Desespero

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ISABELA VACCHIANO

Abro os olhos e me deparo com um lugar completamente diferente, as paredes brancas encardidas e o local mal iluminado.

Tento me mexer e resmungo de dor, observando que estou pendurada por duas correntes presas ao teto, estou ajoelhada assim como Nina ao meu lado.

- Nina - tento chamar mais vejo que ela ainda está inconsciente, mexo as correntes vendo que estão muito firmes no teto. - Nina você está bem ? - tento chamar novamente preocupada, tentando me aproximar, mais a limitação é grande, respiro frustado e me assusto ao escutar um riso no fundo, ecoando pelo cômodo.

Olho e encaro um homem nas casas do trintas vestido de maneira elegante, ele possui cabelos loiros e olhos verdes, tento me recordar de onde eu possa ter o visto, me parecer familia, mas agora foge de minha lembrança.

- ela não vai acordar cedo - diz mantendo o sorriso no rosto ainda-  foi um má menina e teve que ser penalizada - fala se aproximando dela e segurando seu queixo e virando o rosto dela para o lado me dando uma ampla visão dele completamente machucado.

- você é um lixo, por que fez isso com ela - começo a cuspir palavras vendo o estado do rosto dela, ela deve ter apanhado muito, meu deus, paro e olho em direção de sua barriga, tento ver se a algo em cor de sangue em meio das suas pernas ou sinais de hematomas nessa região, não vejo nada e tento me controla, tomara que não tenha feito nada que possa prejudicar o bebê dela, ninguém sabe que ela está grávida, respiro fundo - o que você quer ? - pergunto.

- mais é arisca - fala rindo - deve ser por isso que Ettore está de quatro por você - continua rindo- se for assim na cama também, poderia até pensar em fazer uma troca se você não estivesse prenha - fala e fico enojada com suas palavras.

Tento me lembrar de onde eu o conheço até que vem em minha Memória.

Adam Ruschel o capô Alemão.

- Adam ? - falo e ele ri me encarando.

- Enfim me reconheceu, estava triste achando que os poderosos Vacchiano não fosse reconhecer a ralé - diz em tom irônico e com raiva ao mesmo tempo.

O olho seria e tento não mudar minha postura confiante, por mais que eu esteja em uma posição menos favorecida, não posso demonstrar o quanto estou com medo e insegura, pois ele pode usar contra mim.

- você se acha demais né? - ele começa a falar sério - aliais todos vocês se acham, os maiorais, os donos da terra- fala começando a se exaltar - primeiro me oferecem uma aliança e a doce e linda Nina como acordo - fala começando alterar o tom de voz - depois vem com uma história nada haver me descartando, fazendo passar a maior vergonha possível em um mundo como o nosso, pra que ? - pergunta indignado - para a oferecer e casar com um homem que vocês ideiam.

Fico quieta vendo sua expressão mudar para ódio e indignação, busco não o olhar diretamente para que suas falas não sessem e ele decida agir violentamente agora.

- por que vao casar Nina com ele ? - me pergunta e o olho tentando achar uma desculpa plausível que não seja o fato dela estar grávida antes do casamento. - tem quer ter algo por trás já que Ettore o odeia - fala pensativo aproximando de mim, ele segura minha mandíbula forte e olha em meus olhos - se quiser que esse fedelho sobreviva quero que me conte agora - diz cuspindo as palavras com ódio.

- ela vai se casar com ele porque a vantagem é maior para Ettore...

Um tapa forte em meu rosto me faz calar, choro internamente e o olho com os olhos cheios de lagrimas.

- não subestime a minha inteligência, cada vez que mentir vai apanhar - fala - quero que me diga a verdade, porque Ettore me substituiu do nada e em pouco tempo a fez casar com ele sendo que o odeia - fala ainda me encarando enfurecido - a não ser que ela ...

Ele então para, fico nervosa em saber o que ele pode estar pensado até ele direcionar seu olhar a ela, ele está encarando ela demais e isso me dá muito medo.

- tem vantagens, meu marido não teria mais um inimigo afirmado e...

- calada - ele fala ainda a encarando.

- mais você queria saber se....

Sinto novamente meu rosto arder e agora meu cabelo ser puxado e segurado firme, levantando meu rosto em direção do seu.

- sua vadia, eu disse para calar a boca - fala alto - não precisa tentar me distrair eu já entendi tudo - volta a olhar para ela, e meu sangue parece ter saído do corpo quando eu vejo seu olhar descendo até sua barriga - ele já tinha comido ela né - me pergunta irritado - por isso queriam me casar com ela? - grita exaltado - para criar um bastardo que o pai não queria assumir - continua enfurecido - queriam me fazer de idiota me dando essa vadia já usada e grávida.

Observo Nina tentar abrir os olhos, e xingo mentalmente, péssima hora para ela retomar os sentidos.

Ele vai em sua direção e observa seus olhos abrirem, ela assusta assim que o vê e se encolhe, com medo de apanhar de novo.

- Nina, doce Nina - ele fala se aproximando.

- não fica perto dela ! - grito e a vejo se envolher mais ainda.

Ele olha pra mim e ri sabendo que não posso fazer nada, pega sua mão e passa pela lateral do rosto descendo pelo pescoço até seus seios cobertos.

Essa imagem me dá nojo, e a vendo desesperada, fico também rezando para que meu marido pareça logo.

A mãos dele fica firme em seus seios e começa a apertar.

- para ! - ela implora e ele não abedece.

Ele se aproxima dela segurando seu cabelo firme e aproximando seu rosto do dela.

Me mexo tentando sair das correntes mais não consigo, continuo me mexendo até ouvir choros dizendo não !

Levanto meu olhar e a vejo se remexendo tentando escapar, enquanto ele adentra a mão em sua calça.

- por favor eu te imploro - ela diz e ele ri.

- não é vadia em da para ele - fala levando a outra mão a seu queixo segurando bem firme - sabe quantas pessoas a queria ? - pergunta - eu te perguntei - ele diz sério e ela nega com a cabeça - eram várias pessoas - da uma pausa a olhando - e eu consegui a ter - fala estérico - e não vai ser esse resto russo que tem dentro de você que vai impedir isso. - ela arregala os olhos assim como eu.

- por favor não faça isso - digo tentando apaziguar - podemos pensar em algo - falo tentando entrar em sua cabeça.

- cala boca sua vadia - diz - antes que eu também a faça perder esse bastardo - fala e me encolhi de medo.

- por favor - Nina chora - meu bebê não - fala desesperada vendo o olhar doentio de Adam.

Ele a puxa pela nuca e tenta a beijar mais ela não retribui tentando fugir.

- quieta caralho - fala nervoso - se não eu não serei cuidadoso - grita e a vejo chorar mais, assim como estou vendo essa cena.

Passaram alguns minutos ele tentando e ela resistindo até que ele cansa e a esbofeteia.

Ele começa a bater nela e ela se encolhe tentando manter sua barriga segura.

- sai de perto dela - grito e ele me acerta vindo em minha direção, Adam segura meu pescoço firme apertando quando eu acho que vou morrer, alguém entra correndo pela porta em direção dele.

- temos que ir chefe - o homem grita - eles chegaram !

UM AMOR PARA O MAFIOSO - Livro 1 "IRMÃOS VACCHIANO"Onde histórias criam vida. Descubra agora