Cap. 17 Não tem preço

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Arizona

Na medida em que as horas iam passando, lentamente a medicação ia fazendo efeito e o quadro clínico da loira evoluindo.

Antes do almoço Daniel apareceu com Bárbara no hospital para ter notícias da filha, claro que para entrar fora do horário de visitas o homem anunciou na portaria ser coronel da marinha,  portanto,  ninguém se atreveu a barrá-lo.

Por coincidência Daniel e Bárbara encontraram Arizona no corredor,  ela retornava ao leito depois de uma consulta com o psicólogo e uma longa conversa com Spinoza, um agente renomado do FBI que investigava o roubo em sua conta no banco. Aproveitando a oportunidade,  Arizona deu queixa do irmão por usurpar seu nome e lhe roubar tudo.

Assim que chegaram ao quarto destinado a loira, os internos responsáveis pelo caso a deitaram na maca, ajeitaram o soro e se retiraram para que a mesma pudesse conversar com os pais.

-Vieram me bater de novo?-perguntou Arizona com a voz fraca assim que ficou à sos com os pais no quarto-

-O que houve minha filha?-perguntou Bárbara com amor-

-Nada não. Estou bem.

-Não precisa mentir Arizona, estamos vendo que não. O que aconteceu?-questionou Daniel-

-Não entendo o porquê da preocupação,  se todo mundo sabe que passei mal por causa do filho de vocês terem me roubado na cara dura e pior,  você coronel, o defender com unhas e dentes.

-Você não entende Arizona.

-O que eu não entendo é o por quê me bater se o errado é o filho de vocês.

-Ele é seu irmão,  Arizona.

-Eu não tenho irmão.

-Arizona. -repreendeu Daniel-

- Vão embora. Já que não aceitam a verdade,  tenham pelo menos respeito por mim por estar internada. Caí de cama graças ao filho ladrão de vocês que me tirou tudo.

-Espero que não o tenha denunciado mocinha.-taxou Daniel-

-Vai me devolver o que seu filho mimado roubou ?

-Ele não te roubou.

-Ha não?! Ele fez o que então?

-Isso é coisa de criança,  releva garota.

-Releva? Coisa de criança? Já que o filho de vocês não pode responder pelos próprios erros, vocês vão arcar com as consequências.

-Minha filha.

-Sem essa de minha filha, Bárbara.  Ou vocês me devolvem até o último centavo roubado ou irei tacar sua criança na cadeia.

-Se você fizer isso, não entra mais na minha casa.

-Como queira. Agora se me dão licença.

Devido ao estado de saúde de Arizona e sabendo quem ela namorava, os internos pediram ajuda a uma enfermeira para retirar as visitas fora de hora do quarto da loira, pois o recomendado era repouso absoluto, sem estresse e alimentação saudável, ou seja, nada de ir pra casa por um bom tempo.

Daniel saiu do hospital sem dizer aonde iria, pela sua expressão de ira, ninguém duvidava que ele mataria um por receber um simples bom dia.

Bárbara ficou, ela não podia simplesmente dar as costas a filha, não nessa hora e sabendo que o culpado era Timothy. Mesmo não assumindo os erros do filho em voz alta.

Como mãe, entendia os motivos de cada filho, mesmo não concordando com suas atitudes, por ela, voltaria no tempo só pra ver seus três filhos brincando no jardim de casa. Mas como o tempo não volta, ela via sua familia ruir e não poder fazer nada.

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