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Jimin

Quando abro os olhos, fico momentaneamente confuso com o teto de tijolos em cima de mim. É estranho acordar aqui depois de passar uma semana dormindo em hotéis.

Saio da cama e vejo que o chão está vazio e o cobertor e os travesseiros estão
empilhados perto do closet. Pego minha nécessaire e vou até o banheiro.

Ouço a voz de Jungkook na sala de estar:

— Não, mãe, ele tem que ir hoje. A mãe dele está esperando.

— Será que a mãe dele não pode vir para cá? Eu adoraria
conhecê-la —, responde Trish.

De jeito nenhum.

— Não, a mãe dele… não gosta muito de mim —, diz ele.

— Por que não?

— Ela diz que não sou bom o suficiente para Jimin, acho. Talvez por causa da minha aparência.

— Qual o problema com a sua aparência? Jungkook, nunca deixe ninguém fazer você se sentir inseguro.
Achei que você gostava do seu… estilo?

— E gosto. Quero dizer, não dou a mínima para o que as pessoas pensam. Menos o Jimin.

Fico boquiaberto, e ouço Trish dar risada.

— Quem é você, e o que fez com o meu filho?

Em seguida, ela acrescenta, com um toque genuíno de felicidade na voz:

— Nem me lembro da última conversa que tivemos em que você não me chamou de um monte de nomes. Faz
anos e anos. Isso é bom.

— Já chega… Já chega… —, murmura Jungkook, e eu rio escondido, imaginando Trish tentando abraçar o filho.

Depois do banho, decido me arrumar por completo antes de sair do banheiro. Sei que é uma covardia da minha parte, mas preciso de um pouco mais de tempo
antes de colocar um sorriso falso no rosto para a mãe de Jungkook.

O sorriso, no entanto, não chega a ser
completamente falso… E isso é parte do problema, me lembra meu inconsciente. Me diverti bastante ontem, e tive a melhor noite de sono em uma semana.

Assim que os cachos do meu cabelo estão quase perfeitos, guardo os cosméticos de volta na nécessaire e
ouço um leve toque na porta.

— Ji? —, pergunta Jungkook.

— Já acabei —, respondo e abro a porta, e o encontro encostado no batente, vestindo uma bermuda comprida
cinza de algodão e uma camiseta branca.

— Não queria apressar você nem nada, mas estou apertado.

Ele me dá um sorrisinho, e eu aceno com a cabeça. Tento não notar o caimento da bermuda em sua cintura,
deixando as letras cursivas tatuadas na lateral de seu corpo ainda mais visíveis sob a camiseta branca.

— Vou me vestir e já vou embora —,digo a ele.

Ele olha para o lado, concentrando-se na parede.

— O.k.

Vou para o quarto, me sentindo terrivelmente culpado por mentir para a mãe dele e sair tão cedo. Sei que ela
estava muito animada para me conhecer, e estou indo embora logo no segundo dia.

Ponho uma camiseta branca e uma jaqueta preta por cima, já que está muito frio para ficar sem ela. Na verdade seria melhor só colocar uma calça jeans e a camiseta, mas adoro esta jaqueta, ela me dá uma estranha sensação de autoconfiança, algo que realmente preciso hoje.

AFTER - Depois da verdade  -  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora