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QUARTA

- Bom dia, loirinha.

Os olhos de Chris desceram pelo meu corpo, mesmo na habitual presença dos seus amigos e do meu irmão. Lambeu lentamente os lábios e, da mesma forma, subiu os olhos castanhos até aos meus azuis claros.

Respirou fundo e balançou a cabeça, voltando a lamber os lábios secos.

- Estás um arraso.

Balancei somente a cabeça e fechei a porta do carro do Lukas, estacionado lado a lado com os Mercedes e Porsche.

Adentrei na escola pouco á frente dele, sendo novamente alvo de comentários e olhares, visto a presença dos três cobiçados logo atrás. Fiquei constrangida, embora mantendo-me de cabeça, sempre, erguida até chegar junto delas.

Sentei-me no banco e coloquei a mala nas pernas, revirando os olhos de imediato. Ouvi as gargalhadas das minhas amigas. Percebi que os temas eram mais do mesmo.

- Os pais da Eva vão estar fora este fim de semana, então, nós vamos dar uma festa. - Eva, encarava a Vilde. - Vens?

- Se estamos nisto juntas....

- Eu sabia que ias acabar por mudar de ideias! - A loira saltou do seu banco, abraçando-me toda sorridente. - Os penetrators também vêm. Não faz mal, pois não, Eva?

- Convidaste-os?

- Sim! Enviei mensagem ao William. Eu sei o que vais dizer, mas ele pediu-me desculpas por ter dito aquilo que disse.

- A sério? - Arqueei somente a sobrancelha, pois não imaginava algo do género acontecer. A rapariga apenas assentiu. - Vamos ter que fazer algo para angariar dinheiro! - Mostrou-me uma folha rabiscada com ideias.

- Cobrar a entrada? - Li. - Dez euros acho que é demasiado, assim não vai resultar. Metade pelo menos. - Opinei. - O que acham?

- Precisamos de pagar um autocarro para a festa final de secundário... - Interrompi a Chris, sem ser mal educada. Ainda faltavam três anos e já pensam nisso.

- Faltam três anos. A ideia agora é ganhar fama e não comprar o autocarro.

O debate prolongou-se até a campainha tocar.

UMA E MEIA

Os corredores estavam impossíveis, após a campainha oficializar o final de uma aula, para a hora de almoço e para algumas turmas o final de mais um dia na escola.

Não era o meu caso. Ainda tinha uma última aula dentro de duas horas e meia. Ao chegar ao cacifo, com imensa dificuldade, reparei que era protegido por duas raparigas. Reconheci Iben e desconhecia quem a acompanhava.

Parei junto delas, querendo ter acesso ao meu cacifo, o que não me foi permitido. Encarei-a, a morena de cabelos compridos.

A única que tinha problemas comigo.

- Precisas de alguma coisa? - Elevou o tom de voz, preparada para dar espetáculo. Com a mão apoiada na cintura e a outra no cacifo.

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Onde histórias criam vida. Descubra agora