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IZABEL

-Gostou?

-É maravilhoso! -Falei deslumbrada. Leon apenas sorriu ao observar minha agitação enquanto eu caminhava pelo ambiente. Ele pediu para que colocassem minha mala em um canto qualquer e depois fez sinal para que saíssem do quarto, pedido esse que foi acatado de imediato.

-Izabel... -Leon gesticulou para que eu fosse até ele. -Esse cartão aqui é pra você. -Falou ao entregar o pequeno objeto em minhas mãos. Eu não fiz cerimônia alguma para pega-lo, hesitação ou modéstia não faziam parte do meu estilo de vida.

-Posso usar quando e quanto eu quiser? -Questionei ao arquear as sobrancelhas e sorri de maneira maldosa.

-Depende... -Leon mudou sua expressão ao vir em minha direção lentamente. -Terei algum retorno? Será um negócio vantajoso?

-Totalmente! -Provoquei ao passar as mãos ao redor de seu pescoço enquanto impulsionava meu corpo para cima afim de alcança-lo. Os braços de Leon circularam meu quadril firmemente, prendi minha respiração ao sentir meu corpo ser erguido sem esforço algum. Nos encaravamos de maneira perigosa, ambos pareciamos sedentos por algo e antes que pudéssemos pensar em qualquer outra coisa, ele limitou ainda mais a pequena distância que nos separava, sua respiração quente misturava-se com o aroma forte de seu perfume caro. Aquilo era uma armadilha para mulheres... E eu estava caminhando para aquele penhasco com um grande sorriso nos lábios.

-Parece uma troca justa. -Seu tom de voz possuía um duplo sentido quase natural. Leon pousou o dedo polegar em meus lábios e eu fechei meus olhos ao sentir aquele frenesi tão característico. Não demorou mais que cinco segundos para meus lábios fossem atacados por um beijo pra lá de feroz. Me esforcei ao máximo para campanha-lo enquanto sua mão segurava meu pescoço pressionando o mesmo para frente, aquele ato possuía urgência. Minha boca foi preenchida por sua língua quante e ansiosa, hora ou outra meus lábios eram mordiscados o que me causavam arrepios involuntários.

-Hum... -Gemi ao sentir o calor de suas mãos ao tocar minhas costas na tentativa de erguer meu casaco. No entanto, fomos interrompidos pela batida incessante na porta. Leon afastou-se alguns centímetros de mim e usei esse meio tempo para me recompor de um "simples" beijo que praticamente acabou com toda minha sanidade.

-O quê? -Leon questionou e a porta foi aberta segundos depois sem ao menos anunciar que fariam. Me surpreendi ao ver Cérbero adentrar no quarto de maneira relaxada.

-Droga... -Murmurei ao apertar os braços de Leon para que ele me soltasse.

-O que faz aqui? E quem disse que poderia entrar? -Leon reclamou ao trazer consigo uma feição de insatisfação. -Eros pode até te considerar um amigo ou coisa do gênero, mas aos meus olhos você continua sendo apenas um empregado assim como os outros que estão do outro lado da porta, Cérbero. Não aja com tanta insolência.

Desviei o olhar e tentei disfarçar minha reação de surpresa ao ouvir aquilo.

Cérbero encarou Leon com um olhar assustador, quase animalesco.

-Eros está procurando por você. -Respondeu com um tom igualmente sério. -Você deveria atender seu telefone, afinal, pela hierarquia... Você também é um mero funcionário do Eros. -Cérbero ao final daquela frase sorriu de forma presunçosa. -É realmente bom te ver aqui, Izabel... Tenho certeza que Eros também ficará contente. -Ele olhou para Leon que agora parecia estar mais tenso diante daquele diálogo. -Te espero lá fora. -Piscou.

O clima tornou-se tenso em uma curta passagem de tempo e todo aquele êxtase de minutos atrás não exista mais.

Ouvir sobre Eros me deixava inquieta e ansiosa.

-Você tem mesmo que ir? -Falei depois de alguns segundos enquanto passava aos mãos em meus rosto numa tentava de disfarçar meu estado.

-Sim. -Leon respirou profundamente. -Mas eu voltarei assim que possível.

-Você ficará aqui comigo?

-Infelizmente não. -Ele desviou o olhar. -Apesar das circunstâncias... -O interrompi.

-Você é casado? -Questionei desconfiada.

-Isso seria um problema? -Retrucou.

-De maneira alguma... -Gesticulei com as mãos ao sorrir. -Posso dizer que se fosse casado seria até mais vantajoso para mim, não acha? Quero dizer, eu não teria tanto trabalho. -Zombei ao dar com os ombros.

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