16 | A infelicidade de Gwendolyn

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Faziam alguns dias desde a declaração de Charlote e Finney. Os dois continuaram se encontrando e demonstrando o afeto que tinham um pelo outro, com abraços e beijos.

Ainda era difícil para seus amigos tirarem Albert e todo o acontecimento da casa 7742 da mente, mas estavam se distraindo.

Charlote estava acompanhada de Finney, quando percebeu que seus amigos estavam juntos em um canto da praça, levantaram-se e foram em direção à eles.

— Oi gente. — ela sorriu.

— Oi pessoal.

Além de Adam, ninguém mais sabia sobre eles dois, nem eles mesmos. Tinham se declarando e continuaram se encontrando, mas não tinham conversado sobre nada mais. Os dois não sabiam direito como fazerem, nem se deveriam mudar aquilo.

— O quê faziam aqui sozinhos? — indagou Bruce.

Nada. — falaram juntos.

Robin como um bom curioso, semicerrou os olhos e fez uma expressão de dúvida com a resposta dos dois.

— Certo.

Continuaram conversando com eles, sem comentar nada sobre o assunto.

[...]

Já eram 15h30 quando Finney saiu da escola para voltar para casa. No caminho foi parado quando ouviu a voz de Charlote o chamando.

— Oi Finn. — cumprimentou sorrindo.

Neste dia, Gwen não o acompanhou a escola pois não teve aula, apenas uma prova para os alunos do primeiro ano.

— Oi Charlote.

Continuaram andando juntos e conversando sobre absolutamente nada que fosse tão relevante para ambos. No meio do caminho, quando ficaram sem assunto, Blake sentiu a garota tocando em sua mão. Depois de muito hesitar ela segurou a mão do garoto, que apenas sorriu ao perceber.

Andaram de mãos dadas até o fim do trajeto.

Quando chegou em casa, foi conversar com a irmã.

— Gwen, preciso te contar uma coisa. — ela parou de ler o livro que estava segurando e o fechou, virando sua atenção ao irmão mais velho.

— Pode falar.

— Contei à Charlote que gosto dela, e ela disse que sente o mesmo.

— Parabéns pela coragem, Finn. — ela o abraçou.

Após o abraço, Finney conseguiu perceber que a irmã estava meio cabisbaixa.

— Já que você me contou isso, eu acho que também posso contar, né? — falou ela. — Gosto do Billy, e depois daquele primeiro dia que você nos viu naquela sorveteria, eu me aproximei dele.

Ela parou para que conseguisse contar enquanto seu irmão apenas a olhava, para não pressioná-la.

— Mas então eu percebi que gosto dele. — falou começando a chorar. — E... Eu estou muito triste com por causa disso.

— Você está triste por causa disso? Mas se ele sente o mesmo... — respondeu tentando ajudar.

Esse é o problema. Nós somos literalmente de mundos diferentes, não tem como isso dar certo de forma alguma.

Finney entendia o quão difícil aquilo realmente era para ambos, a diferença de mundos era o mais difícil de manter uma relação. Ele sentia-se mal por ver sua irmã de 14 anos chorando por uma das situações que deveriam ser uma das mais fáceis de lidar: o amor adolescente.

Queria ajudá-la, mas provavelmente não poderia fazer mais do que a consolar.

— Vai ficar tudo bem, vocês vão conseguir resolver. — ele a puxou para um abraço que foi muito reconfortante para a mesma.

Saiu do quarto da irmã e ficou pensando em maneiras de ajudá-la. Pensou em pedir ajuda à Charlote.

De manhã, quando já estava na escola, foi falar com ela.

— Preciso da sua ajuda. — abordou-a

— O quê aconteceu? — seu sorriso sumiu como se estivesse preocupada.

— Ontem à noite, Gwen me disse que gosta do Billy.

— E isso é ruim?

— Não é ruim, mas acontece que ela sente que não vai funcionar. E eu queria saber se você consegue me ajudar a animar, sei lá. — idealizou ele.

— Ah claro, posso perguntar se ela quer sair para ir ao parque hoje. — sugeriu Charlote.

— Ótimo, muito obrigado. — ele sorriu sem mostrar os dentes.

Quase à noite, após a escola, se ouviu batidas na porta dos Blake. Era Charlote.

— Oi Charlote. — Gwen sorriu ao abrir a porta, dando espaço para que ela entrasse na casa. — O Finn está no quarto dele, quer que eu chame?

Ela estava com uma roupa de passeio e uma bolsa no ombro.

— Não, na verdade... — ela se aproximou de Gwen, que estava pegando algumas torradas no armário. — Eu queria convidar você para ir ao parque que está na cidade. Eu pago.

— Ah... — ela soltou uma risada nasal. — Eu não sei...

Sua dúvida estava fazendo com que Charlote tivesse que pensar em algo mais para conseguir convence-la.

A única coisa que conseguiu pensar foi em falar com Finney, para ver se ele tinha outra ideia.

— Vou ao banheiro, tá bom? — mentiu.

— Claro, pode ir. — ela assentiu, sorrindo sem mostrar os dentes.

A menina foi em direção ao corredor e ao invés de entrar no banheiro, foi em direção ao quarto de Finney.

— Finn! — sussurrou abrindo a porta do quarto.

— Charlote? — ele arqueou a sobrancelha e levantou da cama para conversar com ela.

— Gwen está mostrando dúvida sobre ir ao parque, me ajuda. — falou enquanto o garoto pensava.

— Já sei, vou falar que eu vou sair, então ela não vai querer ficar só.

— Claro, acho que pode funcionar.

Ela saiu do quarto dele e foi em direção ao banheiro para fazer Gwen pensar que ela estava lá. Alguns minutos depois ela saiu e foi até a sala.

— E então? Pensou sobre? — perguntou ela.

— Ah... — foi interrompida pela voz de Finney.

— Gwen, eu vou até a conveniência, vai ficar aí? — disse ele, como se não estivesse visto Charlote ao seu lado. — Ah oi Charlote. — ele sorriu.

— Não... Então eu vou com você, Char.

Ela aceitou ir com a garota depois que viu que o irmão também sairia de casa. Se trocou e elas andaram até o lugar.

Ao chegarem, compraram algodão doce e subiram na roda gigante. Enquanto olhavam a cidade bem lá no topo, Gwen disse:

— Parabéns pela ideia de combinar com o meu irmão.

— O quê? Como você sabia?

— Eu achei que tinha notado algo estranho quando você foi ao banheiro na minha casa, mas minhas suspeitas foram confirmas mesmo quando Finn chegou perto de você e não parecia nervoso. Ele sempre fica nervoso quando está perto de você, mesmo que seja só um pouco. — revelou ela.

Aquela foi uma boa investigação, mas causou um certo tipo de felicidade em Charlote. Ela sabe bem como ele é, e que fica nervoso em muitos momentos, mas saber que era porquê estava perto dela, a alegrava.

— Você é boa em investigar. — falou fazendo a menina dar uma risada convencida e piscar.




A MALDIÇÃO DE DENVER, Finney Blake.Onde histórias criam vida. Descubra agora