Smell • vegaspete •

08

Quando Vegas foi embora após o jantar, Pete não ficou muito tempo com a família e saiu correndo para o seu quarto, o cheiro de Vegas estava em seu corpo e isso o deixava levemente perdido e com o corpo entrando em um nível de excitação.

― Ah porque isso? ― fez um bico pensando em entrar no banheiro para tomar um banho ― O cheiro é tão bom, mas não sai de mim.

― Pete? ― o ômega escutou baterem na porta ― Sou eu, Porsche. Posso entrar?

―Pode! ― gritou entrando correndo para o banheiro.

Porsche entrou no quarto e sentou na cama, no dia seguinte iria se mudar oficialmente para o apartamento com Kinn, estavam apenas ali por aqueles dias a pedido do alfa que queria passar um tempo com as mães e irmãos antes de se mudar de vez. Porsche tinha um carinho muito grande por Pete, quase como se o ômega fosse seu irmão também, por isso quando percebeu que o ômega fugiu após Vegas ter ido embora, resolver conversar com ele.

― Aquele alfa é o que você gosta? ― perguntou e ouviu o mais novo resmungar no banheiro ― É um alfa muito educado.

― Sim. ― disse saindo do banheiro.

― O cheiro dele está em você. ― afirmou e Pete correu até a cama de toalha e sentou ao lado do mais velho ― O que foi, querido?

― Por que o cheiro dele está em mim, Porsche? ― fez um bico.

― Você é professor e não lembra disso? ― Porsche queria rir, mas sabia que o ômega iria ficar bicudo.

― Eu sou professor de infantil, Porsche ― disse emburrado.

― Quando um cheiro impregna em alguém, é porque aquela pessoa pode ser o seu par, pode ser o seu amor ― disse sorrindo ― Quando conheci Kinn, o cheiro dele ficou em mim por dias, parecia que éramos casados, mas era o meu ômega se apossando do cheiro do alfa que ele queria. Por isso não demoramos para ficar juntos.

― Quer dizer então que o meu...

― Seu ômega deve estar sentindo que o alfa é dele, por isso o cheiro de Vegas se apossou do seu corpo e não vai sair por um tempinho ― sorriu pequeno ― E se eu estiver certo, seu cheiro ficará nele também.

― Meu cheiro no Vee... ― Pete sorriu ― Isso é tão... Ahhh.

― Você é muito fofo ― Porsche disse rindo.

[...]

Vegas entrou em sua casa sorrindo, jantar na casa do ômega não estava em seus planos, mas foi algo muito bom e que lhe surpreendeu bastante, as mães de Pete foram muito educadas o tratando com o maior carinho como se ele fosse parte da família, os irmãos ainda ficaram um pouco ariscos, mas não foi nada demais para o Theerapanyakul.

― Chegou. ― Vegas se assustou quando ouviu a voz de Kim ― Esqueceu de novo que estou aqui?

― Esqueci, idiota ― disse andando até a cozinha ― Você fica aqui e depois vai para a sua casa, não entendo isso. Decida-se.

― Nan terminou comigo ― Kim disse e Vegas virou devagar para olhar o rosto do amigo.

― Assim... Do nada? ― perguntou o alfa.

― Foi ― deu de ombros.

― Fica de olho ― Vegas disse sério ― Esse ômega não é a melhor pessoa do mundo, não estou querendo duvidar ou dizer que ele vai fazer algo, mas... Só fique de olho, ele não iria largar você assim simplesmente, Kim.

― Ele disse que já que eu não estou dando a atenção que ele merece, ele irá procurar outra pessoa.

― Kim, Kim ― Vegas suspirou indo até a geladeira ― Eu posso não ter me envolvido com muitas pessoas, mas eu tenho certeza que não seria assim tão fácil.

― Eu até achei estranho, talvez ele queira um tempo, então não rebati e nem contestei.

― Ai de você se contestasse ― Vegas serviu um copo com água para si ― Entenda que o melhor para você e a relação com o seu próprio filho é ficando longe do Nan. ― bebeu um pouco de água e virou para olhar o amigo ― Daonuea precisa ser sua prioridade, coloque isso na sua cabeça. Você não tem mais vinte anos, estamos entrando na casa dos trinta, Kim. Eu estou cansado de te chamar atenção por coisas simples que você já deveria saber fazer ou saber como agir.

― Ok... ― Kim resmungou ― Onde você estava?

― Não queira mudar de assunto, eu vou terminar de falar o que eu penso ― deixou o copo na pia e olhou para o amigo ― Você foi um merda com a Joy, ela cuidou do Daonuea praticamente sozinha nos últimos anos, sei que você contribuiu muito com dinheiro e alimentação, mas faltou atenção e carinho. Espero que agora estando esse tempo com o filho você aprenda que ele deve vir em primeiro lugar do que qualquer relacionamento que você possa ter, amar deve ser bom, mas ter a consciência de que seu filho vem em primeiro lugar é o principal.

― Eu sei, Vegas.

― Não, você não sabe. ― passou as mãos pelo rosto ― Eu tive uma noite ótima, e eu não queria estar aqui falando isso, mas eu vou cuspir logo tudo de uma vez. ― se aproximou do amigo e segurou os ombros dele ― Joy não ficou com ninguém durante esses três anos, ela teve casos que me contou, mas não ficou sério porque nenhum homem queria aceitar Daonuea, ela poderia muito bem ignorar e namorar com um deles, mas ela pensou no bem estar do filho. Ela iria colocar a felicidade dela na frente da felicidade do filho dela? Colocaria um cara qualquer na vida dela que não gosta de criança perto do filho dela?

― Eu não sei onde você quer chegar, Vegas. ― suspirou ― Joy tem a vida dela, eu tenho a minha, Nan e eu terminamos e pronto.

― Você vai voltar com ele assim que ele aparecer, porque você é um burro ― disse irritado ― Mas lembre-se quando ele aparecer na sua porta dizendo que te ama que ele gritou com seu filho de três anos e o fez chorar por causa de um suco que caiu no tapete. Lembre-se dos compromisso que ele mudou a data para que você não conseguisse ver seu filho durante a semana, lembre-se do olhar de nojo que ele dá a Daonuea sempre que o vê. ― se afastou e saiu andando para o corredor que dá aos quartos ― Só coloque o Daonuea como sua prioridade, só isso. E por favor, não toque no nome de Nan perto de mim, porque assim como o cheiro dele de mel me enoja, o nome dele me dá ânsia.

[...]

― Será que o Vegas gosta de bolo? ― Pete perguntou a si mesmo enquanto andava pela cozinha de sua casa ― Mas se eu fizer um bolo para ele terei que levar até lá ou o chamo para comer aqui?

― O que você tem, chazinho? ― Porchay perguntou entrando na cozinha e vendo o amigo resmungar andando em círculos.

― Eu queria fazer um bolo, aí eu pensei em fazer um para o Vegas ― disse sorrindo para Porchay que riu negando com a cabeça. Pete era tão fofo que doía em quem via. ― Mas então eu parei para pensar em como levaria pra ele ou o chamaria para vir aqui.

― Ele veio aqui não faz dois dias, porque você não leva lá na empresa? ― Porchay perguntou simplesmente.

― Porque não seria algo bonito, eu não sou... Hmm, você entendeu ― bufou ― E lá é a empresa e as pessoas podem me olhar estranho.

― Você liga demais para isso, meu amor ― Porchay foi até Pete e apertou as bochechas dele fazendo o ômega formar um bico com os lábios ― Faça o bolinho que iremos levar lá.

― Não, Chay ― negou afastando o amigo ― Vou chamar ele aqui, é melhor. Eu não me sinto tão bem assim lá naquele lugar, é tudo grande demais, pessoas bem vestidas e... Chay... ― puxou o amigo que riu ― Por que Vegas tinha que trabalhar lá? Ele poderia ser padeiro aqui da esquina de casa, mas não...

― Ele é dono de um império de joias ― Porchay disse ouvindo o amigo choramingar ― Se eu fosse você agradeceria, não vai passar fome.

― Porchay ― empurrou o amigo, mas acabou fazendo um bico manhoso e o puxou de novo ― Me abraça, eu quero carinho.

― Você é tão manhoso que chega a me irritar, mas eu me sinto mal por ficar irritado por você ser tão fofo ― disse enquanto Pete choramingava que não sabia se Vegas gostava de bolo.