4 • God Prince Ne Zha

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Entre um raio de Sol e outro, a dupla de pequenos yokais macacos perambula pela floresta, catando mirtilos, caçando lebres gigantes para consumir a carne e a pele, subindo nos coqueiros para uma água de fruta fresca. Uma parte da trajetória tranquila e fácil de percorrer. Decidiram fazer uma pausa, onde conferem seus suprimentos, sentados no chão.

- Frutas? - Wukong pergunta enquanto come uvas.

- Ok - Macaque puxa um saco delas.

- Roupas?

- Ok - Macaque puxa outra trouxa.

- Vara de pesca?

- A última quebrou.

- Esquece, podemos pegar peixes com a rede.

- Certo.

- Cajados?

- Meio ok? - Macaque puxa dois deles quebrados.

- Ah... acho melhor arrumar outros.

- Já está ficando tarde - Macaque junta tudo em uma trouxa maior e se levanta -, vou aceder uma fogueira.

- Precisamos de mais água.

- Vamos acampar perto daquele rio que vimos mais cedo, como fica no caminho, não vai nos atrasar. Assim resolvemos o problema da água.

Fogueira acessa, colchões de folhas feito, estão tranquilos deitados esperando o sono chegar. Wukong ouve um som estranho e logo deduziu:

- Macaque... se queria mais um pedaço de peixe era só falar, não precisa ficar chorando.

- Uh? Eu chorando? Estou quase dormindo.

- Mas eu ouvi...

O barulho fica mais alto.

- Wukong! - Macaque, sem perceber, vai para perto do amigo.

- Shhh... não grita - Wukong levanta do colchão e segura o tacape que fez mais cedo. Vai até a moita mais próxima, de onde o barulho parece se originar.

- Se for um tigre... - sugere Macaque, sentido o medo crescer.

- A gente enfrenta! - Wukong berra ao afastar as folhas da moita de uma só vez. Uma anta dorme e sua pequena tromba faz ruídos estranhos.

- É só uma... anta roncando - Macaque quase ri, respira aliviado.

- Quer comer? - Wukong aponta com o tacape.

- Já estou cheio - Macaque volta para seu colchão.

- Chô! Chô! - Wukong expulsa a anta para que possam dormir.

No dia seguinte, Wukong pula e puxa as cobertas do amigo.

- Hora de levantar!

- Meu corpo está doendo.

- Não acredito que está doente - Wukong tocou no pulso dele e pode sentir a temperatura elevada.

- Nada de dormir no sereno de novo... - Macaque se enfia sob o lençol.

- Vou fazer remédio! Espera aí - o yokai corre para colher ervas e raízes. Dez minutos depois, coloca tudo para cozinhar e espera esfriar quando fica pronto.

- Aqui! - Wukong estende a metade de uma cabaça com um líquido verde escuro, grosso como musgo e cheirando forte, um odor de lacrimejar os olhos. - Toma tudo.

- Urg! - Macaque vira a cara.

- Se beber de uma vez, nem vai dar para sentir o cheiro ou o gosto.

- É, talvez - Macaque faz careta e bebe tudo o mais rápido possível.

Wukong & MacaqueOnde histórias criam vida. Descubra agora