maybe about us.

Capítulo 7.

Quarta-feira.
~18:25pm🕣

Escuto Riley falando com alguém na sala da minha casa.
Enquanto estou na cozinha lavando a louça, porque tive a brilhante idéia de cozinhar algo para a gente mais adivinha? Ficou péssimo.

-O quê, para onde então?
Ela pergunta a alguém que ainda não reconheço a voz.

-Não sei, só pediram para chamar vocês, vamos, vai ser legal.
-Hera?

Vou em direção a sala, enquanto passo minhas mãos molhadas numa camisa velha, para enxugar.
Agora vendo o homem sentado no meu sofá, tão confortável que parece tá em casa.

-Só vou se tiver comida.
Eu falo, colocando as mãos na cintura e olhando para eles.

-Isso!
Ele se anima.

-Espere uns 30 minutos, tá bom?

Ele não diz nada, apenas fica mais confortável do que eu pensei que ele já estivesse.

Um ótimo jeito de fazer a Riley esquecer o que ouviu na hora do almoço, estava tudo tão bem, ninguém precisava saber, foi apenas um deslize meu. Eu poderia contar para ela, afinal ela é minha irmã, a pessoa que mais confio no mundo, mas não sei, não quero ficar conversando sobre isso, porque a partir do momento em que eu falar, ela vai me encher de pergunta.

Agora enquanto me arrumo para o lugar que nossos amigos resolveram ir, não quis fazer muita coisa, é óbvio que vamos à algum restaurante. Um vestido preto justo, acima do joelho, e um salto baixinho cor de vermelho bordô, deixei meu cabelo natural, um pouco volumoso a essa hora, depois do dia corrido que tive, passo um hidratante labial e foi o melhor que pude escolher para hoje.

O Bryce com certeza vai, já que ele mora na mesma casa que o John, o mesmo que tá no meu sofá, se sentindo em casa, e a Riley não se negou a ir, ela deve estar com muita fome mesmo.

~19:00pm🕘
Fui tão pontual que me surpreendi, mas quando cheguei na sala não vi nenhum dos dois.
Eles não me deixariam, ou sim?
Quando chego no estacionamento do prédio consigo ouvir uma zoada, parece ser um som, música, isso, mas também tem pessoas cantando. Avisto o carro do John balançando, ai meu Deus, não seja o que eu tô pensando, cruzo os dedos.
Riley tá no banco do motorista e John no passageiro, ambos cantando e dançando enlouquecidamente uma música da Doja cat. Ufaa, que alívio.
Entro no carro e nem parece que estou aqui, porque eles só param com a performance deles, quando a música acaba.

John olha para trás.
-Uau!
-Você está deslumbrante.

-Estou me sentindo muito desarrumada agora.
Riley diz rindo, ligando o carro.

-Já olhou para mim? Estou um trapo.
E eles começam a rir novamente.
Será que eu sou tão mal humorada assim? Ou eles que são dois idiotas.
Não vou perguntar aonde vamos, e quem também vai, pela primeira vez, não quero ter o controle das coisas, já que esse é um dos meus defeitos.
Alguns minutos depois a música "Adventury Of A Lifetime" do Coldplay. Começa a tocar no som do carro.
Não me seguro, começo a cantar e dançar com eles, Riley desacelera o carro,meu coração vai sair pela boca, me sinto tão bem com eles, John canta tão alto e totalmente desafinado, diria horrível se não fosse sua amiga, não aguento, começo a rir, Riley para o carro, e descemos.
Ainda rindo um da cara do outro, com a tamanha vergonha alheia que foi isso.
É por esse momentos que amo ter eles comigo.
Bryce vem em nossa direção. Riley para de rir na hora.

-Por um segundo, eu esqueci que você tá em todo lugar.
Ela diz.

-Principalmente na sua mente.
Ele diz. Me deixando chocada. Olho para o John, começamos a rir de novo.

-Desculpa irmã, essa foi muito boa.

-Não vi graça.
Escuto ela dizendo baixinho.

-Só estávamos esperando vocês chegarem.
Bryce diz.
Enquanto guia a gente pelo restaurante.

-Quem veio tanto?
Pergunto.
Merda, não consigo me conter.

-Os de sempre, e nosso novo membro da casa.

Quero perguntar quem seria, mas o vejo de longe. Tinha que ser, por quê não? Com o campus enorme daquele jeito, ele tinha que ter ido morar com meus amigos, além de ver ele nos treinos que meu pai me obrigada a assistir, tenho que ver ele na minha sala de fisioterapia, no refeitório, e agora até quando saio com os meninos.

A primeira vez que ele me viu, falou: "espero não tiver nunca mais."
Eu ja sabia que ele era o jogador que meu pai estava falando, mas para quem não quer me ver nunca mais até que ele ta me vendo com bastante frequência.

Sentamos na mesa, John, eu e Riley, fiquei no meio deles. Os outros em volta da gente.
Fizemos nossos pedidos, todos falando ao mesmo tempo, imagino se meu pai tivesse aqui, eles estariam falando um de cada vez, porque só meu pai para colocar ordem nesses homens.

Não sei em qual ponto dá conversa, parei de prestar atenção em todos eles. Acabei lembrando de hoje mais cedo, Riley ouviu minha conversa no celular, ela ficou tão assustada que demonstrou isso visivelmente para quem quisesse ver. Não a culpo, me ouvir falar a palavra "mãe" quando na verdade todos acham que eu não tenho notícias dela há anos, é um bom motivo para ficar assustada. Inventei uma desculpa qualquer e saí correndo do refeitório. Depois ela foi para minha casa, mudei de assunto novamente, falando sobre fazer um jantar para nós duas, não deu certo, ela também achou um jeito de voltar a conversa, John apareceu e nos chamou para jantar, em um dia normal eu negaria, mas achei que foi uma ótima idéia manter a mente dela ocupada. E está sendo até então.
Ela não vai deixar isso escapar, talvez seja a hora de eu ser honesta, e contar toda a verdade. Não estou preparada para isso, não estou pronta para passar mais alguns anos da minha vida, com meu pai diferente comigo, já não basta toda a decepção que já lhe causei. Definitivamente não estou pronta para isso.

~20:50pm🕘
Todos estão aqui,conversando sobre coisas aleatórias, rindo, e se divertindo. Meus amigos desde o meu primeiro ano de faculdade, acho que odeio todos os outros jogadores, menos eles, simplesmente pelos motivos de que são tão diferentes dos outros, eles são incríveis. Olho para Bryce, ele tá observando a Riley, como ele se sentiria sabendo que todo esse ódio que ela demonstra ter, é amor. Como ela também ficaria depois de saber que ele se arrepende de ter magoado ela, mesmo sem saber o porquê, ele pensa que é porque tínhamos uma lei, inventamos isso no primeiro ano. Por um segundo penso em ajudar ele, seria traição à minha irmã? Que mal faria se eu desse uma de cupido. Por traz dessa raiva toda, à sentimentos, quase sinto inveja.
Faz dias que não falo com o Chris, não somos namorados, mas tínhamos algo, ou temos, não dizer.

-Hera? volta para terra.
Riley fala.

-Perdi alguma coisa?
Pergunto ainda meio perdida nos meus pensamentos.

-Já estamos indo, quer voltar com a gente?

-Com certeza, estou tão cansada, preciso dormir.
Falo, bocejando.

-Jho, vai com eles, eu ainda vou ficar um pouco.
Escuto Bryce falando.
Até apelido ele já tem.

-Vamos Joseph.
Riley fala.
Se agarrando ao braço de John.

Saímos do restaurante em silêncio, pelo menos eu e o Joseph estamos.

-Posso ir na frente agora?
Pergunto ao John.
Já que o carro é dele.

Ele joga a chave para mim.
Leve até seu apartamento.
Ele diz.

Todos entramos no carro, Riley vai na frente comigo. Liga o som, e como sempre eles estão animados cantando e dançando, eu canto um pouquinho baixo dessa vez. Batendo meus dedos no volante ao ritmo da música.

Agora em frente do meu apartamento, Riley vai dormir comigo hoje, está muito tarde para ainda ir para casa, meu pai tem suas regras de não chegar tarde, ele surtaria se ela chegasse agora em casa. Um dos motivos que saí de lá e agora moro sozinha.

Me disperso deles.
-Tchau gente, boa noite.
Eu e Riley dizemos.

-Boa noite, vejo vocês amanhã.
John diz.

-Até mais.
É a única coisa que ele diz.
Enquanto senta no banco do motorista.
Acelerando o carro e nos deixando para traz.