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QUINTA

- Desculpa o atraso loirinha, como estás? - Olhei para o rapaz, levantando os olhos do telemóvel ao senti-lo mais perto de mim.

- Sem vontade para ter explicações. Acho que podemos adiar por uma semana. Ou duas. Talvez três? - Ele soltou uma risada, esticando-me a sua mão para que me levantasse.

- Concordo contigo. Para além disso, estás a conseguir apanhar de início. - Concordei. - Bem, plano B para a nossa tarde? - Encolhi os ombros, saindo da biblioteca. - Só vou ter com os rapazes mais à noite, o que queres fazer?

- Não sei. Alguma coisa em mente?

Ele fingiu-se pensativo, pousando o braço nos meus ombros, pensando que estava desprevenida e que nada lhe ia dizer. Arqueei a sobrancelha e a sua gargalhada invadiu o corredor, antes de tirar, calmamente, o seu braço.

O Chris fingiu alguma tristeza e eu simplesmente lhe mostrei um sorriso. Ambos saímos da escola, recolhendo alguns olhares.

Não me importei tanto quanto antes por tudo o que havia criado com o moreno. A ligação que ao longo das últimas semanas fomos fortalecendo, o facto de o conhecer melhor e sentir o carinho que nutria por mim, dava-me confiança.

Dentro do carro, decidimos ir para o apartamento do rapaz, onde podíamos estar mais à vontade e sem correr riscos de sermos vistos ou de apanhar outra molha.

- Achas que podes vir com o teu irmão?

- Onde?

- Vamos ter uma reunião de grupo por causa da festa de amanhã. - Contou-me. - Ele falou-me do jantar com os vossos pais.

- Como é óbvio, não vou estar nessa reunião. - Os seus olhos voaram da estrada até mim.

- Porque não?

- Porque não faço parte do vosso bus. E porque é muito estranho, não achas?

- Pelo menos estávamos juntos. Por quanto tempo vais querer esconder? É que isto de evitar-te nos corredores não faz sentido. E está a ser um desafio maior do que pensei.

- O tempo que achar necessário, Chris.

- Como queiras. O teu próprio irmão está do nosso lado, não sei o que te assusta. E não digas o que acho que vais dizer.

Encolhi simplesmente os ombros.

- Quais são os teus receios? Achas que vai estar a inventar coisas constantemente?

- O que é que tu achas? Pensei que estavas de acordo com a situação. Estou a tentar, Chris. Mas não quero tentar com a pressão dos comentários e dos olhares desnecessários.

O moreno nada me respondeu, pousou a mão na minha perna e apertou-a levemente. Tornou-se o caminho mais silencioso já feito entre nós. Podia compreender o seu lado, apesar de querer jogar o máximo de tempo pelo seguro.

Na sua casa, optamos por uma tarde de ronha, onde vimos dois filmes seguidos na televisão. Era sempre algo que me preenchia o coração, quando estávamos somente os dois.

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Onde histórias criam vida. Descubra agora