Capítulo 9;

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Apenas mais tarde da noite anterior, enquanto revirava alguns livros postos nas prateleiras esquecidas da biblioteca de sua família, Satoru deu por falta de umas antigas obras sobre aviação. Ele as havia lido durante a sua infância, e pelo peso sentimental que estas lhe traziam, não houve resistência da sua ocorrente indisposição para sair de casa e vir a uma biblioteca no centro da cidade.

Amedrontado pelo peso que carregava consigo em suas mãos ao descer um longo lance de escadas desde a entrada do prédio, quase veio a tropeçar se não fosse graças à facilidade de apoiar-se em um pilar, com a mão.

— Maldição… — ele praguejou para si mesmo, sua mão estava dolorida.
— Satoru Gojo?

A partir disto, foi impossível ignorar o chamado pelo seu nome e sobrenome, fazendo-o virar em direção exata à direita da calçada, uma lufada fina de ar frio bagunçou seus fios de cabelo esbranquiçados.

Surpreso, o sujeito entreabriu os lábios ressecados pelo frio para respirar melhor.

— Yuta Okkotsu? — incrédulo pela face de anos atrás que agora testemunhava no presente, ele indagou. 

O referido, de primeiro nome Yuta, e antigo conhecido vindo diretamente do seu passado, sorriu, amigável. Assim como ele, descrente por encontrá-lo tão espontaneamente, em uma situação randomica. Bem, fora impossível não reconhecer aquela cabeleira branca distinta logo ao pôr seus olhos em cima, apesar do tempo.

— Que inusitado. Já tem alguns anos que nos vimos. — a afirmação surgiu dele, que com cautela se aproximou, de mãos dadas com uma mulher.

Desde a cerimônia de condecoração da RAF, presumo eu. Satoru palpitou para si mesmo, descrente se os dois tinham se encontrado após esta única vez.

— Digo o mesmo. Como tem estado?
— Muito bem, pelo que pode ver. — Yuta fez menção de apontar para a bela moça ao seu lado, que acenou, simpática. — Esta é minha esposa, Maki.
— Prazer. — para cumprimentá-la, Satoru esticou sua mão e um aperto foi selado.
— Igualmente.

Yuta percebeu como ele lutava para conseguir segurar todos os livros sobre uma mão e cumprimentar sua esposa com a outra, e em segundos, fez a pergunta: — Quantos livros, posso ser um pouco curioso para perguntar qual será seu uso?

— Apenas leitura, para mim mesmo, nada demais. — sincero, apesar de ocultar detalhes, Satoru afirmou.
— Entendo.
— O que você está fazendo agora? — a curiosidade acerca da vida de Yuta após seu tempo como tenente na força aérea real, o assolou, ao ponto de questionar.
— Eu? Sou delegado.
— Nossa, isso é ótimo.
— Acredite, há seus pesares e dificuldades. — singelo, o homem soprou uma risada e sua esposa sorriu encarando-o. — Mas é recompensador. E você?

— Estou… experimentando algo novo todo dia.

Seria desnecessário contar que na verdade estive me enfiando em situações perigosas e principalmente… fora da lei nos últimos anos.

— Fico feliz por isso. Enfim, mande lembranças para o Suguru por mim. — Satoru ficou surpreso por ele lembrar do seu amigo, mesmo recordando de ter falado poucas vezes sobre durante o seu período no exército.

Ele sempre evitava falar para os outros sobre o seu pai, naquela época, futuro nome proposto para ser governar o país. Restando apenas algumas conversas vagas sobre sua mãe, irmã, e seu amigo aspirante a diretor de cinema, vulgo Suguru.

— Você pode parabenizá-lo por conta própria quando ele lançar o seu filme e voltar do exterior. — Satoru sorriu, confiante em sua resposta que mais soou como afirmação.
— Não me diga, ele conseguiu mesmo?!
— Sim.
— Ah… espero que tudo dê certo para ele.
— Eu também.

𝐓𝐇𝐄 𝐇𝐎𝐎𝐋𝐈𝐆𝐀𝐍 - 𝐆𝐎𝐉𝐎𝐇𝐈𝐌𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora