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IZABEL

Arrastei meu corpo para seu lado e logo senti o calor de seu corpo e respiração tranquila em meu ouvido.

-Ei... -Passei minhas unhas em sua nuca, seu corpo rapidamente reagiu aquela carícia e logo fui alvo daquele olhar azulado e intenso ainda confuso por conta do sono.

-Bom dia, Izabel... -Indagou ao oferecer-me um sorriso despreocupado.

-Quer começar o dia de uma maneira diferente? -Questionei ao sorrir.

-O que tem em mente? -Retrucou ao compreender minha intenção.

-Vamos ver... -Sussurei ao empurrá-lo para que ele se virasse e assim foi feito, Eros agarrou firmemente meus quadris e ergueu meu corpo sem esforço algum fazendo com que eu me sentasse sobre seu corpo.

[...]

Já faziam alguns bons minutos que eu estava sentada enfrente a uma mesa incrivelmente farta de todos os tipos de comida que eu poderia imaginar.

Eros ainda não havia se juntado a mim, pelo contrário, fez com que eu ficasse ali sozinha enquanto passava pra lá e pra cá com o celular na mão enquanto falava em seu idioma, sua postura era tensa e seu tom de voz duro e firme enquanto parecia dar ordens a pessoa do outro lado da linha.

Abocanhei a minha terceira fatia de bolo de milho e antes que eu pudesse engolir a porta do quarto foi aberta sem cerimônia alguma, virei meu corpo na direção da mesma e vi seus amigos ou qualquer coisa que eles fossem adentrar no cômodo em um falatório também em seu idioma.

-Ótimo! -Revirei os olhos ao tentar ignorar aquela enorme dose de testosterona que possívelmente fariam comentários sobre mim sem que eu ao menos pudesse entender.
Bom, não que isso me importasse ou me afetasse, eu já havia passado dessa fase de me incomodar.

Eu sei o que sou e não sinto vergonha disso, ajudo quem posso e não faço nada pra prejudicar alguém, não era o meu sonho de criança viver assim, no entanto, eu já havia me acostumado com tudo o que aquela vida me proporcionava por mais que fosse momentâneo e o "encanto" tivesse fim ao amanhecer.

-Bom dia, senhorita! -Um deles falou ao puxar uma das cadeiras ao meu lado e sentar-se em seguida.

-Bom dia! -Sorri brevemente ao pegar meu copo de suco e solver alguns goles.

-Não vai nos acompanhar no café, Eros? -O homem questionou sem olhá-lo enquanto se servia. Eros respondeu algo que eu não compreendi e suspirei pesadamente, não entender o que falavam era muito irritante. -E quanto a você Leon? Venha e junta-se a nos enquanto Eros resolve tudo sem nossa ajuda ou opinião... -Indagou com um tom bem humorado ao encher sua xícara com café. -Sou Kai, primo de Eros e conselheiro nas horas vagas. -Falou ao sorrir de maneira franca.

-Izabel. -Respondi.

-Venha pra cá Leon! -Chamou mais uma vez e só então notei a presença do outro grego sentado em um dos sofás, sua atenção estava totalmente presa em Eros que em nenhum momento parava de falar ao telefone.
Pelo pouco que pude conhecer sobre Leon, posso afirmar que o sentimento que ele mantinha por Eros não era dos melhores, seu olhar carregava algo que se assemelhava ao ódio, por mais que muitas vezes ele tentasse camuflar essa reação eu conseguia enxerga-la ali.

-Kai? -Falei após alguns minutos em silêncio, ele mirou seu olhar em minha direção. Diferente dos outros gregos ele parecia ser o mais 'sociável' dali, seu olhar mantinha um brilho amistoso e quase sempre um sorriso presente nos lábios, sua expressão era mais serena. Eu definitivamente me sentia mais tranquila com sua companhia.

-Finalmente uma distração para essa manhã carregada de monotonia. -Sorriu ao morder uma fruta.

-Ontem Eros havia me dito que... -Debrucei meu corpo na mesa para que ficássemos mais próximos e eu pudesse falar mais baixo, não queria que ouvissem minhas questões. -Bom, que ele e Leon são irmãos.

-Todos somos! -Zombou.

-Sua mãe deve ser tão ocupada quanto eu então. -Retruquei com sarcasmo ao piscar, Kai gargalhou ao jogar seu corpo para trás.

-Gostei de você, Izabel... -Falou ainda sorrindo. -Eros e Leon são irmãos de criação... Ou como chamam por aqui... -Ele estalou os dedos e mirou seu olhar para o lado como se estivesse pensando em uma palavra específica. -De consideração. -Suspirou. -Meus tios criaram Leon desde sempre. -Indagou ao virar seu corpo para trás, provavelmente pra olha-lo. -No entanto, ele nunca... Nunca fez questão de sentir-se da família. -Lamentou como se pensasse alto consigo mesmo.

Antes que eu pudesse dizer algo, Cérbero adentrou na sala totalmente agitado, seu rosto estava corado e a roupa amarrotada, diferente dos ternos alinhadas e impecáveis no qual sempre estava trajado.

Kai praguejou algo e levantou-se em um único movimento fazendo com que eu também levantasse automaticamente, o ambiente rapidamente tornou-se tenso. Eles falavam em seu idioma, pareciam preocupados e furiosos, Eros ouvia tudo em silêncio e atentamente parecendo 'estudar' a situação enquanto os outros estavam inquietos.

-Izabel? -Eros falou e só então os outros pareceram notar minha presença ali. -Vá para o quarto. Agora. -Ordenou ao indicar com a cabeça num tom ríspido. Franzi o cenho totalmente contrariada e abri minha boca duas vezes afim de xinga-lo, mas ao perceber que aquele não era o momento ideal para desafia-lo, apenas arrumei o hobby no qual estava vestida e joguei o guardanapo na mesa.

-Quero ir embora! -Murmurei ao passar por ele em direção ao outro quarto.

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