Cap. 14 Síndrome de Peter Pan

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              De pés e mãos atadas, sem rumo, sem saber o que fazer e como sair dessa enrascada que seu irmão lhe enfiou, Arizona se pôs a chorar como uma criança perdida em seu antigo quarto, ela sabia dos problemas no banco, fora informada pelo seu gerente que valores altos sumiram de sua conta particular a alguns meses. Melhor dizendo, exatos um mês antes do casamento  de seu irmão.

Por sorte e por ser cliente há  vários anos, o gerente abriu uma auditoria para investigar o crime de responsabilidade fiscal para ressarcir Arizona, pois ninguém saca quantias exorbitantes e deposita ao mesmo tempo.

Sua cabeça rodava junto de seu estômago,  parecia que estava na maior montanha-russa do mundo, em sua mente abriu todas as caixas de problemas de uma única vez, aquela mulher de raciocínio calmo e lógico parecia um emaranhado de fios desencapados dando curto-circuito prestes a explodir.

Era informação demais e ao mesmo tempo, não havia saída.

Problemas em sua conta, perda da sua cobertura e suas jóias, era difícil encontrar uma linha de raciocínio um pouco mais calma e
agora perder o emprego de pouco mais de uma década, doze anos para ser exato. Era demais.

Arizona se questionava como e porque Derek a demitiu e pior, por telefone.

Naquele exato momento Bárbara que passava no corredor com destino ao seu quarto, se sentiu o pior dos piores ao ouvir sua filha chorar de soluçar.

E como não ficar arrasado com as lágrimas amargas de um filho inocente,  honesto e honrado?  Impossível.

Bárbara sabia que seu filho Timothy errou feio, o viu errar e não o impediu. Ela o tratou como criança quando deveria puni-lo como o adulto que é, mas não,  ela abraçou seu filho e o protegeu como uma fera.

-Arizona....- chamou Bárbara do batente da porta- me escuta. Seu irmão é assim mesmo, ele não fez por mau, é coisa de criança e....

-Cala boca.  Cala a porra da sua boca Bárbara. Seu filho não é um menino, não é criança mais. Timothy já é um homem. Ele me roubou.

-Arizona,  nunca mais fale neste tom com sua mãe- taxou Daniel que vinha logo atrás da mulher- E se não gostar das minhas regras, a porta da rua é serventia da casa.

-Se fosse ao contrario?

-Como?!- questionou o casal-

-Se fosse ao contrário,  se eu tivesse roubado o filhinho mimado de vocês,  o que fariam?

Sem pensar duas vezes, Daniel atravessou o cômodo e deu um tapa no rosto de Arizona. O peso da mão do homem foi tamanha que a loira chegou a ficar tonta.

-Nunca mais fale neste tom dentro da minha casa...

-Isso é o que você,  vocês fazem comigo caso eu roube não é mesmo? Mas tratam o ladrão do filho de vocês como uma eterna criança.

-Se não está satisfeita a porta da rua é serventia da casa.

-Muito bem Daniel,  eu vou sair da sua casa como já fiz uma vez, só que dessa vez não irei pagar a hipoteca ou qualquer outra dívida que o filho de vocês tenha feito.

-Cala Ari. - pediu Maggi horrorizada com o rumo da conversa-  Não precisa falar mais nada, tá todo mundo no mesmo barco,  não é coronel?

-Aqui tia Maggi- Owen trazia as malas da mulher junto de Tedd-

-Tia , se importa de dividir o quarto com a Ari? -pediu Tedd-  é que estamos de volta e ....

-Me importo Teodora.  Arizona fica no quarto dela, você no seu com os seus filhos e eu vou ficar no quarto do Timothy.

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