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Jimin

— Esse negócio é uma
delícia! —, praticamente grito
para Yuna ao mandar goela abaixo o restante de minha bebida frutada.

Reviro o gelo avidamente com o
canudinho para não desperdiçar nada.

Ela sorri.

— Quer outro? — Seus olhos estão um pouco vermelhos, mas Yuna ainda mantém a compostura, enquanto eu já estou me sentindo esquisito e meio zonzo.

Bêbado. É a palavra que estou procurando.
Concordo com a cabeça ansiosamente e me vejo tamborilando os dedos nos joelhos ao ritmo da música.

— Tudo bem? —, Trevor ri ao perceber.

— Tudo. Muito bem, aliás! —, grito por cima da música.

— Agente precisa dançar! —, diz Yuna.

— Eu não danço! Quero dizer, não sei dançar, não esse tipo de
música! — Nunca dancei do jeito que as pessoas na pista estão fazendo, e normalmente ficaria paralisado
de medo de me juntar a elas.

Mas o álcool correndo em minhas veias me dá uma coragem que nunca tive.

— Que se dane, vamos
dançar! — Exclamo.

Yuna sorri, então se vira e dá um beijo nos lábios de Hajun, mais longo que o normal. Depois, num instante está de pé me puxando do sofá em direção à
pista lotada. Ao passar por um corrimão, olho para baixo e vejo os dois andares inferiores repletos de pessoas
dançando. Parecem todos tão perdidos em seu próprio mundo que formam uma visão intimidante e intrigante ao
mesmo tempo.

Yuna, evidentemente, dança muito bem, então fecho os olhos e simplesmente tento deixar a música tomar conta de meu corpo. Fico me sentindo estranha,
mas tudo o que quero é me enturmar.

Isso é só o que me resta.

Depois de várias músicas e mais dois drinques, a pista começa a girar. Peço licença para ir ao banheiro, pego minha bolsa e abro caminho em meio a um mar sem-fim de corpos suados. Sinto o telefone vibrando na bolsa, então tiro o aparelho para ver quem é.

Minha mãe.

De jeito nenhum vou atender a essa ligação – estou bêbado demais para falar com ela agora. Quando chego à fila do banheiro, algo me faz olhar a lista de mensagens, e imediatamente enrugo a testa ao perceber que Jungkook não me mandou mais nenhuma.

De repente posso ver o que ele anda fazendo…
Não.
De jeito nenhum. Isso seria irresponsável, e amanhã eu iria me arrepender.

Na fila do banheiro, as luzes piscando contra as paredes começam a me incomodar. Procuro me concentrar na tela do celular, esperando a sensação ir
embora. Quando a porta de uma das cabines finalmente se abre, entro às pressas e me debruço sobre o vaso
sanitário, esperando meu corpo se decidir se vou ou não vomitar.

Odeio essa sensação. Se Jungkook estivesse aqui, iria me trazer um copo d’água e se oferecer para segurar
meu cabelo.

Não.

Ele não faria nada disso.

Eu devia ligar para ele.

Percebendo que não vou passar mal, saio da cabine e vou até a pia. Após apertar uns botões no celular,
equilibro-o entre o ombro e o rosto e pego uma toalha de papel. Coloco o papel sob a torneira para molhá-lo, mas a torneira não abre até eu sacudi-lo diante do sensor – odeio essas pias automáticas.

AFTER - Depois da verdade  -  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora