Tortura

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ETTORE VACCHIANO

- senhor - escuto a voz de meu soldado e me desperto de meus pensamentos, não havia percebido que ele havia entrado em minha sala - os responsáveis pelo atentado ao senhor e ao senhor Luca já estão na sala posicionados - paro e o encaro, ele continua falando, e mal termino de escutar o que meu soldado teria que dizer, e já estava me levantado, esperei tanto tempo, enfim teria minha vingança completa, enfim mataria todos aqueles que estavam envolvidos e fizeram meu irmão ficar naquele estado, além de terem a ousadia de nos desafiar.

Saio rapidamente de meu escritório que fica aqui no galpão e vou em direção da sala de tortura que possuímos no canto mais afastado do prédio, sigo reto pelo corredor e escuto meu soldado tentando me acompanhar, porém meus passos e meu corpo não me obedecem e estão mais rápidos do que os deles.

Não consigo me controlar, minha respiração está pesada, a fúria corre por minhas veias, meus passos ficam mais rápido conforme vou me aproximando ao local, todo medo de perde Luca e a angustia que me tomou esses dias, estão se transformando em puro ódio e raiva, aperto minhas mãos tentando me manter um pouco racional, não deixarei nada e ninguém atrapalhar minha vingança.

Vejo a porta e paro, atrás dela estão os malditos que estavam na minha folha de pagamento e mesmo assim fizeram um complô contra nós.

Abro lentamente e avisto quatro pessoas, três homens e uma mulher que já apresentam alguns hematomas, meus soldados devem ter iniciado o trabalho devido a irá pela traição e também por gostarem muito de meu irmão, os observo e vejo que ambos estão amarrados e pendurados por uma corrente os mantendo quase em pé, sem meio nenhum de descanso, em um jeito que os deixam com mais dor ainda.

Analiso um por um e reconheço o rosto de todos, menos da moça de cabelos cacheados, eles já estão a tempos trabalhando para os meus, agora ela, nunca a vi antes nem recebi se quer algum relatório, deve ser um nova contratada que teve a infelicidade de pegar essa missão suicida, busco observa-los atentamente e vejo suas expressões indicando exaustão, ela por sua vez apresenta também uma respiração fraca oscilando devido as dores que está provavelmente sentindo.

Fecho a porta e continuo caminhando até eles, viro meu rosto e vejo vários sentados em cadeiras localizadas na lateral da sala, não consigo ver todos que estão ao certo por conta da iluminação, mais tenho certeza que grande parte dos capos estão presentes, retiro meu terno jogando por cima de uma mesa lateral, e arregaço as mangas da minha camisa branca enquanto me aproximo ficando praticamente na frente dos quatros, eles me olham e reconhecem, começando a entrar em desespero, provavelmente por saber como serão seu destino a partir desse momento, os vejo se remexer no ar balançando as correntes, buscando uma forma de quebra-las, a única pessoa que continua quieta é a moça que me olhar de maneira confusa, como se não soubesse quem eu sou.

- Vocês acharam mesmo que eu não iria descobrir que foram vocês - falo e os observo - vocês realmente acreditaram que iriam me trair e confrontar e continuariam vivos ?- pergunto alto.

- Ettore... - uns dos homens presos começam a falar, mais eu o calo com um belo soco em seu rosto.

- Caladooo! - grito - quero que fique calado seu verme! - eles me olham espantados e a moça começa a soltar lágrimas sem controle. - eu os pagos todos os meses para garantir que algo assim nunca fosse acontecer, e vocês mesmo planejam isso juntamente com um lunático que trabalhava para mim. - digo alto e firme os encarando por um momento - esse Lixo que os incentivou está morto - falo dando uma pausa e vendo suas expressões de medo - igual vocês estarão até o final da tarde.

- perdão ! - diz o mais velho, enquanto os demais começam buscar um meio de fuga, tomados pelo desespero - eu te imploro, eu não tinha o que fazer, tenho uma família para cuidar...

- pensasse antes, se tivesse me relatado você não estaria hoje aqui para ser executado- digo o vendo engolir seco. - família - falo rindo enquanto o encaro - diz que ama a porra da sua família, mais traí sua mulher e nem atenção devida as crianças dá - o vejo me olhar espantado - sabe qual é uma das nossas regras mais importantes? - pergunto me aproximando falando mais baixo - uns dos princípios inquebrável? - torno falar com ele chamando a atenção de todos -  nunca trair sua esposa, pois se você é capaz de trair quem confia em fechar os olhos e dormir ao seu lado, você não é digno de confiança de ninguém! - termino vendo seu olhar se tornando de irá.

- Eles me obrigaram - o velho continua a falar, em um estopim de fúria eu me aproximo da mesa que está no canto e pego uma adaga bem afiada, vou em sua direção, sem pensar duas vezes pego seus cabelos puxando para cima e o degolo sem piedade.

Todos os que estavam pendurados e ainda vivos gritaram de desespero vendo aquela cena.

- quem vai ser o próximo a me irritar ?- pergunto em irá. - você ! - aponto para o que está a esquerda do morto e ele nega freneticamente com a cabeça, enquanto chora - qual era o objetivo do ataque ? - torno a perguntar e não recebo resposta - eu te fiz uma pergunta - grito.

- era... Eles... Você - ele começa a gaguejar e dizer coisas sem nexo e isso vai me estressando até minha paciência ficar escassa, o olho tentando manter um pingo da minha racionalidade para não o matar rapido.

- vou ter dar uma última chance, qual o motivo e objetivo desse ataque ? - pergunto tentando manter a calma.

- eles queriam os prender - responde o que está ao lado direito do morto e esquerdo da moça. - eles queriam aparecer nas manchetes, com a prisão do século, sendo os responsáveis por prender o maior mafioso de todos os tempos - diz com a voz fraca.

Olho para ele, e volto meu olhar para o que perguntei inicialmente, vou até este que não me deu a resposta e enfio a faca bem na região inferior do abdômen, pegando e torcendo a faca para que o estrago seja maior.

- ja que não me serviu para nada, vai agonizar até a morte - falo em bom tom, bem próximo ao seu ouvido, tendo um grito de dor como som de fundo, o olho e cuspo em sua cara vendo seus olhos fecharem lentamente e sua boca começar a ter sangue escorrendo por ela.

- o que mais tem a me dizer- falo para o que me respondeu.

- eles queriam pegar o senhor e executar seu irmão, por isso o disparo nele - fala com dificuldade - seria mais dramático a história tendo a prisão de um bilionário como o rei dos tráficos, e a morte de seu irmão bilionário que o ajudava em todo processo ilícito, mas... - ele começa a falar e se cala.

- Mas? - pergunto firme.

- mas, a pessoa que atirou nele não foi a pessoa que eles queriam que atirasse, eles queriam deixar uma pessoa em específico como o herói da missão, só que...

- só que quem atirou não foi ele não é? - pergunto e ele assenti com a cabeça - e quem foi que atirou ? - pergunto e o silêncio prevalece - eu te perguntei quem foi que atirou PORRA! - grito o final.

- fui eu ! - me viro e vejo que foi a moça que respondeu.  

UM AMOR PARA O MAFIOSO - Livro 1 "IRMÃOS VACCHIANO"Onde histórias criam vida. Descubra agora