Capítulo 12

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Daemon acordou primeiro, tinha tido um péssimo sonho, guerra, sangue e morte era do que se lembrava, ele olhou pra janela e notou que estava prestes a amanhecer. Rhaenyra havia se mexido e estava encolhida a seu lado, ele se levantou, beijou sua testa e resolveu ir até o seu gabinete. Ele tinha que começar a listar seus possíveis aliados se quisesse reinar ao lado de sua esposa.
Ele sorriu, ela era sua esposa agora e era obrigação dele protegê-la e cuidá-la, com ou sem a promessa que fez a Viserys. Sentou na mesa e começou a nomear famílias que ele já teria apoio. O resto eles teriam que ir pessoalmente para negociar.
Algumas horas depois Rhaenyra se levantou, ainda estava de camisola e era perfeita mesmo sonolenta e ainda de cabelos bagunçados. Ela se aproximou e o abraçou por trás, viu o que estava fazendo e perguntou:
- Não teremos lua de mel não é mesmo?
- Fiz uma promessa a mim mesmo e a seu pai. Pretendo cumprir com minha palavra. Alicent acha que está em vantagem, ela não perde por esperar.  
- O que conseguiu até o momento?
Juntos eles ficaram debatendo quem eles conseguiriam como aliados e ficaram bastante satisfeitos, sete das quinze famílias de Westeros já apoiavam Rhaenyra e Daemon, o restante eram contra ou se mantinham neutras. Decidiram então irem até os neutros.
Foram 4 famílias no total, e assim que finalizaram seu café da manhã, montaram em Caraxes e Syrax até o primeiro reino. Levaram ambos os dragões pois queriam exibir seu poderio, obviamente. Viajaram por uma semana e três famílias declararam seu apoio a eles. Estavam em obvia vantagem, e voltaram felizes até Dragonstone, porém ao se aproximarem de sua casa, notaram algo terrivelmente errado, havia uma enorme fumaça na região, Daemon e Rhaenyra se entreolharam apavorados e ordenaram para que seus dragões voassem mais depressa.
Quase tudo estava destruído, pouquíssimos empregados haviam conseguido sair do castelo com vida, ele não podia acreditar no que estava vendo, ele havia cuidado tão bem do seu castelo, finalmente tinha conseguido sua paz e tudo o que construiu não existia mais. Rhaenyra estava arrasada, tinha ido ajudar a cuidar de alguns feridos.
Daemon sabia que incêndios assim não iniciavam do nada, se aproximou da entrada e percebeu um manto esverdeado ao chão. Assim que o pegou, o ódio que há tempos não sentia ferveu em seu sangue em questão de segundos.
- HIGHTOWER! FOI ELA!!! - gritou ele, erguendo o manto para todos verem.
Estava bem claro que tinha sido uma tentativa de assassiná-los, Rhaenyra estava pensando no que fazer, Daemon queria ir imediatamente a fortaleza vermelha e acusar Alicent pela destruição de seu lar. Mas ela o impediu, eles teriam que planejar algo melhor, havia consenso entre ambos de que Alicent e seus apoiadores teriam que morrer.
Resolveram que Rhaenyra iria a fortaleza vermelha sozinha, enquanto que Daemon visitaria cada reino que os apoia e os reuniria para reivindicar de vez o trono perante os Hightower.
Se despediram rapidamente e ela montou em Syrax para ir até sua antiga casa, chegou lá em poucas horas e assim que pousou, ela soube que havia algo de errado. Havia bastante movimentação de soldados e empregados, ela parou um deles que congelou assim que a reconheceu:
- Princesa!!
- O que aconteceu aqui? - perguntou ela séria.
- Princesa... Seu pai... Ele faleceu há algumas horas.   
Rhaenyra sentiu o seu mundo desabar, ela viu tudo girando e se sentou ali em pleno corredor, só pensou em uma pessoa que poderia ajudá-la naquele momento.
- Chame Harwin! Imediatamente! - disse ela, lágrimas já rolavam por seus olhos.
Harwin era capitão da guarda, e secretamente seu espião ali. Ele chegou em minutos, surpreso por sua presença.
- Princesa, o que está fazendo aqui?
- Meu pai realmente está morto?
Ele baixou a cabeca e disse: - Sinto muito Rhaenyra!
- Algo foi minuciosamente planejado Harwin - disse ela aos prantos - Drangonstone foi incendiada, não sobrou quase nada. Muitos de nossos empregados e amigos morreram. Daemon e eu só não morremos porque não estávamos lá no momento do incêndio.
Isso não pode ser coincidência... Tentaram eliminar você e Daemon, seu pai infelizmente conseguiram.
- Como assim? Você sabe de alguma coisa?
- Ouvi meu irmão Larys mandar um dos empregados buscar acônito há algumas semanas. Tentei rastrear o rapaz mas não consegui.
- Harwin... Meu pai não piorou do dia pra noite... O envenenaram aos poucos.  
Ele acenou brevemente, concordando com sua teoria. Rhaenyra estava tremendo, o plano de Alicent quase havia dado certo, ela poderia estar morta agora, de repente não se sentiu nada segura ali, o pânico tomou conta dela. 
- Onde está o corpo dele?
Harwin a levou até o quarto de seu pai, Alicent estava lá, assim como Otto Hightower, seu pai. Imediatamente ambos ficaram a postos, como se estivessem prestes a atacar, notou a expressão surpresa de ambos, mas foi apenas por um segundo.
- Como vc...? O que está fazendo aqui?
- Vim pedir auxílio ao meu pai, e descubro que ele acabou morrendo. Como foi que isso aconteceu? - perguntou ela chorando, olhando com raiva para Alicent.
- Ele se deitou ontem bastante cansado, reclamando de dores por todo o corpo, deite-me em meu quarto, e na manhã de hoje, os empregados vieram para ajudá-lo em seu banho, mas o encontraram sem vida.
Rhaenyra sentiu seu corpo todo tremer em ódio puro, sabia que era uma mentira nojenta e a falta de emoções apenas mostrou o quão fria era aquela mulher.
- Onde está Daemon? Seu marido não deveria estar com você? - perguntou Otto
- Estou aqui. - Daemon entrou e abraçou sua mulher.
Ele observou seu irmão, finalmente com a expressão pacífica e dirigiu seu olhar para seus dois maiores inimigos a frente: Otto e Alicent.
- Vocês mandaram queimar Dragonstone. E agora meu irmão está morto.
- O que? Dragonstone foi incendiada? - disse Otto fingindo surpresa.
- NÃO ME FAÇA DE IDIOTA!
- Daemon! - Rhaenyra alertou.   
A tensão era pálpavel, mas seu marido continuou.
- Confesse seus crimes e pouparemos a vida de ambos.
- Não cometemos crime algum. - disse Otto sem alterar sua expressão séria.
- Vocês vão me dizer que o incêndio do meu castelo, e a morte de meu pai foram casos isolados? - perguntou Rhaenyra, sentindo o ódio novamente aumentar.
- Uma imensa tristeza os acontecimentos de hoje, a fortaleza vermelha está de portas abertas para receber o príncipe e princesa, até que decidam o que fazer. - falou Alicent.
Daemon riu.
- Príncipe e princesa Alicent? Viserys nomeou Rhaenyra como sucessora, ele faleceu, o que faz minha esposa Rainha e eu o Rei, seu Rei.

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