Fogo e Sangue

Capítulo 13

Otto se movimentou repentinamente, como se fosse atacá-lo, mas foi interrompido pela porta se abrindo, Howard Stark e Corlys Velaryon entraram, e não poderia ter sido em momento melhor.
Momentos antes, Daemon havia sentido um pressentimento horrível a caminho do castelo de Corlys Velaryon, assim que contou tudo, ele se colocou imediatamente a seu lado, após isso, foram juntos até os Starks, antes de voltarem para a Fortaleza Vermelha para buscar Rhaenyra.
Assim que chegaram souberam da morte do rei e Daemon ficou desesperado, e se tivessem aproveitado a oportunidade e matado sua menina também. Ele jamais perdoaria a si mesmo! Pediu aos dois homens que aguardassem de fora por uns instantes e entrou no quarto do irmão com o coração apertado.
A tensão era imensa, Otto quase o atacou, mas Howard e Corlys entraram naquele momento.
- Vocês dois estão exilados de Westeros, sob acusação de matarem o Rei Viserys e da tentativa de assassinato de Daemon e Rhaenyra, vocês tem até o dia de hoje para irem embora. - disse Howard.
- Se houver resistência queimarei os dois e seus filhos em pleno jardim para que todos vejam. - disse Corlys.
- Isso não ficará assim! - Alicent falou, mas saiu do quarto.  
Assim que a porta se fechou, Rhaenyra o abraçou, e pranteou seu pai, ele deixou que descarregasse suas emoções, mas internamente planejava uma atitude que sabia ser extremista. Entretanto não havia outra maneira, se quisessem ter paz, uma paz verdadeira, ele teria que fazer isso, porque nenhuma outra pessoa seria capaz de tal ato. 
Daemon deixou Rhaenyra cuidando do funeral de seu pai, e foi até Caraxes, o deixou celado e pronto para o "passeio". No final do dia, Alicent, seus filhos e Otto estavam prontos para irem embora. Ele soube que Criston ficaria, mas daria um jeito nele depois.
Esperou cerca de uma hora para montar Caraxes e ir atrás da caravana dos Hightower, e quando os encontrou, ficou satisfeito ao saber que estavam longe o suficiente, silenciosamente Caraxes os sobrevoou. Mandou o dragão dar meia volta e quando chegou o momento, Daemon gritou:
- DRACARYS! - e o céu noturno se iluminou com as chamas, explodindo tudo abaixo.
Daemon desceu após alguns minutos, não iria cometer o erro de deixar alguém vivo, ele havia lançado três jatos de fogo, mas nunca é demais verificar. Tudo estava destruído e ainda havia vários focos de incêndio, encontrou um pingente da casa Hightower, guardou-o no bolso e saiu dali.
Chegou ao castelo tarde da noite, encontrou sua esposa sentada em um canto do seu antigo quarto, ele se sentou ao seu lado e apoiou a cabeça dela em seu ombro. Ficaram ali em silencio, e ela acabou adormecendo, ele conseguiu transportá-la para a cama sem acordá-la e abraçou-a para que sentisse que não a tinha abandonado.
Quando acordou, sentiu o vazio ao lado dele imediatamente e se levantou assustado, mas ouviu barulho no banheiro e então relaxou. Ele foi até lá e a viu deitada em uma banheira cheio de espuma, havia chorado e isso era óbvio pelas olheiras, mas quando o viu, conseguiu abrir um pequeno sorriso.
- Entre aqui comigo.
Ele entrou, e ela se colocou a frente dele, apoiou a cabeça em seu peito e ele a beijou no pescoço antes de perguntar como ela estava se sentindo naquele momento.
- Vazia. Não consigo acreditar que eles fizeram isso...
- Sinto muito por tudo Rhaenyra...
- Ela o olhou, e pôde sentir o que viria a seguir.
- Não podemos prantear para sempre, agora serei definitivamente a rainha de Westeros. E você o meu rei.
- Vamos governar juntos. Temos grandes chances de unir os sete reinos assim como nosso ancestral Aegon, o Conquistador.
- É o meu maior objetivo. Chega de conflitos, chega de ameaças de guerra, estamos todos cansados disso.
Quando saíram do quarto, e foram tomar seu café eles notaram um burburinho na mesa, Harwin apareceu para dar a notícia que Daemon estava aguardando.
- Senhora... Tenho uma notícia nada agradável a dar. Encontraram há algumas horas a comitiva da família Hightower, estava incendiada. Não sobrou nada, não há nenhum sobrevivente.