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Jimin

Vou ao banheiro para tirar a maquiagem e me recompor. A água quente lava todas as evidências da
minha manhã agitada, e fico realmente satisfeito por estar aqui.

Apesar de tudo por que Jungkook e eu passamos, fico feliz em saber que ainda tenho um lugar seguro ao seu lado.

Jungkook é a única coisa constante na minha vida.
Lembro dele dizendo o mesmo para mim uma vez.

Estava falando sério?

Mesmo que não estivesse, acho que hoje ele pensa assim. Só queria que me falasse mais sobre seus sentimentos.

Vê-lo perder o controle ontem foi o
máximo de emoção que já o vi expressar desde que nos conhecemos.

Queria poder ouvir as palavras por trás das lágrimas.
Volto para o quarto e vejo Jungkook colocando minhas malas no chão.

— Fui lá embaixo buscar suas coisas —, ele explica.

— Obrigado, espero não estar incomodando —, digo e me abaixo para pegar uma calça de moletom e uma
camiseta.

— Quero você aqui. Você sabe disso,  né? —, ele diz em voz baixa.

Dou de ombros, e ele franze a testa.

— Você devia saber a esta altura, Ji.

— Eu sei… É que a sua mãe está aqui, e eu com todo esse drama e essa choradeira —, argumento.

— Minha mãe está feliz que você esteja aqui, e eu também.

Sinto meu peito se inflamar, mas mudo de assunto.

— Vocês têm algum plano para hoje?

— Acho que ela queria fazer compras ou coisa do tipo, mas podemos ir amanhã.

— Podem ir, eu me entretenho sozinho.

Não quero que ele cancele os planos com sua mãe, que não vê há mais de um ano.

— Não, sem problema. Você não precisa ficar sozinho.

— Estou bem.

— Jimin, o que eu acabei de dizer? —, ele rosna, e eu o encaro.

Jungkook parece ter esquecido que não decide mais as coisas por mim. Ninguém mais pode fazer isso. Ele suaviza o tom e se corrige.

— Desculpa… pode ficar. Vou fazer compras com ela.

— Assim é bem melhor —, digo e tento conter um sorriso.

Jungkook tem sido tão gentil, tão… medroso nos últimos dias. Mesmo que estivesse errado em me pressionar a
sair com eles, não deixa de ser bom saber que ele ainda é o mesmo.

Vou até o closet para trocar de roupa e, assim que tiro a camiseta pela cabeça, ele bate na porta.

— Ji?

— O quê? —, digo.

Depois de um instante, ele pergunta:

— Você vai estar aqui quando a gente voltar?.

Solto um suspiro impaciente.

— Vou. Nem tenho outro lugar para ir.

— Certo. Se precisar de alguma coisa, me liga —, ele pede, e a tristeza em sua voz é nítida.

Poucos minutos depois, ouço a porta da frente bater e saio do quarto. Talvez fosse melhor ter ido com eles, para não ficar aqui sozinho com meus pensamentos.

AFTER - Depois da verdade  -  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora