Nós Somos Garotas Boas

Capítulo vinte e quatro: alô, Sidney Prescott?

ANGEL ESTAVA DORMINDO profundamente quando sua mãe acordou no meio da madrugada. Ela parecia pálida e os olhos vermelhos entregavam que algo terrível havia acontecido. Angel não estava preparada para o que viria a seguir. Sua mãe lhe desabou a sua frente, dizendo que que Justin, seu irmão, havia sido encontrado morto no terraço de Redwood High, Evelyn estava junto, muito ferida, ele havia a salvo do assassino. Angel deu um pulo da cama, e se sentiu fraca, cambaleando. Justin era a pessoa que ela mais amava no mundo, aquele em quem ela mais confiava. A dor em seu peito era insuportável, ela não conseguia respirar direito e sentia como se o mundo estivesse desabando ao seu redor.

- Não pode ser verdade, não pode ser verdade - pensava Angel, incapaz de aceitar a notícia.

As lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela tentava processar a terrível realidade. Ela queria gritar, queria bater em algo, queria que tudo fosse apenas um pesadelo terrível do qual ela acordaria a qualquer momento. A.R. concluir o que por muito tempo foi seu maior medo, ele havia arrancado sua outra cara metade, outra parte de si. E não era um pesadelo. Era a vida real, cruel e implacável. Angel sentiu um vazio enorme em seu coração. Ela sabia que nunca mais seria a mesma pessoa depois daquela noite. A perda de Justin deixaria uma cicatriz para sempre em sua alma. Ela se perguntou se poderia ter feito algo para impedir a morte de seu irmão, se poderia ter estado lá para protegê-lo. Se deveria ter morrido na casa de Nick mais cedo, e poupado seu irmão. A culpa a consumia, A.R. estava certo, ela era a culpada de tudo. Angel se deitou na cama, segurando o travesseiro com força e chorando silenciosamente.

Ela sentia que havia perdido uma parte de si mesma para sempre. E, no meio de tanta dor, ela se perguntou como seria capaz de seguir em frente sem Justin ao seu lado. Cercada pelos móveis que compunham seu grande e luxuoso mundo. Ela não conseguia se concentrar em nada além de sua dor avassaladora. Justin, havia sido morto. Ela não conseguia acreditar que ele não estava mais ali. As lágrimas rolavam livremente pelo rosto de Angel começou a correr pelo quarto, derrubando tudo o que encontrava pela frente. Livros, roupas, caixas, tudo foi jogado no chão ou quebrado em pedaços. Ela gritava, gritava alto, tentando expressar toda a dor e a tristeza que sentia. Mas nada parecia aliviar sua angústia. Sua mente estava uma confusão, seus pensamentos turvos. Ela se sentia perdida, sem chão. Angel nunca imaginou que perderia Justin. Ele era a pessoa que ela mais amava no mundo, seu melhor amigo, seu confidente. Seu irmão.

E agora ele se foi para sempre. Ela se jogou na cama novamente, cobrindo o rosto com as mãos. Ainda não conseguia acreditar que Justin havia morrido. Ele não merecia isso. Ninguém merecia isso. A dor em seu coração era insuportável. Angel fechou os olhos, tentando bloquear tudo, mas seu cérebro criou imagens de seu irmão morto para assombrá-la, ela ligou para a Agente Cooper, querendo saber as condições na qual ele foi encontrado.

Angel desceu as escadas, com lágrimas nos olhos e a respiração ofegante, viu sua mãe de costas na cozinha, segurando uma faca.

- Mãe, o que você está fazendo? - ela perguntou, tentando manter a calma. Lady Wintour não respondeu e virou-se, com uma expressão psicótica no rosto.

- Você é a culpa de tudo isso, Angel! Você, sua garotinha mimada! - gritou ela, brandindo a faca em direção a Angel - Se não fosse por vocês, Justin ainda estaria vivo! Você e as vadias das suas amigas, que mataram o meu Alfredy e agora você tirou meu filho de mim, meu Justin!

- O que? Como você pode dizer uma coisa dessas? - exclamou Angel, recuando para trás - Justin foi morto pelo assassino, não por causa de mim! Eu o amava mais que tudo nesse mundo.