14 | A maldição da casa 7742

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Charlote foi até Finney com a intenção de perguntá-lo sobre a ligação que ele havia recebido. Ela não poderia deixar que seu amigo passasse por tudo aquilo sozinho.

— Blake. — se sentou na mesa em que ele estava no refeitório.

— O quê aconteceu? — falou ainda com a comida na boca.

— Você sabe. Por que não contou sobre a ameaça? — aí ele engoliu a comida.

— Como você soube?

Conversar com muitas pessoas nos faz conhecer novos jeitos de conversar e de como sair de uma conversa. Finney só a perguntou como ela descobriu para poder desviar do assunto, mas ele não conseguiria isso com ela.

— Não muda de assunto. — falou a Conway.

— Não importa, eu tenho que resolver isso, eu não quero envolver ninguém.

— Eu me importo com você Finn, me deixa te ajudar, por favor. — ela pôs sua mão sobre a dele que ficou completamente paralisado.

Ele não se mexia e não piscava, aquilo já estava ficando estranho. Depois de mais de dez segundos em completo silêncio Charlote foi quem ficou sem graça e logo tirou sua mão. Ele então pigarreou e disse:

— Mesmo que eu deixe você me ajudar, nem eu sei como fazer isso, é como um tiro no escuro. — nesse momento surgiu uma ideia completamente inusitada na cabeça da menina.

— Já sei. Esse homem que te ligou, ele já morreu não é? — ele assentiu positivamente. — Então nós podemos procurar alguma coisa no lugar onde ele deixou você, Bruce e os outros meninos.

— Pode funcionar.

Eles decidiram ir até a antiga casa de Albert sozinhos. Aquilo poderia parecer a ideia mais burra possível se sendo observada de longe, mas ambos acreditavam que era o melhor a se fazer.

Quando a aula se findou já eram 16h. O pai de Finney trabalharia à noite neste dia e Gwen iria dormir na casa de Suzie, era o momento perfeito. Foram sozinhos andando em direção ao antigo cativeiro de meninos que costumava ser chamado de "amaldiçoado" por todos devido ao que tinha acontecido lá dentro.

No momento em que chegaram viram com tudo completamente trancado, janelas com tábuas tampando, portão com uma corrente enorme e muitas vinhas nas paredes externas.

Estar ali novamente trazia lembranças que Blake gostaria de guardar em um baú e jogar a chave fora, mas ele precisava aguentar se quisesse viver em paz de novo.

Os dois começaram a vasculhar a casa à procura de alguma coisa que os ajudasse mas tudo ali estava abandonado e com muita poeira. Quando terminaram de ver tudo que tinha por ali Finney finalmente criou coragem e desceu as escadas que davam para o porão.

Tudo que ficava ali quando ele saiu continuava lá, exceto pelos dois corpos e o cachorro. Todo o resto, incluindo a cama e a terra que ficou após a quebra na parede, pareciam intocadas.

Olharam o lugar que tinha o vaso sanitário e nada também. Quando estavam quase subindo as escadas conseguiram ouvir uma voz vindo do porão.

— O que fazem aqui? — assim que se viraram viram Robin sentado na cama.

— Robin?! Meu deus! — Finney exclamou perplexo.

— De todos os lugares vocês tinham que vir justamente aqui? — ele se levantou e começou a se aproximar m.

— Achamos que podíamos encontrar alguma coisa. — a Conway respondeu.

— Ah qual é! Juntos e sozinhos vocês vieram só procurar coisas aqui? — Arellano falou de maneira sugestiva.

— O quê você tá querendo dizer? — indagou Finney.

— Não importa, vocês sabem o quê é, mas saibam que aqui não tem nada. — antes que ele falasse mais o telefone da casa tocou. — Vão atender.

— Tudo bem mas... — quando se viraram novamente Robin tinha sumido.

Subiram para atender quem quer que estivesse ligando. Não demonstravam medo um ao outro mas ambos sabiam que por dentro estavam gritando de pavor. Assim que o telefone foi atendido apenas o silêncio continuou.

— Alô? — Blake chamou a atenção.

Não sei o que faz aí, mas é melhor sair antes que eu descubra. — Finney já tinha escutado aquela voz antes, era Albert.

Ainda apavorado ele segurou na mão de Charlote e a levou correndo para fora dali. Só pararam assim que estavam longe o suficiente da casa.

— Mas o que foi isso Finney?! — indagou Charlote ainda recuperando o fôlego.

— Era ele.

— Que merda! Não era para esse maníaco já ter ido pro inferno?!

Eles precisavam pedir ajuda aos amigos que provavelmente sabem lidar melhor com esse tipo de coisa.

[...]

À noite Finney ligou para a casa de Suzie e contou para Gwen tudo que tinha acontecido e o que pretendia fazer. Com todo o apoio da irmã ele combinou com Charlote de contar para seu amigos que precisavam da ajuda deles.

Assim que chegou foi à procura de algum deles e quando juntou todos começou a contar.

— É verdade, eu até encontrei ele na casa do sequestrador com a Charlote. — Arellano comunicou.

— Espera, só você e ela? — perguntou Bruce.

— Sim, qual o problema?

— Nenhum. — ele pôde perceber as risadas baixas que seus amigos davam.

— Enfim, eu preciso que vocês venham comigo até a antiga casa dele, aqui.

— Ah não. Me deixa fora disso. — Hopper rejeitou o pedido.

— Eu não costumo fazer isso, mas dessa vez eu tenho que concordar com o Vance. Não é querendo dizer nada, mas nós morremos naquele lugar. — disse Griffin.

— Olha, sabemos que ninguém aqui quer ir lá de novo, nem mesmo o Finney, mas temos que ir, afinal nós não sabemos se ele vai vir atrás de nós também. — Robin falou.

— Sim. Por favor gente. — suplicou Finney.

Após muitos pedidos, todos aceitaram ir até lá juntos para ver se conseguiam algo melhor. No caminho encontraram com Charlote e Gwen que se juntaram aos seis para olharem a casa.

Ao chegarem viram quase as mesmas coisas que os dois já tinham visto antes só que com uma diferença. No corredor do porão tinha uma porta da parede, uma porta azul de madeira.

Entraram e se depararam com quase o mesmo quadro e mesa que tinham encontrado no lugar que acharam Charlote quando ela ficou presa.

Olharam todas aquelas fotos e anotações escritas em papéis até que um som alto vindo do lado de fora do porão foi escutado. Era de um ferro batendo e gritos.

Todos saíram correndo dali para verem o que estava acontecendo.

A MALDIÇÃO DE DENVER, Finney Blake.Onde histórias criam vida. Descubra agora