2 | Lola's Cafe

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  Na Terça-feira eu estava com Gwen em casa como sempre, então o telefone tocou.

Alô? — Fiquei na espera de uma resposta. — Oi, Finney!

Charlote, é você?

— Sim! Sou eu. — Ela disse.

Ah que bom! Na Sexta-feira eu precisava ter falado com você, mas você não ligou de volta. — Falei e ela ficou em silêncio.

Eu não podia arriscar, eu tenho algo para dizer.

— Pode falar.

— Apareceu uma pessoa aqui, com uma máscara. — Fiquei em choque.

Máscara, q-que tipo de máscara? — Gaguejei

Não sei exatamente do que é, mas tinham uma espécie de chifres, e um sorriso bem macabro nela.

Tudo bem, mas antes que você tenha que desligar eu preciso perguntar. — Respirei fundo. — Onde você estava quando foi sequestrada?

— Bom... Eu me lembro de estar andando pela Avenida Evans, perto de uma cafeteria. — Ela falou.

— Tudo bem, vou tentar achar algo novo.

— Ok. — Eu estava tirando o telefone de perto do ouvido até ela dizer: — Finney, espera!

— Claro, pode falar. — Eu disse.

— Muito obrigada por me ajudar... Mesmo que seja assim, fico muito agradecida.

A-ah claro, não é nada. A-até depois. — Gaguejei e logo depois pendurei o telefone na parede novamente.

— Gaguejou por quê? — Gwen falou atrás de mim.

— Gwen! Que susto... Não é nada! — Repliquei.

— Sei... Mas e aí? Descobriu onde ela estava?

— Ela disse que estava andando na Avenida Evans, perto de uma cafeteria, nós podemos tentar ver em algum mapa. — Falei.

— Minha colega Emily tem um mapa, posso pedir emprestado pra ela amanhã. — Sugeriu Gwen.

— Sim! Faça isso. — Estalei os dedos e apontei para ela.

  Fomos dormir e no dia seguinte Gwen fez o que havia dito. Falou com Emily e ela aceitou emprestar seu mapa.

— Aqui está. — Gwen disse pondo o mapa sobre a mesa.

— Avenida Evans. — Arrastei meu indicador procurando por alguma cafeteria que ficava por perto. — Achei! Se chama Lola's Cafe.

— Nós temos que ir lá. — A mais nova propôs.

— Mas como? Se o papai souber... — Falei enquanto ela seguia pensativa.

— Já sei! Nós podemos pedir ajuda a uma pessoa. — Ela falou convencida.

  Apenas a segui, ela saiu caminhando pelas ruas como uma maluca até chegarmos na porta da casa de...

— Oi Adam! Precisamos da sua ajuda com uma coisa super importante.

— Depende do que for. — Ele falou fechando a porta.

— Precisamos que você nos leve de carro até o centro. — Ela falou e ele soltou um riso debochado.

— Mas pra quê?

— Não surta com o que eu vou falar agora. — Ele cruzou os braços. — Promete?

— Aí.. Meu Deus. — Ele revirou os olhos.

— Promete?! — Ela repetiu.

— Tá, eu prometo!

— Charlote nos ligou. — Ela falou e ele arregalou os olhos.

— Mas o quê?! — Ela o interrompeu.

— Você prometeu não surtar! — Ela me olhou. — Olha, resumindo: Ela nos ligou e disse que estava na Avenida Evans quando sumiu, então nós precisamos ir lá!

— Tá bom! Eu levo vocês!

  Enquanto estávamos saindo com o carro a irmã de Robin, Bella, nos parou.

— E aí! Tão indo pra onde? — Ela se apoiou na janela.

  Bom, às vezes quando eu ia na casa de Robin ela me dava um oi, eu nunca cheguei a ter uma conversa de verdade com ela.

— Pro centro. — Adam respondeu.

— Ah! Fechou! Eu tava indo pra lá de ônibus, mas já que vocês estão indo pra lá né... — Ela soltou um riso sem graça entrando no carro e sentando ao meu lado.

  Ela também é do tipo folgada, ou como dizem, aproveitadora.

— Ah oi! Finneas e Glenda, né? — Ela olhou para nós dois.

— Finney e Gwendolyn. — A mais nova respondeu.

— Então... Estão fazendo o quê indo pro centro com ele?

  Eu e Gwen ficamos quietos esperando que Adam nos salvasse.

— Estamos... — Ele parou de falar esperando que inventaríamos algo.

— Indo comprar balões pro aniversário do Finney. — Gwen completou e Bella soltou uma risada.

— Ah é mesmo! Você vai fazer 15 anos, não é? — Ela perguntou e eu assenti. — Meu irmão também iria fazer 15 esse ano. Bom, enfim, se precisarem de mim é só ligar. — Ela falou e desceu do carro.

— Ufa!

— É verdade que você vai fazer 15 anos? Quando?

— Sim, é verdade, dia 12 de Maio. — Falei.

  Continuamos nosso caminho até o Lola's. Quando chegamos na frente, entramos para perguntar.

— Oi! Boa tarde, eu gostaria de saber uma coisa... — Gwen falou.

  Ela explicou toda a situação e fez diversas perguntas para que chegassemos o mais perto possível de achá-la.
  O que conseguimos foi que um atendente que estava trabalhando no dia viu que uma menina com as características dela saindo de uma farmácia que tinha do outro lado da rua.
  Quando ela saiu um estranho dos cabelos que davam no ombro a parou e falou alguma coisa que fez ela o seguir, então eles viraram na esquina e não voltaram mais.
  Ele também disse que estava prestando atenção porquê costuma ser bem estranho uma menina tão jovem começar a seguir alguém que a para do nada na rua e não aparecer mais.
  Fomos até a farmácia para perguntar do dia exato. Disseram que ela comprou uma barrinha de chocolate e uma lata de Coca-Cola, e além disso que estava sozinha. Mas a atendente também viu ela seguindo o homem estranho.

— É um tiro no escuro, nós não conseguimos nada tão relevante. — Adam falou desesperançoso.

— Pelo menos sabemos que ela saiu com alguém que era homem e tinha um cabelo que batia nos ombros.

— Sim! Nós podemos tentar refazer o caminho dele, de onde estava, se alguém viu ele andando em alguma outra loja antes, ou até mesmo se as características do sequestro da Madison batem com essas.

— Tudo bem, mas hoje não. Vamos embora.

  Estávamos indo de volta em direção ao carro até Bella nos parar, de novo.

— E aí? Já compraram os balões? — Bella questionou olhando para nossas mãos sem nenhuma sacola.

— Nós não achamos o que ele queria. — Adam fingiu.

— Hum. Então tudo bem, vejo vocês por aí. — Ela seguiu seu caminho e nós também, apesar de que ela parou para olhar, com uma cara desconfiada.

  Voltamos ao nosso caminho mesmo assim e fomos direto para casa.

— Bom, apesar de tudo, o que precisarem me falem, ok? Eu quero muito achar minha irmã. — Ele disse e nós assentimos.

— Você acha que nós vamos encontrá-la?

— Sim, eu acho Finney. — Gwen disse e deu uns tapinhas em minhas costas.

A MALDIÇÃO DE DENVER, Finney Blake.Onde histórias criam vida. Descubra agora