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Jimin


Assim que pegamos a estrada, Trevor e o sr. Kim retomam o que parece ser uma conversa séria sobre o preço do metro quadrado em um prédio novo em Seattle.

Yuna me cutuca com o cotovelo e depois imita, com as mãos, os dois falando.

— Esses meninos são sérios
demais —, diz.

— Trevor comentou que o seu carro está com algum defeito.

— É. Não sei o que foi
ainda —, respondo, tentando manter a voz tranquila, o que se torna mais fácil com o sorriso gentil de Yuna.

— Ontem não quis pegar de jeito nenhum, então chamei alguém para consertar. Mas Jungkook já tinha mandado alguém buscar.
Ela sorri.

— Persistente, hein?
Solto um suspiro.

— Pois é. Só queria que ele me desse um tempo para absorver tudo isso.

— Absorver o quê? —, pergunta ela.

Esqueço que Yuna não sabe da aposta, da minha humilhação, e eu certamente não quero contar. Ela só sabe que Jungkook e eu terminamos.

— Sei lá, tudo. Tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, e ainda não tenho nem onde morar. Parece que ele não está levando isso a sério como
deveria. Acha que pode brincar comigo e com a minha vida como se eu fosse uma marionete. Que pode simplesmente aparecer e pedir desculpas que tudo vai ser perdoado, mas não é assim que funciona. Não mais —, concluo, com um suspiro pesado.

— Gostei de ver. Fico feliz que não esteja deixando ninguém se aproveitar de você.

É um alívio que Yuna não peça mais detalhes.

— Obrigado. Eu também.

Estou realmente orgulhoso de mim mesmo por ter peitado Jungkook e não ter me rendido a suas pressões, mas, ao mesmo tempo, me sinto péssimo pelas coisas que disse ontem. Sei que ele merecia, mas não consigo deixar de pensar:
E se ele realmente estiver tão preocupado quanto diz? Mas, mesmo que em algum lugar lá no fundo ele esteja arrependido, não acho que
seja o suficiente para garantir que não vai me magoar de novo.

Porque é isso que ele faz: machuca as pessoas.

Mudando de assunto, Yuna diz, toda animada:

— A gente devia sair hoje à noite logo depois da última palestra. No domingo, esses dois vão passar a manhã toda em reuniões, então nós dois podemos fazer umas compras. E talvez seja uma boa ideia sair no sábado à noite também. O que você acha?

— Sair para onde? —, pergunto, rindo.

— Tenho dezoito anos.

— Ah, por favor. Hajun conhece um monte de gente em Seattle. Com ele, você entra em qualquer lugar.

Adoro o jeito como seus olhos brilham quando fala do sr. Kim, mesmo que ele esteja bem na frente dela.

— Legal —, digo.

Nunca fui “para a noite” antes. Fui a
algumas festas da fraternidade, mas nunca pisei numa casa noturna nem nada do tipo.

— Vai ser divertido, não se
preocupe —, Yuna me assegura.

— E você precisa usar essa calça —, ela
acrescenta, com uma gargalhada.


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AFTER - Depois da verdade  -  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora