7 | Falo ou não falo?

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— Olha, eu não quero que ache que eu estou tentando estragar seu dia ou algo assim. Digo... Eu não quero ser o centro das atenções, é seu aniversário, seu dia.

— Ah não. Está tudo bem. — falei.

— Vem, vou te levar em um lugar. — ela me guiou segurando minha mão.

  Estou confuso, não faço ideia de onde ela está me levando.
  "Pode entrar". Foi o que ela disse quando chegamos na mesma hamburgueria que já havíamos ido antes de encontrarmos ela.
  Quando me aproximei todos estavam na mesa.

— Feliz aniversário! — todos disseram.

— Ah, obrigado. — eu sorri e me sentei junto com eles.

— Vamos comer! — Robin exclamou.

  Gwen também estava junto conosco.
  Eu gostei desse momento, me senti... Acolhido. Eu não posso dizer que estava em um dos melhores momentos da minha vida antes de conseguir chegar a esse lugar, agora me sinto mais feliz.
  Pedimos hambúrgueres e comemos, não é um pouco surreal? Porque eu estou em um sonho, mas é tudo verdade, eu consegui mudar de plano.
  Nós terminamos de comer e saímos para a praça que fica do outro lado da rua da hamburgueria. Fiquei andando com Charlote e sentindo a brisa, é realmente muito bom.

— E aí? Você ainda fala com a Donna? — ela perguntou sorrindo.

— Ah, a Donna. Sim, às vezes.

— Eu sei que você gostava dela, deve ter ficado triste quando ela foi embora. — nós nos sentamos no banco que tinha no caminho.

— É, eu fiquei. Mas agora eu... Eu tô gostando de outra pessoa. — eu sorri sem mostrar os dentes, e ela sorriu de volta.

E quem é?

  Nesse momento eu simplesmente congelei, me deu branco, eu não sabia o que dizer. Será que eu falo? Ou melhor eu não falar? Eu senti minha bochecha queimando o suficiente para fazer um pão na chapa.

— Gente! Venham aqui. — Bruce chamou.

  Eu e ela fomos até lá, e eu me acalmei um pouco do nervosismo. Obrigada Bruce, ou não.
  De qualquer forma, não sei se teria coragem de ter contado pra ela, vai que ela me rejeite, diga que não gosta de mim. Seria horrível, mas pior do que isso é fingir naturalidade na frente dela.
  Ficamos todos brincando daqueles joguinhos que dá para fazer com várias pessoas. Foi bom.
  [...]
  Eu estava na sala de ciências distraído fazendo o projeto, até que minha parceira de dupla Melanie, falou comigo.

— Hum. — ela me analisou.

  Eu tenho certa intimidade com Melanie, do tipo de compartilhar pensamentos e essas coisas, ela é minha amiga.

— O quê foi? — eu franzi a testa.

— Você... O que você tem?

— Ah nada, eu só... Bom, ontem... Eu estava com meus amigos sabe. E com Charlote... — ela me interrompeu.

— Espera! CHARLOTE CONWAY? — ela falou tão alto que todos olharam para ela.

  Bom, ela também tem uma certa tendência de ficar muito empolgada ou chocada com as coisas.

— Senhorita Jones? — o professor perguntou.

— Ah desculpa. — ela se sentou constrangida. — Charlote?!

— Sim, e com os meus amigos Robin, Bruce... — ela me interrompeu.

— Espera! Espera! Robin? Bruce?

— Sim, em um outro plano.

— Finney?! Você tá bem? — a menina encostou na minha testa. — Acho que você tá ficando com febre, porque bem você realmente não está.

— Eu não sou louco tá? É tipo uma forma de eu ir visitar, onde eles estão agora. — justifiquei.

  Ela ficou só ali me analisando com a testa franzida e uma das sobrancelhas arqueadas.

— Tudo bem, então o quê aconteceu? — ela perguntou.

— Eu quase contei que eu estou gostando dela.

— E por quê 'quase'? — a garota questionou.

— Bruce nos chamou bem na hora.

— Sei, mas isso aí não é desculpa, você poderia e ainda pode contar pra ela. — a Jones pontuou.

— Sim, mas eu não sei se devo, não sei se eu tenho essa coragem. — falei.

— Mas você não pode pensar assim. Você pode estar perdendo uma chance se não tentar, você já perdeu com a Donna. — ela falou e eu fiquei um pouco ressentido.

  Apesar de eu não querer aceitar ela tem razão, o que vou ganhar não falando? Eu posso estar perdendo uma chance mesmo.

— Se você não conseguir contar diretamente tenta demonstrar.

— Como?

— Com gestos, tipo tenta ficar mais junto dela ou ajude ela, essas coisas. — ela disse.

— Entendi.

  [...]
  Vou tentar fazer o que ela disse.

— Oi. — eu sorri me sentando no sofá da cafeteria ao lado dela.

— Oi Finn. — ela sorriu de volta.

— Então... Você quer tomar sorvete comigo? — falei com a voz falhando.

— Ah claro. — ela fechou o livro.

  Fomos andando até a sorveteria.
  Não sei o que pretendo fazer, se eu vou falar pra ela, ou se só chamei ela amigavelmente.

— E então? Como você está? — ela perguntou.

— Bem, obrigada por perguntar.

  Fiquei jogando com ela e conversando enquanto tomávamos os nossos sorvetes.
  Fomos em direção a praça para andar um pouco de novo.

— Obrigada pela companhia. — ela sorriu.

  De repente vi Gwen com... Billy?

— Gwen? O que faz aqui?

— Só passeando. — ela disse.

— Ah, tudo bem então. Eu vou com a Charlote andando tudo bem?

— Claro. Tchau Charlote. — ela acenou.

  Continuamos andando, calados.

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→ Capítulo ligado mais as relações dos personagens e seus sentimentos, espero que gostem :)

A MALDIÇÃO DE DENVER, Finney Blake.Onde histórias criam vida. Descubra agora