Capítulo dezesseis: o doce aroma da verdade

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ANGEL CHEGOU EM casa com a cabeça latejando após o confronto com a agente Cooper na delegacia. Assim que entrou, sua mãe a recebeu na sala, com uma expressão de reprovação no rosto.

- Angel Wintour, você sequer merece esse sobrenome, você está envergonhando toda a família! Como pôde se permitir ser interrogada por esses agentes medíocres? - disse a mãe, lançando um olhar frio para ela.

- Como pôde você ser tão baixa a ponto de querer me entregar minha cabeça de diamante numa bandeja para o FBI, por crimes que eu não cometi! E ainda tem coragem de fazer cena? - Angel ri - Por acaso você está querendo tirar o seu da reta?

- Está insinuando que matei a pessoa que eu mais amava nesse mundo?

- Não, mãe, eu nunca faria isso! Sei o quanto precisava dele preenchendo o papel do papai, no seu quarto, na sua cama... - Angel foi falando, num tom cínico e debochado - nos seus lençóis.

Lady Wintour se aproximou e deu um tapa na cara de Angel, que ficou zonza por alguns segundos.

- Por que você nunca me amou? - Perguntou Angel, sem deixar escorrer uma lágrima.

- Porque você me lembra tudo o que eu mais odiava em mim, você é fraca! Nunca será uma Wintour de verdade, nunca terá a capacidade que tive de me reconstruir e deixar de ser a garota fútil e patética que você sempre foi!

- Nunca vai conseguir me destruir, porque tenho o Justin, ele é leal, carinhoso e não mente para mim. Ele me ama de verdade, ao contrário de você, que só me usou como uma ferramenta para satisfazer suas vontades durante toda a minha vida.

Lady Wintour soltou uma risada cínica.

- Você realmente acredita nisso, minha querida filha? Justin é tão manipulador quanto eu, se não mais. Mas você é cega, digo, carente demais para perceber.

- Não fale do Justin! Ele é a única pessoa que me apoia e que me ama incondicionalmente, mesmo com todos os meus defeitos. E sabe o que mais? Eu já estou cansada dessa vida que você me impõe. Estou cansada de mentiras e manipulações. Você tem inveja, você é tão frustrada consigo mesma que desconta toda a sua amargura e psicopatia em mim, sua anoréxica!

Lady Wintour se aproximou de novo e deu outro tapa em sua filha. Angel levou a mão ao rosto, sentindo a queimação do tapa. Seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela se recusou a deixá-las cair. Então algo, mudou nela. Ela começou a rir, um riso louco e psicótico que fez sua mãe recuar. Sua mãe sempre foi assim, manipuladora e egoísta, só pensando em si. E ela criou um monstro muito pior.

- Você acha que me conhece, mãe? Acha que sabe do que sou capaz? - Angel perguntou, ainda rindo - matei Alfredy. Eu o matei, queimei o corpo e esquartejei ele em pedacinhos. E sabe o que mais? Eu faria de novo se alguém se meter no meu caminho.

Lady Wintour recuou ainda mais, aterrorizada com a filha que tinha diante de si.

- Eu não preciso de você, mãe. Eu não preciso de ninguém. Eu não sou fraca! Sou forte o suficiente para conseguir o que quero sozinha. E se você tentar me impedir de novo, eu farei com você o mesmo que fiz com Alfredy.

Angel saiu da sala, deixando sua mãe em choque e com medo. Ela sabia que precisava tomar cuidado com a filha. Angel não era mais a menina que costumava fácil manipular e magoar com seus maus tratos. Ela se transformou em algo muito mais sombrio e perigoso. Angel decidiu sair dali, precisava ficar sozinha para processar tudo o que havia acontecido. Subiu as escadas em direção ao seu quarto, enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto. Angel enxuga as lágrimas e respira fundo enquanto seu irmão Justin aparece e já a abraça.

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