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IZABEL

Ficamos por mais de uma hora naquela "guerra fria" entre olhares e sorrisos carregados de segundas e terceiras intenções, mas aquela coisa estava me deixando entediada, Eros não queria ceder e eu muito menos.

-Que saco... –Bufei ao finalizar meu terceiro drink. Boa parte das garotas já estavam trocando carícias pra lá de "pesadas" com os amigos ou sei lá o que eles eram do Eros, apenas Kai e Cérbero continuavam sentados e centrados próximos dele como dois cães de guarda.

Até mesmo Alexia já havia arranjado distração para sua noite. Estava ficando farta em ter que esperar pelo Eros, mas ele estava enganado se pensava que eu cairia aos seus pés.

-Já estou indo. –Leah falou ao esbarrar em uma das mesas, ela estava mais agitada que o normal, talvez pelo fato de ter secado duas garrafas de saquê em menos de duas horas.

-Cuidado! –Aconselhei ao olhar para trás e ver que um homem loiro de quase dois metros esperando por Leah no fim dos degraus.
-Po-pode... –Ele deu alguns passos para o lado enquanto tentava ajeitar sua bolsa. –Pode deixar! –Sua voz estava "embolada" e eu pedi aos céus que a protegessem.
-Hora de acabar com essa palhaçada... –Murmurei ao virar em sentido contrário do Eros, ficando de costas para ele. –Vamos ver se você vai conseguir aguentar por mais tempo! –Provoquei ao sorrir de maneira perversa.

Dançar nunca foi meu forte, sempre achei meio exaustivo tal coisa para atrair ou criar um clima mais quente, sempre fui do tipo que parte para ação, para algo mais eficaz. Bom, aquela situação exigia o meu melhor, e eu faria o máximo para que Eros caísse daquele seu pedestal onde ele se denominava dono do mundo. Que ingênuo!

Caminhei em passos lentos e decididos até ele, que sorriu de uma maneira vitoriosa como se estivesse prestes a receber um prêmio, ele achava que eu iria ceder antes dele.

-Posso? –Tomei o copo de uísque de sua mão e entornei o restante do líquido em minha boca em um único gole, de imediato senti todo meu corpo arrepiar-se com aquele sabor forte. Eu realmente não estava acostumada com bebidas, ainda mais tão fortes como aquelas, já ele parecia estar bebendo água ou a bebida mais doce do mundo, mantinha uma feição relaxada. –Hum? –Falei fingindo indiferença ao passar minha mão nos cantos da minha boca. –Você queria mais? –Franzi o cenho. Eros sorriu de maneira maliciosa, parecendo entender meu jogo.

-Temos um problema então? –Ele falou num tom baixo e rouco.

-Não sei. –Suspirei ao ajoelhar diante dele, não como um gesto inferior ou algo que me deixava "aos seus pés", eu iria fazer com ele pedisse por mim. –Se você quiser... Pode me beijar para pegar de volta e sentir o sabor. –Provoquei. Eros moveu seu corpo para frente e inclinou-se um pouco em minha direção, mantendo alguns centímetros de distância do meu rosto, prendi minha respiração como aquele gesto.

-E... –Eros mirou seu olhar em meus lábios e depois fixou o olhar dele ao meu, eu sentia seu hálito quente pairar sobre meu rosto. –E se eu quiser provar outros sabores seus? –Balbuciou ao me questionar com um sorriso sacana no canto de sua boca.

Apenas sorri totalmente satisfeita ao ouvir aquilo. Eros conseguia fazer com que ondas de calor atravessasem meu corpo sem que ao menos tocasse nele.
Mesmo já estando com diversos homens, de todos os físicos, personalidades e características diferentes eu me sentia uma virgem ansiosa por estar ao seu lado, querendo ser tocada de todas as maneiras possíveis e inimagináveis. Eu o queria, e era recíproco.

-Então aproveite. -O desafiei com um sorriso carregado de intenções pra lá de sujas. -Sou toda sua. -Falei ao tocar em seu braço. -Por essa noite. -Conclui ao erguer meu corpo.

-Por essa noite? -Retrucou com um sorriso sádico no canto dos lábios.

-Depende de quanto pagar ou... -Toquei na barra do meu vestido e o puxei para baixo. -Ou até que eu enjoe do você ou vice-versa. -Indaguei com naturalidade.

-Você acha mesmo que está no controle, Izabel? -Eros falou num tom mais baixo ao também erguer seu corpo em um único movimento. -Acho que está na hora de mostrar que está completamente errada se pensa que pode ditar as regras desse jogo. -Eros agarrou firmemente meu braço, mas não de uma maneira que fosse feita para me machucar ou algo do tipo.

-Pra onde vamos?

-Não quero ter que esperar. -Se limitou a dizer.

Antes que pudéssemos sair daquele ambiente virei minha cabeça e encontrei um par de olhos carregados do que parecia ser fúria. Leon. Eles nos observava atentamente e por um momento senti meu corpo estremecer por ser alvo de um olhar tão pesado.

-Onde estamos indo? -Questionei ao atravessarmos um grande corredor com chão de camurça preta e com diversas portas. Eros passou um cartão e a trava eletrónica prontamente destravou.

-Cadê seu espírito selvagem de alguns segundos atrás, Izabel? -Suspirei pesadamente com aquela provocação e adentrei naquele cômodo sendo seguida por Eros. Meu olhar percorreu pelo ambiente que deduzi ser uma sala privativa de jogos, pois haviam inúmeras mesas de sinuca e de outros tipos.

-Transar em uma mesa de sinuca não me parece muito prazeroso. -Desdenhei ao tocar o tecido verde da mesa com as pontas dos dedos.

-Tenho certeza... -Eros aproximou-se de mim por trás e eu prendi a respiração ao sentir seu corpo quente prensar o meu. -De que mudará de idéia em poucos minutos.

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