Todos de sua família estão chateados consigo.
Talvez, estivessem apenas mostrando uma face escondida, que transmitia ressentimento desde que pôs seus pés de volta em casa, há anos atrás. Ele entendia bem o significado daquilo, deveras esperto e não ignorante o suficiente para reconhecer o significado de desprezo, quando sentia-se deixado de lado.
Por outro lado, mesmo tendo de lidar com a antipatia de sua irmã, os constantes olhares de desaprovação da sua mãe quando o via passar pelos corredores, era como se não fosse nada. Aquele pesar todo, não conseguiria machucar uma alma que já se encontrava tão afundada em devaneio.
Por mais sete dias ele continuou com a sua velha rotina, de sair bem cedo e chegar muito tarde. Em momentos exatos que o fariam evitar de encontrar-se com qualquer outra pessoa vivente naquela mansão gigantesca. Todavia, durante uma certa noite, a qual lhe ocorreu chegar mais cedo, a primeira coisa a afogar seus tímpanos ao atravessar a sala, foram sons de grito e choro.
Agoniado com o aquilo poderia significar, Satoru subiu as escadas em um frenesi, consequentemente pior ao ter noção de que vinham do quarto de Momo.
Um susto ele teve ao ver o que poderia ser uma espécie de boneca feita de madeira, sendo lançada pela porta ainda aberta. Mei, a qual estava o tempo inteiro em frente à soleira, recuou assustada com o ataque, assim como, a batida severa que foi dada na mesma porta em seguida.
— O que está acontecendo?!
Apenas em ter de escutar a voz dele, a mulher procurou esconder sua face chorosa, e sem desejar dizer algo à ele, tratou de sair imediatamente. Kiyoko, junto de uma das criadas, assistiu toda a situação, em especial, quando viu Satoru erguer as mãos, indignado com a indiferença de Mei para com sua pessoa.
Afoito, o homem encarou sua mãe com uma certa expressão que mostrava pressa por respostas, mas ao ver que não as teria, se viu zangado.
— Certo, certo. Continue zangada comigo se quiser, eu não me importo!
Kiyoko entortou os lábios e fechou os lábios, segurando os próprios braços em uma forma de amenizar a ansiedade, a princípio, deixando-o se aproximar.
— Mas me diga, o que raios está havendo?! — ele insistiu.
— A Momo está doente. — por fim, a mulher explicou, olhando-o de frente.
De imediato, os olhos azuis dele pousaram na porta do quarto da sua sobrinha, agora fechada. E por dentro, pôde sentir um pouco de adrenalina causada pela notícia um pouco chocante.
— Ela está piorando, não quer comer e a febre aumentou de ontem para hoje. Então quando a Senhorita Mei disse que iria chamar o médico da família, ela se trancou no quarto! — a criada acrescentou, temerosa enquanto juntava suas mãos.
— Toda aquela gritaria foi por causa disso?
— Ela não quer dar ouvidos, Satoru! Fica impossível de algo ser feito deste jeito. — ao contrariar a pergunta feita por ele, Kiyoko argumentou, tendo em vista a verdade.
— Pirralha teimosa, eu vou falar com ela.
— Melhor não, não sabemos se pode ser contagioso, além disso, ela está chateada com você. — impedindo-o antes mesmo de ir em direção à porta, a última frase dita por si o fez encará-la desacreditado.
— Chateada comigo?! E porquê?!
— Por que você criou um bafafá e fez a Utahime ir embora! Ela sente falta dela! — pelo amargar daquela conversa, ele nem sequer conseguiu processar a fagulha inconsistente que foi ouvir alguém mencionar Utahime, depois de semanas. — Por isso a menina está doente, ela está triste.
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𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐎𝐎𝐋𝐈𝐆𝐀𝐍 - 𝐆𝐎𝐉𝐎𝐇𝐈𝐌𝐄
FanfictionAno de 1957, mesmo após a tragédia irrefutável da Segunda Guerra, Satoru continuou vagando sem propósito em mente, absorvido pela dor do passado. Após a chegada de Utahime em sua vida, ele viu-se mudando, mesmo que pouco a pouco, graças ao que aquel...