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Atualização 1/8

IZABEL

Estava exausta de tanto insistir em ligar para Leon. Evidentemente eu não era tão importante ao ponto de pelo menos receber uma mísera mensagem explicando o que estava acontecendo.

-Não está doendo? -Héstia questionou receosa ao tocar meu braço.

-Não... -Falei ao tocá-lo vagarosamente observando a vermelhidão no local. -Acho que não vai ficar com algum hematoma... -Deduzi ao olhá-la. -O que você acha?

-Acho que o senhor Leon ficará irritado. -Proferiu temerosa. O ouvir aquilo revirei os olhos e suspirei profundamente.

-Leon não achará nada, Héstia! -Passei a mão em meu rosto. -Não vê? Ele nem mesmo atende minhas ligações. -Mostrei o celular para Héstia que apenas assentiu. -Ele transferiu dinheiro para minha conta tem uns quarenta minutos, mas não achou importante responder minhas mensagens e nem saber como estava. -Falei frustrada ao arremessar o celular na cama.

Héstia olhou discretamente para o relógio em seu pulso e passou as mãos nos braços num ato de ansiedade.

-Hoje não é aniversário da sua neta? -Sorri tristemente ao sentar-me na poltrona.

-Sim, da caçula do meu filho mais velho. -Respondeu sorridente ao enfiar a mão no bolso e pegar o celular em seu bolso afim de mostrar as fotos de uma bebê como uma típica avó "babona" e orgulhosa.

-E o que ainda está fazendo aqui?

-Não quero deixá-la sozinha, senhora... -Franzi o cenho. -Quero dizer, Izabel. Seu dia hoje foi conturbado e além disso... -A interrompi.

-Vá para o aniversário da sua neta, Héstia! -Empurrei seu braço lentamente incentivando-a a ir embora.

Havia me tornado uma mulher deplorável. Onde perdi o eixo da minha vida? Não conseguia nem mesmo reconhecer o reflexo da Izabel através do espelho.

Finalmente cheguei no lugar que tanto almejei e estranhamente o vazio parmanencia, talvez estivesse ainda maior.

Caminhei até o armário e tateei as inúmeras peças de roupas que ali estavam. Eram peças e mais peças. A grande maioria ainda com etiqueta e outras permaneciam nas sacolas das suas respectivas lojas e marcas. No entanto, optei por usar um vestido barato e simples de linho branco. Prendi meu cabelo de maneira qualquer e aceitei minha solidão enquanto olhava saudosa para as redes sociais das minhas amigas.

Enviei uma foto da garrafa de vinho que estava prestes a beber e rapidamente tive um retorno das mesmas declarando o quanto invejavam minha vida e o quão sortuda eu era por estar vivendo daquela maneira. Bom, na teoria eu estava vivendo o auge do meu sonho, mas na prática... O vazio parecia crescer a cada gole daquele líquido absurdamente caro.

-Que saco, Leon... -Murmurei frustrada ao olhar para o meu celular uma última vez. Não queria continuar naquele martírio. Era deprimente.

Balancei minha cabeça negativamente e agarrei a garrafa tomando alguns goles do conteúdo no gargalo.

-Que se danem todos! -Falei ao levantar.

Não sei ao certo quando peguei no sono. Talvez minha própria companhia houvesse causado todo aquele desânimo, tédio e exaustão.

[...]

Não esperava ver Eros parado diante mim naquelas circunstâncias. Mesmo sonolenta conseguia notar o quão bonito estava. Suas carícias causaram um arrepio instantâneo por todo o meu corpo que rapidamente respondeu ao seu toque.

-Eros... -Balbucei.

-Trouxe um presente pra você. -Falou ao pegar algo no bolso. Ainda estava sonolenta e tentando compreender a razão da sua presença ali. Virei e continuei o encarando em silêncio. -Dei a você aquele bracelete simples de metal e entendi que também possuía valor apesar de achar o contrário, mas queria te presentear com algo mais único... -Eros ergueu a mão e mostrou uma corrente. -Pedi pra que fizessem especialmente pra você. -Falou ao olhar de maneira orgulhosa para o objeto em sua mão.

Levantei parte do corpo e peguei o colar com cautela enquanto admirava o mesmo.

-É único? -Questionei estarrecida.

-Sim.

-É lindo! -Sorri ao olhar para o cordão de design delicado. Um pingente pequeno que fazia alusão ao sol incrustado por discretas pedrarias que brilhavam conforme movimentadas.

-Quer colocá-lo? -Eros parecia estar satisfeito com meu entusiasmo.

-Quero... -Virei e segurei parte do meu cabelo de modo que ele pudesse colocá-lo sem maiores dificuldades.

Um arrepio involuntário cruzou meu corpo ao sentir as mãos de Eros tocar meu pescoço numa carícia mais ávida.

-Seu cheiro é tão viciante, Izabel... -Murmurou próximo ao meu ouvido enquanto afundava parte do seu rosto na curva do meu pescoço. Fechei meus olhos ao sentir sua respiração quente pairar sob minha pele.

Apenas despertei daquele transe ao sentir que o cordão já estava em meu pescoço. Levantei e fui até o espelho para vê-lo com mais atenção, no entanto fui seguida por Eros que ficou atrás de mim enquanto eu o encarava através do reflexo.

-Gostou? -Questionou ao tocar meu ombro.

-Muito... -Sorri brevemente ao tocá-lo.

-Irei enchê-la de joias de hoje em diante. -Seu tom de voz decidido fez com que eu sorrisse novamente.

-Por que logo agora, Eros? -Indaguei ao suspirei profundamente. -Se esqueceu do que disse? Pois eu não. -Falei com firmeza ao passar as mãos em minha face em um gesto de impaciência.

Eros por sua vez não respondeu nada naquele momento, apenas segurou meu corpo com firmeza contra o dele limitando quaisquer espaço que nos separava de modo que o calor de seu corpo e respiração se tornassem um único sistema.

-Eros... -Pedi ao sentir meu corpo fraquejar prontamente.

-Quem está parando quem, Izabel? -Sussurrou com seu habitual tom presunçoso. -Você nem sabe o quanto esperei para vê-la usando esse colar. Somente ele. -Seu hálito quente pairava próximo do meu rosto causando leves tremores em minhas pernas. -Sentada em meu colo enquanto meus braços prendiam seu corpo de maneira que você não pudesse mais fugir de mim... -Continuou e ao perceber que meu corpo tornou-se mais tenso o canalha sorriu. -Tão fraca... -Provocou. Senti seus dedos acariciarem minha coxa e em seguida segurar a barra do vestido que cobria meu corpo. Eros começou a erguê-lo lentamente enquanto eu apenas assistia cada gesto dele totalmente entorpecida por aquele par de íris azuis que sabiam exatamente o poder que possuíam.

Em poucos segundos aquela peça branca estava caída aos meus pés. Eros guiou meu corpo até a cama e eu sentei enquanto o observava parado diante de mim.

-O que eu devo fazer com você, Izabel? -Seu tom de voz abafado demonstrava o quão ansioso também estava.

-Tudo... -Indaguei totalmente entregue aos seus toques e comandos. Eros esboçou um sorriso sádico ao segurar em meu queixo erguendo meu rosto. Seu polegar resvalou em meus lábios pressionado-os vagarosamente parecendo apreciar cada sensação que me proporcionava.

Ele ergueu meu corpo e seu olhar parecia preso em meus lábios. Apenas fechei meus olhos ao sentir minha boca ser tomada por ele em um beijo carregado de premência. Seus dedos fecharam-se em minha nuca e eu relaxei meu corpo ao sentir minha cintura ser envolta em seus braços assim como havia prometido minutos antes.

No entanto, aquele momento de êxtase foi entrrompido pelo som estridente e insistente do meu celular.

-Meu celular... -Falei ao olhar em volta.

-Deixe tocar! -Respondeu impaciente.

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