconteça...
– Eu já entendi! – exclamei frustrada, sentindo minha cabeça doer cada vez mais. – Porra eu... – senti lágrimas se acumularem em meus olhos. – Me deixa sozinha.
Ele somente assentiu com a cabeça e fez o que eu pedi. Respirei fundo e joguei meu corpo sobre a cana novamente.
Merda estou sentindo que vou vomitar de novo. Minha cabeça está tão confusa que sinto minha visão embaçar e minhas têmporas latejarem.
Toda a minha visão construída de meu pai, foi uma farsa?
...
Mikey.
– Ei Fuyuki. – parei em frente ao mais alto, ele me olhou dos pés à cabeça e então pronunciou de forma entediada.
– O que?
– Tem notícias de [Nome]?
– Porque eu teria? – ele tentou continuar caminhando, mas eu o impedi.
– Tenho certeza que tem notícias sobre ela.
– Tsc... – ele suspirou. – Está doente, algo sobre ter abusado de medicamentos, é só isso que eu sei. – ele desviou de mim e continuou o seu trajeto.
“Eu já tomei remédios muito fortes para dormir e esqueci até como que fazia xixi.”
“Deve ser acostumado a tomar muitos remédios para dor também, não é?”
As frases da garota ecoaram na minha cabeça, acompanhando de fortes flashbacks. O que a fez abusar desses remédios?
Ela está bem?
Eu deveria mandar mais uma mensagem?
O que diabos eu deveria fazer?
Levei as mãos sobre meu cabelo, sem saber onde descontar a minha ansiedade. Porque diabos eu tenho que me sentir assim!? É torturante.
– Ta... – meu olhar levantou para encarar Fuyuki. – Está me dando agonia ver essa sua cara de desespero, está patético.
– Veio aqui só pra falar isso?
– Eu posso ter uma forma de você ver ela. Sem o pai dela ou os demais Wamuros desconfiem. – meus olhos se arregalaram, ele realmente estava falando sério?
– Hoje eu irei lá, minha mãe está insistindo... posso te levar e podemos fingir que você também faz parte do conselho e que vamos discutir um projeto. – o escutei atentamente. – Não é a primeira vez que faço isso, não teria porque eles desconfiarem.
– Mas porque... estaria me ajudando?
– Não estou ajudando você. – ele gargalhou. – Estou ajudando a [Nome].
– Se tornaram amigos de repente?
– Não é da sua conta. – ele sorriu forçadamente. – Aceita ou não? Estou sem tempo para ficar aqui ouvindo você falar.
– Eu aceito.
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𝐹𝑖𝑛𝑔𝑒𝑟𝑠 𝐶𝑟𝑜𝑠𝑠𝑒𝑑. - 𝑀𝑎𝑛𝑗𝑖𝑟𝑜 𝑆𝑎𝑛𝑜, 𝑀𝑖𝑘𝑒𝑦.
Fiksi Penggemar𝑃𝑟𝑜𝑚𝑒𝑠𝑠𝑎𝑠 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑓𝑜𝑟𝑎𝑚 𝑜𝑠 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑛𝑎 𝑓𝑎𝑚𝑖́𝑙𝑖𝑎 𝑑𝑒 [𝑁𝑜𝑚𝑒], 𝑝𝑟𝑜𝑚𝑒𝑠𝑠𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑣𝑒𝑚 𝑠𝑢𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒, 𝑞𝑢𝑒𝑏𝑟𝑎𝑟 𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎́ 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑔𝑖𝑡𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜. 𝑶�...