15 | Paixão correspondida

21 3 0
                                    

Apesar de todos os gritos de pavor, não havia uma sequer gota de sangue. Essa talvez seja uma das maiores vantagens de morar naquele lugar, não se pode derramar sangue.

Mesmo que não tivesse sangue, Griffin e Billy estavam no chão. Os dois garotos começaram a resmungar palavras inaudíveis fazendo Bruce e Vance se abaixarem para os ajudá-los a levantar. Finney continuou olhando para todos os lados a procura de alguém.

Ainda com dificuldade Griffin falou.

— Era ele.

— Quem?

Assim que Finney o perguntou caiu no chão após uma pancada de ferro que levou na cabeça, que o fez cair.

— FINNEY! — exclamou Charlote que correu para ajudá-lo junto com Gwen.

— O quê fazem aqui? Já falei que não são bem-vindos. — o homem mascarado falou.

De longe era possível ver seus olhos, ele estava com raiva. Nenhum deles nunca tinha visto alguém com tanto ódio nos olhos quanto aquele homem.

Não demorou para que ele se revelasse, era o sequestrador.

— Seu amigo vai sofrer por isso, e vai ser muito pior do que foi com vocês. — ele falou sorrindo.

Sorriso. Aquele não era um sorriso normal, era de alguém completamente louco e fora de si, um psicopata.

Toda aquela raiva não ficou concentrada apenas no homem. Se formou uma ira em todos aqueles garotos que um dia sofreram na mão de Albert. O ódio começou a ser descontado com Robin e Vance, que o atacaram. Vance o empurrou ao chão e Arellano pegou o pedaço de ferro de suas mãos.

Aquele lugar poderia não ter sangue, mas ainda tinha dor, e o sofrimento passado em vida ainda era sentido.

— FILHO DA PUTA! EU ODEIO VOCÊ COM TODAS AS FORÇAS QUE EU AINDA TENHO, E VOU TE ODIAR ATÉ O ÚLTIMO SEGUNDO DA MINHA EXISTÊNCIA EM QUALQUER LUGAR. — o loiro o segurou pela gola da blusa e logo o soltou e desferiu um soco no estômago do mesmo.

— VOCÊ ACABOU COM TUDO QUE EU TINHA E ALGUM DIA PODERIA TER, SEU DESGRAÇADO! — exclamou Robin enquanto batia com a barra no homem.

— Robin! Chega! — Finney segurou seus ombros e tirou a barra da mão do garoto.

— Vamos. — Vance apontou à saída.

Era difícil para todos eles verem aquele homem. Todo o sofrimento que tiveram conseguiu ser transformado em ira e mágoa no momento em que eles o viram novamente. Precisam se recuperar.

— Desse jeito nós não vamos conseguir nada. — comentou Charlote.

Eles sabiam que era verdade, mas era apenas muito difícil se conter.

[...]

No dia seguinte Charlote se encontrou com Finney e Gwen na saída da escola.

— Oi gente.

— Vou para a Suzie. — disse Gwen virando a direita e seguindo outro caminho. — Tchau Finn, tchau Charlote.

Eles acenaram.

— E aí? Você está bem?

— Claro, por que não estaria? — questionou o garoto.

— Ah sabe... Sobre o que aconteceu ontem. — respondeu.

— Uhum. — murmurou.

Já estava na hora de ele fazer uma coisa.

— Você quer tomar sorvete? — Finney a convidou.

A MALDIÇÃO DE DENVER, Finney Blake.Onde histórias criam vida. Descubra agora